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Radio Zapatista

Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN): o espelho que me persegue

En español aquí.
Tradução: Aline Spaniak

“O EZLN é o espelho que me persegue”, foi o que nos disse o artista oaxaquenho Lukas Avendaño durante o Encontro (Rebel e Revel) Arte, realizado no Caracol Jacinto Canek e no Cideci/UniTierra, em Chiapas/México, de 13 a 19 de abril de 2025. Mas não é qualquer espelho, ele esclareceu: é o espelho fumegante de Tezcatlipoca, o espelho de obsidiana que reflete seu verdadeiro ser, mesmo que você não queira vê-lo. Para ele, como para tantas e tantos outros, o EZLN é um espelho onde vê refletido seu próprio ser — no seu caso, seu ser indígena e seu ser muxe (termo Zapoteca para identidades de gênero não binárias) — com dignidade; reflexo que o impulsiona a contribuir com suas performances e sua vitalidade para a construção de outra humanidade possível.

O Encontro (Rebel e Revel) Arte foi isso: um espelho fumegante que, a partir da reflexão sobre a crise global que atravessamos, nos interpela com uma questão desconfortável, porém, mais necessária do que nunca: e vocês, o que estão fazendo? Uma pergunta que ganha força diante da constatação de tudo o que eles e elas — sobretudo os jovens e as jovens — fazem para enfrentar a tormenta que vivemos, não apenas com coragem e determinação, mas também com uma alegre rebeldia.

Como é possível que nesses espaços onde, durante uma semana, se insistiu — por meio de todas as formas artísticas (poesia, teatro, música, dança, circo, performance, cinema, artes plásticas, literatura e mais) — no provável colapso do nosso mundo diante da voracidade do capital, e na morte e no sofrimento inconcebível que esse processo de colapso implica e implicará para boa parte da humanidade, o que tenha predominado foi justamente a alegria, a festa, a celebração da vida?

Parte da resposta está no contexto. Como confirma o relatório do Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, Chiapas na espiral da violência armada e criminal, Chiapas vive, há anos, uma gravíssima situação de violência armada, com operação impune de grupos do crime organizado, desaparecimentos e recrutamentos forçados, militarização, assassinatos, imposição de megaprojetos, criminalização e agressões contra defensores do território, entre muitas outras violações. Nesse contexto, as comunidades indígenas e camponesas enfrentam um processo de decomposição social que empurra os jovens a abandonar a terra, muitas vezes migrando para o norte ou unindo-se à delinquência.

É nesse contexto — em que muitos “especialistas” previam o fim do zapatismo — que as e os jovens zapatistas se manifestam com força, criatividade e alegria, incorporando a ética de defesa e amor pela vida impulsionada pelo zapatismo há mais de três décadas. Lá estavam as e os milicianos (zapatistas civis com treinamento militar para a autodefesa das comunidades) com sua dignidade rebelde, jovens artistas protagonistas de peças teatrais extraordinárias, artistas plásticos, rappers, poetas. Uma juventude muito outra, rompendo os moldes do que se entende por juventude indígena, com a vitalidade de uma tradição viva, um olhar voltado para o futuro fundamentado na consciência do passado. Ou seja, uma esperança de vida em meio à tormenta.

No dia 15 de abril, no Caracol Jacinto Canek, uma centena de jovens vindos dos 12 caracóis apresentaram a peça “A natureza se revela e se rebela”. Vestidos com belíssimos figurinos — confeccionados por eles mesmos — representando uma grande variedade de animais, explicaram como a destruição do planeta e a mercantilização da vida os afetam. Também deram voz à água, fonte de vida cada vez mais escassa e contaminada, e por fim, à própria Terra, que sofre com a mineração, a poluição, os agrotóxicos e muito mais. É então que os seres da Terra decidem se organizar e defender a vida de forma coletiva. Quando os empresários chegam com seus portfólios, sua ganância, suas máquinas e seus operários, os insetos — seguidos de todos os outros animais — os atacam e os expulsam. “A vida é comum, comum é a vida; agora nos cabe recriar e renascer outra vida, e isso deve ser em comum”, dizem.

“O comum”, nos dizem por meio das peças de teatro, das músicas, dos poemas, das artes plásticas, é o único caminho diante da maquinária de morte de um sistema cuja voracidade não conhece limites. A prática do “comum” no zapatismo não é novidade. Na verdade, é o fundamento de sua construção desde os tempos da clandestinidade. A organização e o trabalho coletivo foram, desde o início, a base de todo o caminhar zapatista — e, certamente, da construção da autonomia —, desde o autogoverno e a justiça autônoma até a saúde e a educação autônomas, a soberania econômica, a comunicação, a agroecologia e todas as formas de resistência e rebeldia. Mas, é nos tempos recentes que “o comum” se coloca explicitamente como o centro não apenas das grandes transformações internas em curso nos últimos anos, mas também da interpelação do zapatismo para fora, para nós, no contexto da crise global. Sem a ação coletiva de organizações, grupos e indivíduos ao redor do planeta — tanto no campo quanto na cidade —, não haverá vida possível diante da destruição em curso, nos diz o zapatismo uma e outra vez.

Quando o EZLN tornou explícita a noção de “o comum” pela primeira vez em dezembro de 2023, referia-se especificamente a uma proposta radical de posse da terra: a “não propriedade”. Ou seja, terras recuperadas que o EZLN declarava “em comum” — terras de ninguém e de todos — nas quais, após acordo coletivo entre zapatistas e não zapatistas da região, qualquer indivíduo ou coletivo poderia trabalhar coletivamente, beneficiando-se de sua produção, mas sem ser proprietário da terra nem de tudo o que nela fosse construído. Defender a terra, portanto, não significa buscar o reconhecimento oficial de sua propriedade por parte do Estado, mas, ao contrário, abolir o próprio conceito de propriedade e promover o uso comum da terra para o benefício coletivo. No entanto, a proposta do comum não se limita às comunidades indígenas zapatistas e não zapatistas de Chiapas: ela se abre ao mundo, diante da urgência de enfrentar coletivamente a crise global. Diante disso, indivíduos e coletivos de qualquer geografia são convidados a trabalhar em comum para aprender a cultivar a terra e adquirir conhecimentos que ajudem a sobreviver à tormenta.

As peças de teatro e demais criações artísticas apresentadas durante as celebrações do 30º aniversário do levante zapatista, no caracol de Dolores Hidalgo, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, elaboraram ainda mais a ideia do comum. E, na primeira sessão dos Encontros de Resistência e Rebeldia, em dezembro de 2024 e janeiro deste ano, a comandância, as autoridades civis e os promotores e promotoras de educação e saúde compartilharam o sentido e a genealogia da ideia do comum, que não deriva do marxismo nem de qualquer outra teoria de origem europeia, mas sim da experiência dos avôs e avós dos povos originários.

Agora, neste Encontro (Rebel e Revel) Arte, a noção de “comum” se abre a toda forma de coletividade organizada e radicalmente democrática. Assim, a peça “O amor na tormenta e o dia depois”, criada por jovens dos caracóis de La Realidad, Oventic, Garrucha, Morelia, Roberto Barrios e La Unión, explora a privatização da terra em comunidades irmãs, não zapatistas, o que leva à sua subsequente subdivisão geração após geração, até que se torne impossível viver dela. A peça também aborda a exclusão das mulheres do direito à terra; a decomposição social; a criminalidade, o uso de drogas, o alcoolismo e a prostituição; a migração e a venda das terras diante do endividamento. Já no final, uma comunidade irmã procura os zapatistas, que os orientam com ideias e formação para a construção da autonomia em comum. Dessa forma, a proposta do “comum” vai além da não propriedade das terras recuperadas. A coletividade do comum se estende a todos os aspectos da vida: saúde, educação, justiça, autogoverno, criação e reprodução de mundos em todos os cantos — sementes para o florescimento de uma outra humanidade “no dia depois” do colapso de nossa civilização.

Esse esforço consiste também na partilha “em comum” de conhecimentos e saberes que ajudem a enfrentar a tormenta. Assim, jovens zapatistas — entre 12 e 20 anos — compartilharam saberes herdados de seus ancestrais, que permitem viver de forma autônoma, sem depender de avanços tecnológicos que, por sua vez, dependem de um sistema não sustentável. Fabricação de cestos, pigmentos, adobe, panelas e pratos, cal hidratada, cordas, entre outros — tudo feito com materiais naturais.

Por outro lado, as muitas obras apresentadas pelas e pelos artistas não zapatistas nos convidaram a refletir e a sonhar outras possibilidades a partir de uma extraordinária pluralidade de perspectivas, em uma grande variedade de contextos e geografias. Em tudo isso, evidentemente, a Palestina, assim como as “buscadoras” — os coletivos de mães incansáveis que buscam seus filhos desaparecidos no México — estiveram sempre presentes.

No último dia, 19 de abril, no Cideci/Universidade da Terra, o encontro foi encerrado com uma mesa coordenada pelo Capitão Marcos, da qual participaram Los Zurdos, Payasos en Rebeldía, Stefani Weiss, Antonio Ramírez, Luis de Tavira e o Subcomandante Moisés.

Encerramos aqui com algumas palavras de Iván Prado, do coletivo Payasos en Rebeldía, que nos lembra que é na infância e na juventude que se encontra a esperança de um novo amanhecer: “As crianças mantêm um lugar de espontaneidade, de crença profunda na capacidade de viver nossos sonhos: a força de sonhar. A capacidade do ser humano de construir mundos a partir dos sonhos. A inocência, a consciência e a potência que temos na infância têm a ver com saber quem somos e onde estamos. Somos a semente desse futuro, desse dia depois. O que vimos nestes dias é a semente dessa arte futura que virá após o colapso. Nós, artistas que participamos deste encontro nestes dias, estamos semeando esse amanhã, porque o amanhã se semeia hoje.”

Olhando-nos no espelho de obsidiana que a arte e a criatividade zapatista colocam diante de nossos olhos, partimos deste encontro confrontados com a provocação escrita em grandes letras no palco do Caracol Jacinto Canek: “Despertem já, povos do mundo”. E, com ela, a pergunta insistente que nos lança o espelho zapatista: E você, o que está fazendo?

Veja também:

Alguns áudios das apresentações, gravados pelo coletivo KeHuelga, estão disponíveis aqui.

Entrevista a Lukas Avendaño: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelos RZtitas, o comando infantil de RZ:

Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  

Mastuerzo: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelo coletivo KeHuelga:

Delmar Penka: (Descarga aquí)  

Errante Piratería Roja: (Descarga aquí)  

Paz de Bitácora de Aguas: (Descarga aquí)  

Titze Malambé: (Descarga aquí)  

Mesa de encerramento

Los Zurdos: (Descarga aquí)  
Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  
Stefany Weiss: (Descarga aquí)  
Antonio Ramírez: (Descarga aquí)  
Luis de Tavira: (Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés: (Descarga aquí)  

Entrevistas em vídeo realizadas por Armadilla del Sur para Rádio Zapatista:

Foto-reportagem

Foto de portada: Carlos Ogaz

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Radio Zapatista

30 Aniversario del Levantamiento Zapatista: Lo común y el autogobierno

¿Cómo enfrentar la crisis civilizatoria que vivimos? ¿Cómo enfrentar la devastación medioambiental, la crisis energética, la guerra, la reproducción de la violencia, la creciente polarización de la riqueza, la descomposición social, la brutalidad del crimen organizado y desorganizado?

Son éstas las preguntas que el zapatismo se ha planteado a lo largo de la última década. Y es a estas preguntas que el zapatismo responde con el nuevo camino que se abre al celebrar el 30 aniversario del levantamiento armado de 1994: lo común y el autogobierno. Así lo resumió el Subcomandante Insurgente Moisés en su discurso poco antes de la media noche el 31 de diciembre de 2023: “La propiedad debe ser del pueblo y común, y el pueblo tiene que gobernarse a sí mismo”.

La teoría fue detallada en los 20 comunicados publicados entre octubre y diciembre de 2023, en especial la novena parte, donde se explica la nueva estructura del autogobierno zapatista, y la vigésima parte, donde se habla de lo común y la no propiedad. La práctica, sobre la que se basa siempre toda teoría zapatista, es la que ya se lleva a cabo en las comunidades rebeldes. Mientras los medios de comunicación “de paga” se empeñaron en decir y repetir que el zapatismo ya no existe, lo que presenciamos los miles de personas que acudimos al Caracol VIII, “Resistencia y Rebeldía: Un Nuevo Horizonte”, inaugurado hace tres años en el poblado Dolores Hidalgo, cuenta una historia muy diferente, visible ya desde el trayecto hasta el lugar del encuentro: decenas de comunidades con letreros anunciando “Gobierno Autónomo Local Zapatista”. Eso sin hablar del gigantesco espacio que nos recibe, donde se congregan unos 10 mil zapatistas, sobre todo jóvenes y jóvenas, que nos deleitan con obras de teatro, música y poesía, y un gran contingente de milicianas y milicianos.

Es significativo que la celebración se realice aquí, en el mismo lugar donde hace 18 años se llevó a cabo una de las reuniones preparatorias para lo que sería la Otra Campaña. Un lugar donde, como explicó el entonces Subcomandante Marcos, existió otrora la finca Campo Grande: más de mil hectáreas de tierras fértiles con abundante agua, pista de aterrizaje, caminos y “miles de indígenas a quienes explotar, despreciar, violar, engañar, encarcelar, asesinar”. Estas tierras fueron recuperadas en el levantamiento hace 30 años, y desde entonces en ellas se construyen la autonomía, la justicia, la salud, la educación, la democracia, la libertad.

En este lugar, que tanto dolor experimentó antes del levantamiento, jóvenes de diferentes caracoles presentaron obras de teatro donde representaron el caminar zapatista en estos 30 años y los grandes cambios que se anuncian ahora (aunque se vienen implementando desde hace algún tiempo). Si quienes llegamos de otras geografías esperábamos que nos explicaran mejor las propuestas delineadas en los comunicados, fue por medio de esas obras que respondieron nuestras muchas preguntas.

Democracia

En 2003, ante la negativa del Estado mexicano de reconocer los Acuerdos de San Andrés, se fundaron los primeros cinco caracoles y las Juntas de Buen Gobierno (JBG), que junto con los consejos autónomos de los Municipios Autónomos Rebeldes Zapatistas (MAREZ), representaron una de las experiencias de autogobierno y democracia directa más importantes del mundo. En estos 20 años, las JBG mostraron al mundo que es posible crear una forma de gobierno fuera de la lógica del Estado liberal y de la democracia representativa. Un gobierno colectivo, rotativo, sin salarios ni prebendas ni mucho menos enriquecimiento a costas del erario público.

Y sin embargo, a partir de una intensa autocrítica, se pasa ahora a una forma aún más horizontal y más democrática de gobierno, centrada en las asambleas comunitarias, donde todas y todos participan: los Grupos de Autonomía Local (GAL). Como mostraron las y los jóvenes en las obras de teatro, cuando algo no se puede resolver al nivel local, se convoca un Colectivo de Grupos de Autonomía Local (CGAL), que reúne delegados de varias comunidades cercanas. Y cuando tampoco a este nivel se puede resolver un asunto, se convoca una Asamblea de Colectivos de Grupos de Autonomía Local (ACGAL), a nivel de zona, que se reúne en un caracol.

Lo Común

La frase que más se escuchó en estos días de celebración fue “Lo común”, un desafío radical al fundamento mismo del sistema capitalista: la propiedad privada. La propiedad, como dijo el Subcomandante Moisés, “debe ser del pueblo y común”.

Después del levantamiento, cuando los finqueros, que durante tanto tiempo explotaron y violentaron a los indígenas, huyeron, se recuperaron grandes extensiones de tierra. Pero muchas de esas tierras quedaron en una suerte de limbo legal, lo que ha ocasionado incontables conflictos por la tenencia de la tierra a lo largo de todos estos años. Se diría que los zapatistas lucharían por lo tanto por obtener los documentos legales de la propiedad de la tierra que, con la sangre de los caídos, recuperaron en 1994. Pero no. Como explica el Subcomandante Moisés en el vigésimo comunicado, “Los papeles de propiedad no dicen ‘esto es tuyo’, lo que dicen es ‘esto no es de aquél, atácalo’”.

Por lo tanto, en vez de eso, el zapatismo propone (y pone en efecto) la no propiedad. A la “base material de la producción”, que hasta ahora consistía en una combinación de trabajo individual-familiar y de trabajo colectivo, se le suma ahora lo que llaman “trabajo en común” o “no propiedad”. O sea, porciones de tierras recuperadas que no tienen dueño, que no son de nadie (y por lo tanto, son de todos). Es tierra que no se vende ni se compra, que se trabaja por turnos y cuyos frutos pertenecen a quienes la trabajan. Y lo más ambicioso: tierras donde se invita a trabajar también a no zapatistas: partidistas, migrantes, citadinos, desplazados, extranjeros… quien quiera que sea, siempre y cuando exista acuerdo en las GAL, CGAL y ACGAL. “Todo lo que sirva al bien común, nada que vaya contra el bien común.”

Se prevén problemas, desde luego, y eso queda muy claro en las obras de teatro. Para que lo común funcione, es necesario construir una ética colectiva. Una ética del bien común. Una ética que se construye no con discursos, sino en la práctica. En la práctica de una justicia digna basada en el diálogo y el consenso. En la salud autónoma, que se entiende no como mercancía, sino como un derecho de todas y todos. En la educación fundamentada en las necesidades de los pueblos, y no en la homogenización de una supuesta “nación mestiza” impuesta desde el Estado. En la comprensión del bien común como camino para el bien individual y familiar. En el respeto y la dignidad.

La urgencia y la mirada hacia el futuro

Los zapatistas no están mirando solamente hacia las comunidades. No se preocupan únicamente por su supervivencia ante la violencia del narcoestado y el desenfreno del capital. Nos lanzan un posible salvavidas ante una crisis global que nos afecta a todos y todas. Si es el capitalismo, por naturaleza depredador, pero ahora enloquecido con una voracidad sin precedentes, lo que está destruyendo el planeta, la pregunta es: ¿cómo destruir el capitalismo?

“No es necesario matar”, dice el Subcomandante Moisés, y dicen también las obras de teatro. La crisis climática y el agotamiento de los recursos naturales nos conducen a un futuro apocalíptico. En ese proceso, se desata una guerra de todos contra todos, como vemos con elocuencia en Chiapas y en tantos otros lugares. Ante eso, es necesario regresar a la tierra, regresar a lo que los antepasados nos han enseñado. Y es necesario también construir una ética de lo común. En todo esto, nos quedó claro el papel que desempeña la mujer en esta nueva fase de construcción del futuro. La mujer, dadora y cuidadora de vida, es quien más entiende y practica la ética de la comunalidad. Una ética basada en el cuidado, en la compartición, en el respeto, en el compromiso unos con otros. Eso nos enseñaron a lo largo de los cuatro días de celebración de tantas maneras. Con la atención de la salud autónoma cuidadosa y gratuita. Con la cocina colectiva que con tanto cariño nos alimentó. Con las conversaciones, los partidos de baloncesto, voleibol, futbol. Con la alegría de las y los niños desfilando en sus bicicletas. Con la extraordinaria organización colectiva que hizo posible que unas 12 mil personas convivieran durante cuatro días en ese espacio de libertad y colectividad.

Poco antes del discurso del Subcomandante Moisés, la fuerza de la organización zapatista se hizo presente con el desfile de milicianas y milicianos. Un desfile que fue no sólo demostración de disciplina y organización militar, sino también de alegría y celebración, cuando las milicianas rompen filas para bailar.

Del caracol de Dolores Hidalgo regresamos a nuestras geografías con la esperanza renovada de que es posible construir otros caminos en medio del desastre. De que es posible bailar bajo la tormenta. Y de que el camino requiere mucho compromiso y organización, para romper con el individualismo y el sálvese quien pueda, construyendo lo común.

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Regeneración Radio

Heredar vida: 30 años del levantamiento zapatista

Entre el 29 de diciembre y el 2 de enero del 2024 se llevó a cabo la celebración del 30 Aniversario del Inicio de la Guerra Contra el Olvido en el Caracol VIII “Resistencia y Rebeldía: Un Nuevo Horizonte”, en el poblado zapatista de Dolores Hidalgo. El evento fue organizado por miles de bases de apoyo zapatistas, hombres, mujeres, niños, niñas, ancianos y ancianas que cubiertos del rostro con pasamontañas, paliacates y cubrebocas celebraron con deportes, artes, música, comida y baile popular las tres décadas de resistencia al sistema capitalista. Estas tierras recuperadas tras el levantamiento armado del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) en 1994, son evidencia concreta de cómo el zapatismo en Chiapas ha mejorado las condiciones de vida de las comunidades con base en la organización, la autonomía y la rebeldía.

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Subcomandante Insurgente Moisés

EZLN | Novena Parte: La Nueva Estructura de la Autonomía Zapatista.

Novena Parte: La Nueva Estructura de la Autonomía Zapatista.

Noviembre del 2023.

Herman@s y compañer@s:

Les voy a tratar de explicar cómo es que reorganizamos la autonomía, o sea la nueva estructura de la autonomía zapatista.  Ya les explicaré más luego con más detalle.  O tal vez no les explicaré más, porque la práctica es lo que importa.  Claro que también pueden venir al aniversario y mirar las obras de teatro, canciones, poesías y lo de arte y cultura de esta nueva etapa de nuestra lucha.  Si no, ahí los Tercios Compas les mandarán fotos y videos.  En otro momento les contaré lo que vimos de bueno y de malo en la valoración crítica de MAREZ y JBG.  Ahora sólo les diré cómo queda.  Va:

Primero. – La base principal, que es no sólo donde se sostiene la autonomía, también sin la cual no pueden funcionar las otras estructuras es el Gobierno Autónomo Local, GAL.  Hay un GAL en cada comunidad donde habitan bases de apoyo zapatistas.  Los GAL zapatistas son el núcleo de toda la autonomía.  Son coordinados por los agentes y comisariados autónomos y están sujetos a la asamblea del pueblo, ranchería, comunidad, paraje, barrio, ejido, colonia, o como se autonombre cada población.  Cada GAL controla sus recursos autónomos organizativos (como escuelas y clínicas) y la relación con pueblos hermanos no-zapatistas vecinos.  Y controla el buen uso de la paga.  También detecta y denuncia las malas administraciones, las corrupciones y los errores que puede haber.  Y está pendiente de quienes se quieren hacer pasar como autoridades zapatistas para pedir apoyos o ayudas que usan para beneficio propio.

Entonces, si antes había unas decenas de MAREZ, o sea de Municipios Autónomos Rebeldes Zapatistas, ahora hay miles de GAL zapatistas.

Segundo. – De acuerdo a sus necesidades, problemas y avances, varios GAL se convocan en Colectivos de Gobiernos Autónomos Zapatistas, CGAZ y aquí se discuten y se toman acuerdos sobre asuntos que interesan a los GAL convocantes.  Cuando así lo determinen, el Colectivo de Gobiernos Autónomos convoca a asamblea de las autoridades de cada comunidad. Aquí se proponen, discuten y se aprueban o rechazan los planes y necesidades de Salud, Educación, Agroecología, Justicia, Comercio, y las que se vayan necesitando.  A nivel de CGAZ están los coordinadores de cada área.  No son autoridades.  Su trabajo es que se cumplan los trabajos que piden los GAL o que se ven necesarios para la vida comunitaria.  Como, por ejemplo: campañas de medicina preventiva y vacunación, campañas para enfermedades endémicas, cursos y capacitación especializada (como técnicos en laboratorio, rayos X, ultrasonido, mastografías y los que vayamos aprendiendo), de alfabetización y niveles superiores, encuentros deportivos, culturales, festividades tradicionales, etc.  Cada región o CGAZ tiene sus directivos, que son los que convocan a asambleas si hay algún problema urgente o que afecta a varias comunidades.

Es decir que, donde antes habían 12 Juntas de Buen Gobierno, ahora habrá centenares.

Tercero. – Luego siguen las Asambleas de Colectivos de Gobiernos Autónomos ZAPATISTAS, ACGAZ.  Que son lo que antes se conocían como zonas.  Pero no tienen autoridad, sino que dependen de los CGAZ.  Y los CGAZ dependen de los GAL.  La ACGAZ convoca y preside las asambleas de zona, cuando sean necesarias según las peticiones de GAL y CGAZ.  Tienen su sede en los caracoles, pero se mueven entre las regiones.  O sea que son móviles, según las demandas de atención de los pueblos.

Cuarto. – Como se podrá ver en la práctica, el Mando y Coordinación de la Autonomía se ha trasladado de las JBG y MAREZ a los pueblos y comunidades, a los GAL.  Las zonas (ACGAZ) y las regiones (CGAZ) están mandadas por los pueblos, deben rendir cuentas a los pueblos y buscar la forma de cumplir con sus necesidades en Salud, Educación, Justicia, Alimentación y las que se presenten por emergencias ocasionadas por desastres naturales, pandemias, crímenes, invasiones, guerras, y las demás desgracias que depare el sistema capitalista.

Quinto. – Se ha reorganizado la estructura y disposición del EZLN de modo de aumentar la defensa y seguridad de los poblados y de la madre tierra en caso de agresiones, ataques, epidemias, invasión de empresas depredadoras de la naturaleza, ocupaciones militares parciales o totales, catástrofes naturales y guerras nucleares.  Nos hemos preparado para que sobrevivan nuestros pueblos, incluso aislados unos de otros.

Sexto. – Entendemos que tengan problemas para asimilar esto.  Y que, durante un tiempo, van a batallar en entenderlo.  A nosotros nos tomó 10 años pensarlo, y de esos 10 años, 3 en prepararlo para su práctica.

También entendemos que les parezca que está revuelto su pensamiento.  Por eso es necesario que se cambien su canal de entendimiento.  Sólo mirando muy lejos, hacia atrás y hacia adelante, se podrá entender el paso presente.

Esperamos que comprendan que es una estructura nueva de autonomía, que apenas estamos aprendiendo y que tardará un poco en caminar bien.

En realidad, este comunicado tiene sólo la intención de decirles que la autonomía zapatista sigue y avanza, que pensamos que estará así mejor para los pueblos, comunidades, parajes, barrios, colonias, ejidos y rancherías donde viven, es decir, luchan las bases de apoyo zapatistas.  Y que ha sido su decisión de ellos, tomando en cuenta sus ideas y propuestas, sus críticas y autocríticas.

También, como se irá viendo, es que esta nueva etapa de la autonomía se hace para enfrentar lo peor de la Hidra, su bestialidad más infame y su locura destructiva.  Sus guerras e invasiones empresariales y militares.

No existen para nosotros fronteras ni geografías lejanas.  Todo lo que pasa en cualquier rincón del planeta, nos afecta e incumbe, nos preocupa y duele.  En la medida de nuestras muy pequeñas fuerzas, apoyaremos a seres humanos en desgracia sin importar su color, raza, nacionalidad, creencia, ideología y lengua.  Aunque no sepamos muchos idiomas ni entendamos muchas culturas y modos, sabemos comprender el sufrimiento, el dolor, la pena, y la digna rabia que provoca el sistema.

Sabemos leer y escuchar a los corazones hermanos.  Seguiremos tratando de aprender de ellos, de sus historias y de sus luchas.  No sólo porque hemos padecido eso por siglos enteros y sabemos lo que es.  También y sobre todo porque, como desde hace 30 años, nuestra lucha es por la vida.

Seguramente hemos cometido muchos errores en todos estos años.  De seguro haremos más en los siguientes 120 años.  Pero NO nos rendiremos, NO cambiaremos de camino, NO nos venderemos.  Siempre estaremos revisando con mirada crítica nuestra lucha, sus tiempos y modos.

Siempre estarán nuestra mirada, nuestro oído, nuestra cabeza y nuestro corazón, dispuestos a aprender de otros que, aunque diferentes en muchas cosas, tienen nuestras mismas preocupaciones y semejantes anhelos de democracia, libertad y justicia.

Y siempre buscaremos lo mejor para nuestros pueblos y para las comunidades hermanas.

Somos, pues, zapatistas.

Mientras haya al menos un, una, unoa zapatista en cualquier rincón del planeta, resistiremos en rebeldía, es decir, lucharemos.

Ahí lo vean amigos y enemigos.  Y los que no son ni una cosa ni otra.

Sólo por ahora.

Desde las montañas del Sureste Mexicano.

Subcomandante Insurgente Moisés.
México, noviembre del 2023.
Más de 500, 40, 30, 20, 10 años después.

P.D.- Aquí les dejo un dibujo a ver si se entiende un poco.

 

 

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Red Universitaria Anticapitalista

Carta de la Red Universitaria Anticapitalista al director del periódico Milenio

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Frayba

Desaparición Forzada de 4 Bases de Apoyo Zapatistas del Caracol Patria Nueva, municipio de Ocosingo

<<ACTUALIZACIÓN>>

La Junta de Buen Gobierno del Caracol Patria Nueva informó que han aparecido con vida la señora Hilaria Hernández Gómez y sus 3 hijos, Tomas López Hernández de 3 años de edad, los niños Jeremías López Hernández de 10 años y Julio Cesar López Hernández de 6 años de edad.


San Cristóbal de La Casas, Chiapas, México
10 de enero 2022
Acción Urgente No. 2

Desaparición Forzada de 4 Bases de Apoyo Zapatistas del Caracol Patria Nueva

  • Desplazamiento Forzado por ataque de un grupo armado.

El Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas (Frayba) recibió información urgente de la Junta de Buen Gobierno (JBG) “Nuevo Amanecer en Resistencia y Rebeldía por la Vida y la Humanidad”, Caracol Patria Nueva, en Chiapas, México, que el día de hoy 10 de enero de 2022, aproximadamente a la 1:00 horas, fue atacada la comunidad autónoma 16 de Febrero en el municipio autónomo Lucio Cabañas, municipio oficial de Ocosingo, Chiapas.

Un grupo de alrededor de 15 personas encapuchadas y armadas, entraron a la comunidad autónoma, desplazando a una familia Base de Apoyo del Ejercito Zapatista de Liberación Nacional, golpeando con la culata de un arma de fuego a un joven de 15 años, la señora Hilaria Hernández Gómez de 42 años, fue golpeada y obligada a salir su casa mientras llevaba en brazos a su hijo Tomas López Hernández de 3 años de edad, los niños Jeremías López Hernández de 10 años y Julio Cesar López Hernández de 6 años de edad, se quedaron en la casa. Hasta el momento se desconoce el paradero de la señora Hilaria Hernández Gómez y sus hijos Tomas, Jeremías y Julio Cesar.

El Frayba hace un llamado urgente al Estado mexicano para que intervenga de manera inmediata para la búsqueda y localización con vida de la señora Hilaria Hernández Gómez y sus tres hijos, así como realice acciones eficaces para cesar las agresiones del grupo armado que se encuentra en la comunidad. Al cierre de esta acción urgente recibimos el reporte de que el grupo armado se encuentra posicionado en la comunidad autónoma, por lo que existe un grave riesgo a la vida, seguridad e integridad de los habitantes.

Exigimos se respete la jurisdicción, autonomía y libre determinación de la Junta de Buen Gobierno Zapatista “Nuevo Amanecer en Resistencia y Rebeldía por la Vida y la Humanidad”, Caracol Patria Nueva, Chiapas Zapatista -municipio oficial de Ocosingo- al implementar las acciones pertinentes.

Hacemos un llamado a la solidaridad nacional e internacional que firmen esta acción urgente y le escriban a las autoridades mexicanas para cesar estas acciones violentas.

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Red de Resistencia y Rebeldía Ajmaq

Desaparición de dos integrantes de la Junta de Buen Gobierno Patria Nueva, Caracol 10, por parte de la ORCAO

Fuente: Red de Resistencia y Rebeldía Ajmaq

Desaparición de dos integrantes de la Junta de Buen Gobierno Patria Nueva, del Caracol 10 “Floreciendo la semilla rebelde” por parte de la ORCAO

Jobel, Chiapas, México
a 14 de septiembre de 2021

A los pueblos del mundo
Al Congreso Nacional Indígena
Al Concejo Indígena de Gobierno
A la Sexta Nacional e Internacional
A las Redes de Resistencia y Rebeldías

Hermanas, hermanos, compañeras y compañeroas: Denunciamos el discurso hipócrita, mentiroso y chapusero del gobierno federal de Andrés Manuel López Obrador, del gobernador del estado de Chiapas Rutilio Escandón Cadenas de respetar las autonomías de los Pueblos Originarios, cuando en realidad ha implementado una serie de acciones de contrainsurgencia contra las Autonomías que caminan los pueblos del Ejército Zapatista de Liberación Nacional y sus Bases de Apoyo.

Hoy damos a conocer, con la permisibilidad de los tres niveles del mal gobierno —municipal, estatal y federal—, el secuestro de dos integrantes de la Junta de Buen Gobierno “Nuevo Amanecer en Resistencia y Rebeldía por la Vida y la Humanidad”, Caracol 10 “Floreciendo la semilla rebelde”.

Los dos integrantes de la Junta de Buen Gobierno, José Antonio Sánchez Juárez y Sebastián Núñez Pérez, salieron el día 11 de septiembre de este año, como a las 8 de la mañana, de la sede de la Junta en una camioneta de redila con placas CW-0001-C a realizar una tarea de la Junta en otro lugar. Al no recibir información, la Junta inició un proceso de búsqueda, localizando la camioneta en la comunidad 7 de Febrero, municipio de Ocosingo, Chiapas. Cabe recordar que esta localidad es la sede de la Organización Regional de Cafeticultores de Ocosingo (ORCAO) —en donde, según información, fueron detenidos los dos integrantes de la Junta en lo que ha sido legítimamente territorio del EZLN y donde se sembró la tienda-cooperativa el Arco Iris como parte de la expresión de la economía autónoma zapatista. Hasta la fecha y hora, martes 14 de septiembre, la JBG no ha podido ver a los detenidos, verificar su estado de salud, ni constatar el lugar donde se encuentran, por lo que están en calidad de desaparecidos.

La ORCAO ha perpetrado una serie de acciones criminales contra las Bases de Apoyo del EZLN de la comunidad autónoma Moisés-Gandhi desde hace varios meses. Siendo los actos más despreciables, aquellos registrados desde agosto del 2020, donde se ejecutó de forma violenta el saqueo, robo, destrucción y quema de la tienda-cooperativa autónoma el Arco Iris, el secuestro del Base de Apoyo del EZLN Félix López Hernández el día 8 de noviembre de 2020 y  el secuestro de dos defensores de Derechos Humanos del Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas el 12 de abril del presente año. Nuevamente este año, en el mes de septiembre, vuelven a insistir con sus acciones delincuenciales. Esta escalada de violencia orquestada desde los altos poderes del gobierno federal se enmarca en la iniciativa del EZLN “Travesía por la Vida Capitulo Europa”. Iniciativa organizativa que busca expandir, de forma pacífica y creativa, la semilla de la resistencia-rebeldía por la humanidad y la Madre Tierra, es decir: por la Vida.

Por tales hechos exigimos la presentación con vida de los Bases de Apoyo de EZLN José Antonio Sánchez Juárez y Sebastián Núñez Pérez.
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radio
Subcomandante Insurgente Moisés

Por coronavirus el EZLN cierra caracoles y llama a no abandonar las luchas actuales

COMUNICADO DEL COMITÉ CLANDESTINO REVOLUCIONARIO INDÍGENA-COMANDANCIA GENERAL DEL EJÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERACIÓN NACIONAL.

MÉXICO.

16 DE MARZO DEL 2020.

AL PUEBLO DE MEXICO:
A LOS PUEBLOS DEL MUNDO:
AL CONGRESO NACIONAL INDÍGENA – CONCEJO INDÍGENA DE GOBIERNO:
A LA SEXTA NACIONAL E INTERNACIONAL:
A LAS REDES DE RESISTENCIA Y REBELDÍA:

HERMANAS, HERMANOS, HERMANOAS:
COMPAÑEROS, COMPAÑERAS, COMPAÑEROAS:

LES COMUNICAMOS QUE:

CONSIDERANDO LA AMENAZA REAL, COMPROBADA CIENTÍFICAMENTE, PARA LA VIDA HUMANA QUE REPRESENTA EL CONTAGIO DEL COVID-19, TAMBIÉN CONOCIDO COMO “CORONAVIRUS”.

CONSIDERANDO LA FRÍVOLA IRRESPONSABILIDAD Y LA FALTA DE SERIEDAD DE LOS MALOS GOBIERNOS Y DE LA CLASE POLÍTICA EN SU TOTALIDAD, QUE HACEN USO DE UN PROBLEMA HUMANITARIO PARA ATACARSE MUTUAMENTE, EN LUGAR DE TOMAR LAS MEDIDAS NECESARIAS PARA ENFRENTAR ESE PELIGRO QUE AMENAZA LA VIDA SIN DISTINCIÓN DE NACIONALIDAD, SEXO, RAZA, LENGUA, CREENCIA RELIGIOSA, MILITANCIA POLÍTICA, CONDICIÓN SOCIAL E HISTORIA.

CONSIDERANDO LA FALTA DE INFORMACIÓN VERAZ Y OPORTUNA SOBRE EL ALCANCE Y GRAVEDAD DEL CONTAGIO, ASÍ COMO LA AUSENCIA DE UN PLAN REAL PARA AFRONTAR LA AMENAZA.

CONSIDERANDO EL COMPROMISO ZAPATISTA EN NUESTRA LUCHA POR LA VIDA.

 

HEMOS DECIDIDO:

PRIMERO.- DECRETAR LA ALERTA ROJA EN NUESTROS PUEBLOS, COMUNIDADES Y BARRIOS, Y EN TODAS LAS INSTANCIAS ORGANIZATIVAS ZAPATISTAS.

SEGUNDO.- RECOMENDAR A LAS JUNTAS DE BUEN GOBIERNO Y MUNICIPIOS AUTONÓMOS REBELDES ZAPATISTAS, EL CIERRE TOTAL DE LOS CARACOLES Y CENTROS DE RESISTENCIA Y REBELDÍA, DE FORMA INMEDIATA.

TERCERO.- RECOMENDAR A LAS BASES DE APOYO Y A TODA LA ESTRUCTURA ORGANIZATIVA SEGUIR UNA SERIE DE RECOMENDACIONES Y MEDIDAS DE HIGIENE EXTRAORDINARIAS QUE LES SERÁN TRASMITIDAS EN LAS COMUNIDADES, PUEBLOS Y BARRIOS ZAPATISTAS.

CUARTO.- ANTE LA AUSENCIA DE LOS MALOS GOBIERNOS, EXHORTAR A TODAS, A TODOS Y A TODOAS, EN MÉXICO Y EL MUNDO, A QUE TOMEN LAS MEDIDAS SANITARIAS NECESARIAS QUE, CON BASES CIENTÍFICAS, LES PERMITAN SALIR ADELANTE Y CON VIDA DE ESTA PANDEMIA.

QUINTO.- LLAMAMOS A NO DEJAR CAER LA LUCHA CONTRA LA VIOLENCIA FEMINICIDA, A CONTINUAR LA LUCHA EN DEFENSA DEL TERRITORIO Y LA MADRE TIERRA, A MANTENER LA LUCHA POR L@S DESAPARECID@S, ASESINAD@S Y ENCARCELAD@S, Y A LEVANTAR BIEN ALTO LA BANDERA DE LA LUCHA POR LA HUMANIDAD.

SEXTO.- LLAMAMOS A NO PERDER EL CONTACTO HUMANO, SINO A CAMBIAR TEMPORALMENTE LAS FORMAS PARA SABERNOS COMPAÑERAS, COMPAÑEROS, COMPAÑEROAS, HERMANAS, HERMANOS, HERMANOAS.

LA PALABRA Y EL OÍDO, CON EL CORAZÓN, TIENEN MUCHOS CAMINOS, MUCHOS MODOS, MUCHOS CALENDARIOS Y MUCHAS GEOGRAFÍAS PARA ENCONTRARSE.  Y ESTA LUCHA POR LA VIDA PUEDE SER UNO DE ELLOS.

ES TODO.

DESDE LAS MONTAÑAS DEL SURESTE MEXICANO.
Por el Comité Clandestino Revolucionario Indígena-Comandancia General del
Ejército Zapatista de Liberación Nacional.

Subcomandante Insurgente Moisés.
México, marzo del 2020.

radio
Radio Pozol

“Hoy les toca hacer lo que soñábamos hace 37 años”, zapatistas inauguran el Caracol Jacinto Canek, en San Cristóbal de las Casas, Chiapas.

Chiapas, México. 23 de diciembre. “Venimos ejerciendo y realizando los trabajos como educación, salud, agroecología y medios de comunicación. Pero el día de hoy damos un paso más de nuestra lucha y la autonomía, se forma un nuevo Caracol que lo llamamos Jacinto Canek, en honor del líder maya que fuera asesinado y despedazado por los españoles en el estado de Yucatán. Hoy día este Caracol VII, empezará a funcionar, con sus actividades como otros caracoles. Se inaugurarán sus nuevos espacios de trabajo. Hoy se entrega un equipo de la Junta de Buen Gobierno (JBG), que cuidará el caracol y representará a los pueblos que conforman este nuevo centro, con el nombre de “Flor de nuestra palabra, Luz de nuestros pueblos que refleja para todos y todas”, y se hace la entrega formal de los cinco bastones de mando que representa los municipios y regiones autónomas que conforman este nuevo Caracol, por la JBG del Caracol II de Oventic”, compartió este día la Comandancia del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN), en San Cristóbal de las Casas.

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radio
Radio Pozol

Pueblos originarios en Defensa del Territorio y la Madre Tierra

Chiapas, México. 21 de diciembre. Lo expresado en el foro “En Defensa del Territorio y la Madre Tierra”, convocado por el Congreso Nacional Indígena (CNI), el Concejo Indígena de Gobierno (CIG) y el Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN), ha sido en su primer día una muestra de la organización emprendida por los pueblos originarios hace ya varias décadas, ante lo que los indígenas mexicanos califican como la “Guerra capitalista”, en contra de todas las formas de vida.

Ante la riqueza de todo lo expresado por los diferentes pueblos en resistencia en el Caracol Zapatista Jacinto Canek, la comandancia del EZLN, expresó su decisión por medio de su vocero el Subcomandante Moisés, de no participar este día y permitir que las comunidades invitadas tuvieran el suficiente tiempo para compartir el cómo van construyendo sus procesos de organización, encaminados a la autonomía y libre autodeterminación.

Tanto los pueblos del norte como el sur de México, coinciden en defender el “territorio y la madre tierra”, contra los megaproyectos como gasoductos, presas, autopistas, parque industriales, desarrollos inmobiliarios, eólicas, minas, aeropuertos, agroindustria, termoeléctricas y lo que los indígenas Binnizá expusieron como el proyecto primordial de la autodenominada “cuarta trasformación” (4T), el corredor interoceánico en el istmo de Tehuantepec, Oaxaca; proyecto que compite en daños al medio ambiente y comunidades con el mal llamado “tren maya”, como lo han reiterado en diversas ocasiones organizaciones ecologistas. Dichos proyectos van acompañados de la división, confrontación y despojo de las comunidades, evidenciaron los integrantes del CNI-CIG.

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