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Radio Zapatista

Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN): o espelho que me persegue

En español aquí.
Tradução: Aline Spaniak

“O EZLN é o espelho que me persegue”, foi o que nos disse o artista oaxaquenho Lukas Avendaño durante o Encontro (Rebel e Revel) Arte, realizado no Caracol Jacinto Canek e no Cideci/UniTierra, em Chiapas/México, de 13 a 19 de abril de 2025. Mas não é qualquer espelho, ele esclareceu: é o espelho fumegante de Tezcatlipoca, o espelho de obsidiana que reflete seu verdadeiro ser, mesmo que você não queira vê-lo. Para ele, como para tantas e tantos outros, o EZLN é um espelho onde vê refletido seu próprio ser — no seu caso, seu ser indígena e seu ser muxe (termo Zapoteca para identidades de gênero não binárias) — com dignidade; reflexo que o impulsiona a contribuir com suas performances e sua vitalidade para a construção de outra humanidade possível.

O Encontro (Rebel e Revel) Arte foi isso: um espelho fumegante que, a partir da reflexão sobre a crise global que atravessamos, nos interpela com uma questão desconfortável, porém, mais necessária do que nunca: e vocês, o que estão fazendo? Uma pergunta que ganha força diante da constatação de tudo o que eles e elas — sobretudo os jovens e as jovens — fazem para enfrentar a tormenta que vivemos, não apenas com coragem e determinação, mas também com uma alegre rebeldia.

Como é possível que nesses espaços onde, durante uma semana, se insistiu — por meio de todas as formas artísticas (poesia, teatro, música, dança, circo, performance, cinema, artes plásticas, literatura e mais) — no provável colapso do nosso mundo diante da voracidade do capital, e na morte e no sofrimento inconcebível que esse processo de colapso implica e implicará para boa parte da humanidade, o que tenha predominado foi justamente a alegria, a festa, a celebração da vida?

Parte da resposta está no contexto. Como confirma o relatório do Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, Chiapas na espiral da violência armada e criminal, Chiapas vive, há anos, uma gravíssima situação de violência armada, com operação impune de grupos do crime organizado, desaparecimentos e recrutamentos forçados, militarização, assassinatos, imposição de megaprojetos, criminalização e agressões contra defensores do território, entre muitas outras violações. Nesse contexto, as comunidades indígenas e camponesas enfrentam um processo de decomposição social que empurra os jovens a abandonar a terra, muitas vezes migrando para o norte ou unindo-se à delinquência.

É nesse contexto — em que muitos “especialistas” previam o fim do zapatismo — que as e os jovens zapatistas se manifestam com força, criatividade e alegria, incorporando a ética de defesa e amor pela vida impulsionada pelo zapatismo há mais de três décadas. Lá estavam as e os milicianos (zapatistas civis com treinamento militar para a autodefesa das comunidades) com sua dignidade rebelde, jovens artistas protagonistas de peças teatrais extraordinárias, artistas plásticos, rappers, poetas. Uma juventude muito outra, rompendo os moldes do que se entende por juventude indígena, com a vitalidade de uma tradição viva, um olhar voltado para o futuro fundamentado na consciência do passado. Ou seja, uma esperança de vida em meio à tormenta.

No dia 15 de abril, no Caracol Jacinto Canek, uma centena de jovens vindos dos 12 caracóis apresentaram a peça “A natureza se revela e se rebela”. Vestidos com belíssimos figurinos — confeccionados por eles mesmos — representando uma grande variedade de animais, explicaram como a destruição do planeta e a mercantilização da vida os afetam. Também deram voz à água, fonte de vida cada vez mais escassa e contaminada, e por fim, à própria Terra, que sofre com a mineração, a poluição, os agrotóxicos e muito mais. É então que os seres da Terra decidem se organizar e defender a vida de forma coletiva. Quando os empresários chegam com seus portfólios, sua ganância, suas máquinas e seus operários, os insetos — seguidos de todos os outros animais — os atacam e os expulsam. “A vida é comum, comum é a vida; agora nos cabe recriar e renascer outra vida, e isso deve ser em comum”, dizem.

“O comum”, nos dizem por meio das peças de teatro, das músicas, dos poemas, das artes plásticas, é o único caminho diante da maquinária de morte de um sistema cuja voracidade não conhece limites. A prática do “comum” no zapatismo não é novidade. Na verdade, é o fundamento de sua construção desde os tempos da clandestinidade. A organização e o trabalho coletivo foram, desde o início, a base de todo o caminhar zapatista — e, certamente, da construção da autonomia —, desde o autogoverno e a justiça autônoma até a saúde e a educação autônomas, a soberania econômica, a comunicação, a agroecologia e todas as formas de resistência e rebeldia. Mas, é nos tempos recentes que “o comum” se coloca explicitamente como o centro não apenas das grandes transformações internas em curso nos últimos anos, mas também da interpelação do zapatismo para fora, para nós, no contexto da crise global. Sem a ação coletiva de organizações, grupos e indivíduos ao redor do planeta — tanto no campo quanto na cidade —, não haverá vida possível diante da destruição em curso, nos diz o zapatismo uma e outra vez.

Quando o EZLN tornou explícita a noção de “o comum” pela primeira vez em dezembro de 2023, referia-se especificamente a uma proposta radical de posse da terra: a “não propriedade”. Ou seja, terras recuperadas que o EZLN declarava “em comum” — terras de ninguém e de todos — nas quais, após acordo coletivo entre zapatistas e não zapatistas da região, qualquer indivíduo ou coletivo poderia trabalhar coletivamente, beneficiando-se de sua produção, mas sem ser proprietário da terra nem de tudo o que nela fosse construído. Defender a terra, portanto, não significa buscar o reconhecimento oficial de sua propriedade por parte do Estado, mas, ao contrário, abolir o próprio conceito de propriedade e promover o uso comum da terra para o benefício coletivo. No entanto, a proposta do comum não se limita às comunidades indígenas zapatistas e não zapatistas de Chiapas: ela se abre ao mundo, diante da urgência de enfrentar coletivamente a crise global. Diante disso, indivíduos e coletivos de qualquer geografia são convidados a trabalhar em comum para aprender a cultivar a terra e adquirir conhecimentos que ajudem a sobreviver à tormenta.

As peças de teatro e demais criações artísticas apresentadas durante as celebrações do 30º aniversário do levante zapatista, no caracol de Dolores Hidalgo, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, elaboraram ainda mais a ideia do comum. E, na primeira sessão dos Encontros de Resistência e Rebeldia, em dezembro de 2024 e janeiro deste ano, a comandância, as autoridades civis e os promotores e promotoras de educação e saúde compartilharam o sentido e a genealogia da ideia do comum, que não deriva do marxismo nem de qualquer outra teoria de origem europeia, mas sim da experiência dos avôs e avós dos povos originários.

Agora, neste Encontro (Rebel e Revel) Arte, a noção de “comum” se abre a toda forma de coletividade organizada e radicalmente democrática. Assim, a peça “O amor na tormenta e o dia depois”, criada por jovens dos caracóis de La Realidad, Oventic, Garrucha, Morelia, Roberto Barrios e La Unión, explora a privatização da terra em comunidades irmãs, não zapatistas, o que leva à sua subsequente subdivisão geração após geração, até que se torne impossível viver dela. A peça também aborda a exclusão das mulheres do direito à terra; a decomposição social; a criminalidade, o uso de drogas, o alcoolismo e a prostituição; a migração e a venda das terras diante do endividamento. Já no final, uma comunidade irmã procura os zapatistas, que os orientam com ideias e formação para a construção da autonomia em comum. Dessa forma, a proposta do “comum” vai além da não propriedade das terras recuperadas. A coletividade do comum se estende a todos os aspectos da vida: saúde, educação, justiça, autogoverno, criação e reprodução de mundos em todos os cantos — sementes para o florescimento de uma outra humanidade “no dia depois” do colapso de nossa civilização.

Esse esforço consiste também na partilha “em comum” de conhecimentos e saberes que ajudem a enfrentar a tormenta. Assim, jovens zapatistas — entre 12 e 20 anos — compartilharam saberes herdados de seus ancestrais, que permitem viver de forma autônoma, sem depender de avanços tecnológicos que, por sua vez, dependem de um sistema não sustentável. Fabricação de cestos, pigmentos, adobe, panelas e pratos, cal hidratada, cordas, entre outros — tudo feito com materiais naturais.

Por outro lado, as muitas obras apresentadas pelas e pelos artistas não zapatistas nos convidaram a refletir e a sonhar outras possibilidades a partir de uma extraordinária pluralidade de perspectivas, em uma grande variedade de contextos e geografias. Em tudo isso, evidentemente, a Palestina, assim como as “buscadoras” — os coletivos de mães incansáveis que buscam seus filhos desaparecidos no México — estiveram sempre presentes.

No último dia, 19 de abril, no Cideci/Universidade da Terra, o encontro foi encerrado com uma mesa coordenada pelo Capitão Marcos, da qual participaram Los Zurdos, Payasos en Rebeldía, Stefani Weiss, Antonio Ramírez, Luis de Tavira e o Subcomandante Moisés.

Encerramos aqui com algumas palavras de Iván Prado, do coletivo Payasos en Rebeldía, que nos lembra que é na infância e na juventude que se encontra a esperança de um novo amanhecer: “As crianças mantêm um lugar de espontaneidade, de crença profunda na capacidade de viver nossos sonhos: a força de sonhar. A capacidade do ser humano de construir mundos a partir dos sonhos. A inocência, a consciência e a potência que temos na infância têm a ver com saber quem somos e onde estamos. Somos a semente desse futuro, desse dia depois. O que vimos nestes dias é a semente dessa arte futura que virá após o colapso. Nós, artistas que participamos deste encontro nestes dias, estamos semeando esse amanhã, porque o amanhã se semeia hoje.”

Olhando-nos no espelho de obsidiana que a arte e a criatividade zapatista colocam diante de nossos olhos, partimos deste encontro confrontados com a provocação escrita em grandes letras no palco do Caracol Jacinto Canek: “Despertem já, povos do mundo”. E, com ela, a pergunta insistente que nos lança o espelho zapatista: E você, o que está fazendo?

Veja também:

Alguns áudios das apresentações, gravados pelo coletivo KeHuelga, estão disponíveis aqui.

Entrevista a Lukas Avendaño: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelos RZtitas, o comando infantil de RZ:

Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  

Mastuerzo: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelo coletivo KeHuelga:

Delmar Penka: (Descarga aquí)  

Errante Piratería Roja: (Descarga aquí)  

Paz de Bitácora de Aguas: (Descarga aquí)  

Titze Malambé: (Descarga aquí)  

Mesa de encerramento

Los Zurdos: (Descarga aquí)  
Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  
Stefany Weiss: (Descarga aquí)  
Antonio Ramírez: (Descarga aquí)  
Luis de Tavira: (Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés: (Descarga aquí)  

Entrevistas em vídeo realizadas por Armadilla del Sur para Rádio Zapatista:

Foto-reportagem

Foto de portada: Carlos Ogaz

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Radio Zapatista

EZLN, el espejo que me persigue

Em português aqui.

“El EZLN es el espejo que me persigue.” Eso nos dijo el artista oaxaqueño Lukas Avendaño durante el Encuentro (Rebel y Revel) Arte, realizado en el Caracol Jacinto Canek y en el Cideci/UniTierra Chiapas del 13 al 19 de abril de 2025. Pero no cualquier espejo, aclaró: el espejo humeante de Tezcatlipoca, el espejo de obsidiana que refleja tu verdadero ser, aunque no quieras verlo. Para él, como para tantas y tantos otros, el EZLN es un espejo donde ve reflejado su propio ser —en su caso, su ser indígena y su ser muxe— con dignidad; reflejo que lo impulsa a contribuir con sus performances y su vitalidad a la construcción de otra humanidad posible.

El Encuentro (Rebel y Revel) Arte fue eso: un espejo humeante que, a partir de la reflexión sobre la crisis global que atravesamos, nos interpela con la pregunta, sin duda incómoda, pero más que nunca necesaria: Y ustedes, ¿qué? Una pregunta que cobra fuerza a partir de la constatación de lo mucho que ellos y ellas, sobre todo los jóvenes y las jóvenas, hacen por enfrentar la tormenta que vivimos no sólo con fiereza y determinación, sino también con alegre rebeldía.

¿Cómo es posible que en esos espacios donde, durante una semana, se insistió por medio de todas las formas artísticas (poesía, teatro, música, danza, circo, performance, cine, artes plásticas, literatura y más) en el probable colapso de nuestro mundo ante la voracidad del capital, y en la muerte y el inconcebible sufrimiento que el proceso de dicho colapso implica e implicará para buena parte de la humanidad, lo que haya primado haya sido la alegría, la fiesta, la celebración de la vida?

Parte de la respuesta está en el contexto. Como confirma el informe del Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, Chiapas, en la espiral de la violencia armada y criminal, Chiapas vive desde hace años una gravísima situación de violencia armada, operación impune de grupos del crimen organizado, desaparición y reclutamiento forzados, militarización, asesinato, imposición de megaproyectos, criminalización y agresiones a defensores del territorio y mucho más. En ese contexto, las comunidades indígenas y campesinas sufren un proceso de descomposición social que impulsa a los jóvenes a abandonar la tierra, muchas veces migrando al norte o uniéndose a la delincuencia.

Es en ese contexto, en el que muchos “expertos” pronosticaban el fin del zapatismo, que las y los jóvenes zapatistas se manifiestan con fuerza, creatividad y alegría, incorporando la ética de defensa y amor por la vida impulsada desde hace más de tres décadas por el zapatismo. Ahí estaban las y los milicianos con su dignidad rebelde, los jóvenes artistas protagonistas de extraordinarias piezas de teatro, los artistas plásticos, los raperos, los poetas. Una juventud muy otra, rompiendo los moldes de lo que se entiende por juventud indígena, con la vitalidad de una tradición viva, con una mirada al futuro fundamentada en la conciencia del pasado. O sea, una esperanza de vida en medio de la tormenta.

El 15 de abril, en el Caracol Jacinto Canek, una centena de jóvenes provenientes de los 12 caracoles presentaron la obra “La naturaleza se revela y se rebela”. Ataviados con bellísimos disfraces, confeccionados por ellos mismos, de una gran multitud de animales, explican cómo les afecta la destrucción del planeta y la mercantilización de la vida. Habla también el agua, fuente de vida contaminada y cada vez más escasa, y finalmente la Tierra, que sufre por la minería, la contaminación, los agroquímicos y mucho más. Es entonces que los seres de la Tierra deciden organizarse y defender la vida en colectivo. Cuando los empresarios llegan con sus portafolios, su avaricia, su maquinaria y sus obreros, los insectos primero y después todos los animales los atacan y los ahuyentan. “La vida es común, común es la vida; ahora nos toca recrear y renacer otra vida, y eso debe ser en común”, dicen.

“El común”, nos dicen por medio de las obras de teatro, las músicas, los poemas, las artes plásticas, es el único camino frente a la maquinaria de muerte de un sistema cuya voracidad no tiene límites. La práctica de “el común” en el zapatismo no es nueva. De hecho, es el fundamento de su construcción desde los tiempos de la clandestinidad. La organización y el trabajo colectivos han sido desde sus inicios la base de todo el caminar zapatista y desde luego de la construcción de la autonomía, desde el autogobierno y la justicia autónoma hasta la salud y educación autónomas, la soberanía económica, la comunicación, la agroecología y todas las formas de resistencia y rebeldía. Pero es en tiempos recientes que “el común” se plantea explícitamente como el centro no sólo de los grandes cambios internos en curso en los últimos años, sino también de la interpelación del zapatismo hacia fuera, hacia nosotras y nosotros, en el contexto de la crisis global. Sin la acción colectiva de organizaciones, agrupaciones e individuos a lo largo del planeta, tanto en el campo como en la ciudad, no habrá vida posible ante la destrucción en curso, nos dice el zapatismo una y otra vez.

Cuando el EZLN hizo explícita la noción de “el común” por primera vez en diciembre de 2023, se refería específicamente a una propuesta radical de tenencia de la tierra: la “no propiedad”. O sea, tierras recuperadas que el EZLN declaraba “en común”, tierras de nadie y de todos en las que, tras común acuerdo por parte de zapatistas y no zapatistas de la región, cualquier individuo o colectivo podría trabajar en común, beneficiándose de su producción, pero sin ser propietario de la tierra ni de todo aquello que en ella se construyera. Defender la tierra, por lo tanto, no implica el reconocimiento oficial de su propiedad por parte del Estado, sino, al contrario, la abolición del concepto mismo de propiedad y el uso común de la tierra para beneficio colectivo. Pero la propuesta del común no abarca solamente a las comunidades indígenas zapatistas y no zapatistas de Chiapas: se abre al mundo ante la urgencia de enfrentar colectivamente la crisis global. Ante eso, se invitan a individuos y colectivos de cualquier geografía a trabajar en común para aprender a labrar la tierra y adquirir conocimientos que ayuden a sobrevivir la tormenta

Las piezas de teatro y demás creaciones artísticas presentadas durante las celebraciones del 30 aniversario del levantamiento zapatista en el caracol de Dolores Hidalgo, en diciembre de 2023 y enero de 2024, elaboraron aún más la idea del común. Y en la primera sesión de los Encuentros de Resistencia y Rebeldía en diciembre de 2024 y enero de este año, la comandancia, autoridades civiles y promotoras y promotores de educación y salud compartieron el sentido y la genealogía de la idea del común, que se deriva no del marxismo ni de cualquier otra teoría de origen europeo, sino de la experiencia de los abuelos y abuelas de los pueblos originarios.

Ahora, en este Encuentro (Rebel y Revel) Arte, la noción del común se abre a toda forma de colectividad organizada y radicalmente democrática. Así, la obra de teatro “El amor en la tormenta y el día después”, creada por jóvenes de los caracoles de La Realidad, Oventic, Garrucha, Morelia, Roberto Barrios y La Unión, explora la privatización de la tierra en comunidades hermanas, no zapatistas, que conduce a su subdivisión subsecuente generación tras generación, hasta que se vuelve imposible vivir de la misma. La obra explora también la exclusión de las mujeres de la propiedad de la tierra; la descomposición social, la delincuencia, la drogadicción, el alcoholismo y la prostitución; la migración y la venta de la tierra ante las deudas. Hacia el final de la obra, una comunidad hermana busca a los zapatistas, quienes los orientan con ideas y capacitación en la construcción de la autonomía en común. Así, la propuesta de “el común” va más allá de la no propiedad de tierras recuperadas. La colectividad de lo común se extiende a todos los aspectos de la vida: la salud, la educación, la justicia, el autogobierno, la creación y reproducción de mundos por doquier que sean semillas para el florecimiento de una humanidad otra “el día después” tras el colapso de nuestra civilización.

Este esfuerzo consiste también en la compartición “en común” de conocimientos y saberes que ayuden a enfrentar la tormenta. Así, jóvenes y jóvenas zapatistas de entre 12 y 20 años de edad compartieron conocimientos heredados de sus antepasados que permiten vivir de forma autónoma sin depender de avances tecnológicos a su vez dependientes de todo un sistema que no es sustentable. Fabricación de canastos, pigmentos, adobe, ollas y platos, calidra, cuerdas, etc., todo con materiales naturales.

Por otro lado, las muchas obras presentadas por las y los artistas no zapatistas nos invitaron a reflexionar y a soñar otras posibilidades desde una pluralidad extraordinaria de perspectivas en una gran variedad de contextos y geografías. En todo eso, evidentemente, Palestina, así como las buscadoras, estuvieron siempre presentes.

El último día, el 19 de abril, en el Cideci/Universidad de la Tierra, el encuentro cerró con una mesa coordinada por el Capitán Marcos en la que participaron Los Zurdos, Payasos en Rebeldía, Stefani Weiss, Antonio Ramírez, Luis de Tavira y el Subcomandante Moisés.

Cerramos aquí con algunas de las palabras de Iván Prado de Payasos en Rebeldía, quien nos dice que es en la infancia y la juventud donde se encuentra la esperanza de un nuevo amanecer: “Los niños mantienen un lugar de espontaneidad, de creencia profunda en la capacidad de vivir nuestros sueños: la fuerza de soñar. La capacidad del ser humano de construir mundos a partir de los sueños. La inocencia, conciencia y potencia que tenemos en la infancia tiene que ver con saber qué somos y dónde estamos. Somos la semilla de ese futuro, de ese día después. Lo que hemos visto estos días es la semilla de ese arte futuro que vendrá tras el colapso. Todas las artistas que hemos participado en este encuentro estos días estamos sembrando ese mañana, porque el mañana se siembra hoy”.

Mirándonos en el espejo de obsidiana que el arte y la creatividad zapatista nos colocan frente a los ojos, partimos de este encuentro confrontados con la provocación escrita en grandes letras en el templete del Caracol Jacinto Canek: “Despierten ya, pueblos del mundo”. Y con ella, la pregunta insistente que nos plantea el espejo zapatista: Y tú, ¿qué?

Ve también:

Algunos audios de las presentaciones, grabados por la KeHuelga, están disponibles aquí.

Entrevista a Lukas Avendaño: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas por los RZtitas, el comando infantil de RZ:

Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  

Mastuerzo: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas por la KeHuelga:

Delmar Penka: (Descarga aquí)  

Errante Piratería Roja: (Descarga aquí)  

Paz de Bitácora de Aguas: (Descarga aquí)  

Titze Malambé: (Descarga aquí)  

Mesa de cierre

Los Zurdos: (Descarga aquí)  
Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  
Stefany Weiss: (Descarga aquí)  
Antonio Ramírez: (Descarga aquí)  
Luis de Tavira: (Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés: (Descarga aquí)  

Entrevistas en video realizadas por Armadilla del Sur para Radio Zapatista:

Fotorreportaje

Foto de portada: Carlos Ogaz

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Gobierno Comunitario de Chilón

Gobierno comunitario de Chilón, Chiapas, denuncia consulta amañada para construccion de autopista San Cristóbal-Palenque

En este comunicado, el Gobierno Comunitario de Chilón, Chiapas, denuncia irregularidades, falta de información, amenazas, corrupción y consulta amañanada el 9 de marzo de este año para la construcción de la autopista San Cristóbal de Las Casas – Palenque.

(Descarga aquí)  

San Martín, Cruztón, Chilón, Chiapas, a 28 de febrero de 2025.

A los tres niveles de gobierno
A las diferentes organizaciones de derechos humanos nacionales e internacionales
A los medios de comunicación
A los pueblos originarios
Ala opinión pública.

Estamos este día reunidos en la comunidad de San Martín, Cruztón, acompañando a diferentes comunidades de Chilón que se ven afectadas por el proyecto de la autopista San Cristóbal – Palenque.

Reunidos en un solo corazón, alzamos la voz para defender nuestro territorio. Esta construcción, que a voz del gobernador, es un desarrollo para el pueblo, en realidad ha estado llena de irregularidades y violaciones a nuestros derechos como pueblos originarios, toda vez que han sacado estudios de suelo sin nuestro consentimiento y sin información previa de por qué y para qué serán utilizados. Además, algunas comunidades han recibido amenazas por parte de ingenieros que toman las muestras de suelo, advirtiendo que de no permitirlo, la siguiente vez estarían acompañados del grupo táctico denominado PAKAL, generando con esto temor y miedo en la población.

Algunas de las autoridades comunitarias, que son la voz del pueblo, en realidad están tomando decisiones propias y sin consultar a las comunidades, además de que no está rindiendo informe del proceso de construcción de la autopista, violando con esto los reglamentos internos de nuestro ejido. La falta de información y claridad que guarda el gobierno, toda vez que en las comunidades de Chilón se rumoraba que el gobernador estaría presente el día 22 de febrero, pero no existía certeza.

Posteriormente, horas antes de su presencia en el municipio, a través de las redes sociales Facebook, se invitó a los ejidos Guaquitepec, San Jerónimo y San Sebastián Bachajón a participar en una consulta pública a mano alzada sobre el proyecto de construcción de la autopista San Cristóbal Palenque a las 11 de la mañana. Pero ¿cómo decidir claramente cuando no hay un aviso previo, cuando sólo unas autoridades del ejido sabían pero no informaron al pueblo, cuando no vocearon a través del aparato de sonido, que es el único medio aprobado por todos y todas para convocar?

El día del evento, el gobernador informó que se instalarían casillas de consulta el día 9 de marzo para que el pueblo decida si está de acuerdo con la construcción de la autopista o no. ¿Pero cómo pretende que se decida sin informar sobre los impactos ambientales, culturales y sociales que este proyecto genera? ¿Por qué vender la autopista como algo que cambiará el rostro a la selva de Chiapas, sin especificar cuáles serán estos cambios positivos y negativos y cuáles serán los rostros en específicos que se cambiarán?

Por ello reiteramos nuestra inconformidad y nuestro rechazo total a la construcción de la autopista San Cristóbal Palenque y rechazamos la supuesta consulta realizada el día 9 de marzo por no poder contar con la información necesaria para votar y por vulnerar nuestro derecho como pueblos originarios, estipulado en el artículo 2 constitucional. A ustedes, banquil huixquilzinabech, dicen que es un proyecto que genera desarrollo pero ¿a costa de quién o a quiénes? Para los mismos de siempre que tienen dinero y pueden poner negocios para las empresas, que pueden quedar con nuestras tierras a precios bajos. Dicen que los ingresos los maneja el pueblo. Nosotras y nosotros les preguntamos: ¿quiénes manejarán ese recurso? Los mismos de siempre que roban y son corruptos.

Como defensores de la Madre Tierra exigimos:

  • respeto a nuestros derechos
  • consulta libre, previa e informada para los pueblos originarios
  • detener el despojo
  • no permitir que nos arrebate nuestra tierra y nuestros recursos
  • justicia y transparencia
  • entrega del documento sobre impacto ambiental y cultural con la construcción de la autopista en tseltal y español antes de realizar la consulta
  • presupuesto económico y la procedencia de su financiamiento,
  • información de los resultados de la consulta de cada comunidad, ejido y municipio por donde pretenden construir la autopista.

No estamos en contra del progreso. Como pueblos originarios entendemos y creemos en el lekil kuxlejal, el buen vivir, el cual no es posible pasando por encima de nosotros y nosotras, destruyendo y despojándonos de nuestro territorio.

Nuestra tierra no se vende, se ama y se defiende.

Atentamente,
Gobierno Comunitario de Chilón y Autoridades de San Martín.

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Tercios Compas

EZLN: 31 AÑOS

Ecos de la Primera Sesión de los Encuentros de Resistencia y Rebeldía.
Diciembre 2024 y 1-2 de enero 2025.

31 AÑOS

Palabras del Subcomandante Insurgente Moisés

(Descarga aquí)  
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Radio Zapatista

Encuentros de Resistencia y Rebeldía – Primera Sesión

El pasado octubre de 2024, el EZLN convocó a una serie de Encuentros de Rebeldías y Resistencias, con el tema “La Tormenta y el Día Después”, a ser realizados entre diciembre de 2024 y diciembre de 2025. La primera sesión se realizó los días 28, 29 y 30 de diciembre de 2024 en el CIDECI/Universidad de la Tierra, en San Cristóbal de Las Casas. Compartimos aquí los audios y videos de todas las ponencias.

Día 1 – 28 de diciembre de 2024

Presentación – Capitán Insurgente Marcos
(Descarga aquí)  

Mesa 1: La tormenta: el crimen, el verdugo y las víctimas

Texto de Jorge Alonso, leído por el Capitán Insurgente Marcos:
(Descarga aquí)  

Raúl Romero:
(Descarga aquí)  

Carlos Aguirre Rojas:
(Descarga aquí)  

Iván Prado:
(Descarga aquí)  

Texto de John Holloway, leído por Inés Durán:
(Descarga aquí)  

 

Mesa 2: La tormenta capítulo México: el crimen, el verdugo y las víctimas

Inés Durán:
(Descarga aquí)  

Jacobo Dayán:
(Descarga aquí)  

Bárbara Zamora:
(Descarga aquí)  

Carlos González:
(Descarga aquí)  

 

La Cofa del Vigía: Un largavista hacia el ayer. Capitán Marcos

(Descarga aquí)    

Mesa Rebeldía y Resistencia Zapatistas. Parte I. Genealogía del Común Zapatista

Subcomandante Insurgente Moisés y miembros del CCRI-CG del EZLN

Compañera del CCRI-CG:
(Descarga aquí)  
Compañero del CCRI-CG:
(Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés:
(Descarga aquí)  
Compañera del CCRI-CG:
(Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés:
(Descarga aquí)  
Compañero del CCRI-CG:
(Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés:
(Descarga aquí)  

 

Día 2 – 29 de diciembre de 2024

Mesa Rebeldía y Resistencia Zapatistas. Parte II. Mujeres

Anselma Margarito, comunidad otomí en la Ciudad de México:
(Descarga aquí)  

Sylvia Marcos:
(Descarga aquí)  

Comandantas del CCRI-CG del EZLN y autoridades de Asambleas de Colectivos de Gobiernos Autónomos Zapatistas:

Cómo es la vida como abuelas zapatistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida como mamás zapatistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida como mujeres zapatistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida como jóvenas zapatistas (1):
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida como jóvenas zapatistas (2):
(Descarga aquí)  

Cómo cambió la vida después del zapatismo:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida de las abuelas partidistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida de las mujeres partidistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida de las jóvenas partidistas:
(Descarga aquí)  

Cómo es la vida de la mujer zapatista y la mujer partidista en lo común:
(Descarga aquí)  

El contagio del común:
(Descarga aquí)  

Palabras para las madres buscadoras:
(Descarga aquí)  

 

Mesa Rebeldía y Resistencia Zapatistas. Parte III. Los Primeros Pasos del Común Zapatista

Subcomandante Insurgente Moisés, miembros del CCRI-CG del EZLN y promotoras y promotores del Sistema de Salud Autónoma Zapatista

Primeros pasos del común:
(Descarga aquí)  

Primeros pasos del común – hermanxs partidistas, tierra, mujeres:
(Descarga aquí)  

Sistema de salud:
(Descarga aquí)  

Herbolaria y medicina tradicional:
(Descarga aquí)  

Hueseras:
(Descarga aquí)  

Parteras:
(Descarga aquí)  

Subcomandante Insurgente Marcos – “El árbol, la piedra y el mañana”:
(Descarga aquí)  

 

Día 3 – 30 de diciembre de 2024

Genealogía del Común Zapatista – Subcomandante Insurgente Moisés:
(Descarga aquí)  

La Cofa del Vigía: Señales al mañana – Capitán Insurgente Marcos:
(Descarga aquí)  


Fotos: Radio Pozol

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Medios libres

Encuentro Internacional de Rebeldías y Resistencias – Transmisión en vivo

El 28 de diciembre da inicio el Encuentro Internacional de Rebeldías y Resistencias convocado por el EZLN en Chiapas. El sábado y domingo, 28 y 29 de diciembre, habrá ponencias y mesas de discusión en el CIDECI/Universidad de la Tierra, en San Cristóbal de Las Casas. Y del lunes 30 de diciembre al miércoles 2 de enero, tendrá lugar el Festival Cultural Zapatista y de firmantes de la Declaración de la vida, en el Caracol de Oventic. (Ve el programa completo aquí.)

Habrá transmisión en vivo del encuentro en el CIDECI/Universidad de la Tierra, el sábado 28 y domingo 29, en los siguientes espacios:

Transmisión en radio: https://stream.espora.org/resistencias

Transmisión en video:
https://wacha.punks.cc/c/resistenciasyrebeldias/videos
https://www.youtube.com/@LosTejemedios
https://www.facebook.com/LosTejemedios/

En la siguiente página podrás encontrar todos los comunicados relativos a los Encuentros Internacionales de Rebeldías y Resistencias y nuestra cobertura completa: https://radiozapatista.org/?page_id=49747

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El fogón de las palabras

El fogón de las palabras: 05 – Colonia La Maya

Entre mayo y julio 2023 nos reunimos cada miércoles en el salón de usos múltiples de la Colonia La maya, al sur de San Cristóbal de las Casas. En un espacio construído por los propios habitantes organizados de la colonia: un espacio que resguarda a sus espaldas la montaña que protegen desde hace muchos años.

(Descarga aquí)  

Cuando llegué a la maya…

Cuando llegué a la Maya, llegué acompañando a mi madre Doña Ofe, que ahora tiene 80 años. Mi mamá siempre cargaba su morral de ixtle de colores, un morral Tojolabal.

Llegamos al mediodía, había luz, sol, las nubes azules, el silencio que caracteriza esta zona.

Y mi mamá me dijo: mijito hoy vamos a ir a ver tu terrenito.

Yo llegué hace 22 años, atrás de mi casa había un humedal, en la noche era impresionante el ruido de las ranas y los sapos. Luego salían muchas flores de muchos colores. Este es el terreno en el que ahora quieren construir la gasolinera.

Bloqueamos dentro de la colonia para que no hicieran la gasera. Para mi sentí que era como una fiesta comunitaria, por ejemplo si tu tienes frijoles y quieres estarte en el bloqueo, llevas tus ollas de frijoles y compartes ahí… llevábamos pan, café…

Pudimos llegar hasta el fondo de regresar a las historias que uno trae en la vida y que no se recuerdan, no se cuentan, no hay manera de comentar todo lo que vives a menos que encuentres a una persona que le interese y te quiera escuchar.

Nos abrieron un camino para recordar, recordar es vivir otra vez, cómo éramos, cómo fuimos y cómo somos ahora.

La gente va a saber cómo nos hemos organizado como colonia, defendiendo nuestro territorio, los humedales, y toda la lucha que hemos venido haciendo.

En las historias colectivas nos reconocemos entre las vecinas y vecinos y nos ayuda a formar un nosotras y nosotros.

…desde ese ánimo de seguir luchando y defendiendo un territorio que quizás no pensábamos defender.

Ahora Somos La Maya

Palabras de don Tacho, Erika, Maritza, doña Lucía, Carlos, Pedrito, Raúl, Alberto y el pequeño Ian, vecinos organizados de la Colonia la Maya, participantes en el laboratorio y realizadores del podcast.

radio
El fogón de las palabras

El fogón de las palabras 4: Viaje de Honduras a México

Escucha y/o descarga el cuarto capitulo de nuestro programa radiofónico El Fogón de las Palabras “Viaje de Honduras a México” FOCA Casa de día. Comitán, Chiapas.

(Descarga aquí)  

Había una vez…

una niña, su papá trabajaba vendiendo nieves en su troco en Honduras.

Una señora, a ella le da mucho miedo cuando mira las combis de la migración en México, tiene miedo que la deporten.

Lo que mas me duele fue dejar a mi nieta, mi primera nieta.

Una no sabe si va a regresar o no…

Historias de vida de mujeres que salieron de su país “abriendo camino hacia nuestros sueños”. Casa de Día, Comitán de Domínguez, Chiapas.

El Fogón de las Palabras es una serie radiofónica que recupera las historias creadas y narradas por distintas comunidades, colectivos y organizaciones de México y Guatemala, incluye leyendas, mitos, canciones, testimonios y relatos que nos cuentan las maneras de defender, resistir y crear otras formas de vida desde la esperanza.

Desde El Fogón de las Palabras buscamos abrir espacios de encuentro y escucha entre las personas y de éstas con su comunidad y otros territorios. Es por ello que nos damos a la tarea de difundirlo en radios comunitarias de todo el país. Además puedes descargar y/o escuchar el programa en nuestra página web y otras plataformas. Publicaremos los programas cada mes.

El Fogón de las Palabras es un proyecto de Promedios De Comunicación Comunitaria y Habitar la escucha: colectiva de proyectos interdisciplinarios.

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radio
Radio Zapatista

La digna rabia de Ayotzinapa a 10 años de la desaparición de los normalistas

Indignación. Se siente por doquier, duele. A 10 años de la desaparición de los normalistas de la Escuela Normal Isidro Burgos de Ayotzinapa, y a pocos meses del fin de la presidencia de quien prometió verdad y justicia y luego traicionó no sólo a ellos, sino a todo el país, las madres y padres de los normalistas siguen luchando por justicia y verdad. Este 26 de septiembre de 2024, junto con miles de personas solidarias, marcharon al zócalo de la Ciudad de México cargando su dolor y su digna rabia.

Como si la mentira, la burla, el encubrimiento, las calumnias contra los defensores de derechos humanos que los acompañan y, sobre todo, la traición de parte de un presidente en el que muchos confiaron no bastara, en este décimo aniversario de ese macabro capítulo de nuestra historia el Estado intentó bloquearles el paso con vallas de concreto. “Como si viviéramos en una dictadura”, dijo uno de los padres. Como si las víctimas de los crímenes del Estado no tuvieran derecho de alzar la voz.

Sobre Paseo de la Reforma, al lado del antimonumento +43, montaron un memorial con las imágenes de todos los normalistas desaparecidos. Un memorial que nos recuerda las vidas de los ausentes, pero también que vivimos en un país donde esos horrores son posibles, y donde el poder, cualquiera que sea el color con el que se pinte, es siempre ajeno a la justicia.

En el templete en el zócalo, las palabras de los padres y madres son duras; su rabia es mucha, pero también su determinación de seguir luchando, no sólo por sus hijos, sino por todos los desaparecidos y desaparecidas del país, por todos los asesinados, por todas y todos los que sufrimos la brutalidad de este narcoestado y de un ejército criminal al que el presidente entregó el país estos últimos años. Como dijo el obispo Don Raúl Vera, es necesario agradecer a los padres y madres de Ayotzinapa, porque con todo su dolor a cuestas, su lucha es por México, este México tan pisoteado por la voracidad del poder.

Audios del mítin en el zócalo:

Palabras iniciales
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Mario González, padre de César Manuel González
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Hilda Legideño, madre de Jorge Antonio Tizapa Legideño
(Descarga aquí)  
Vidulfo Rosales, abogado
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Emiliano Navarrete, padre de José Ángel Navarrete
(Descarga aquí)  
Representante de la Escuela Normal Rural Isidro Burgos de Ayotzinapa
(Descarga aquí)  
Representante de la Federación de Estudiantes Campesinos Socialistas
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Obispo Don Raúl Vera
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Al día siguiente de la marcha y de la instalación del memorial con los rostros de los 43 normalistas de Ayotzinapa, varios de los rostros amanecieron rotos. Aquí el comunicado de los Colectivos de Familias de Desaparecidas y Desaparecidos:

El día de ayer a 10 años de la desaparición forzada de 43 estudiantes de Ayotzinapa, los padres y madres junto con otros familiares y organizaciones colocamos memoriales con los rostros de los muchachos en la avenida Reforma junto al antimonumento +43.

Hace diez años amanecimos con la dolorosa noticia de la desaparición, hoy con la noticia de que varios rostros amanecieron rotos. Repudiamos este acto de desprecio y odio para los jóvenes y sus familiares. Exigimos al gobierno de la Ciudad y al gobierno federal brindar protección a los memoriales que con tanto esfuerzo hemos colocado para que nadie olvide a las personas desaparecidas y para seguir exigiendo verdad y justicia por nuestros hijos e hijas. Demandamos que se investigue y castigue a quien haya dañado los memoriales y sobre todo solicitamos enérgicamente se devuelvan estos memoriales que son fruto de la lucha y parte de la memoria que impulsamos las familias de personas desaparecidas.

Le aseguramos que cuando nuestros hijos regresen con nosotras, quitaremos sus rostros de todo el país. Pero mientras eso no suceda, seguiremos recordando a la sociedad y al gobierno que las personas desaparecidas nos faltan a todxs. ¡No se puede borrar la memoria destruyendo los memoriales!

¡Hasta que los 43 vuelvan a casa!
¡Hasta encontrarles a todxs!
¡La memoria no se borra!

Colectivos de familias de Desaparecidas y Desaparecidos

radio
Noticias de Abajo

Noticias de abajo 15 jul 2024

(Descarga aquí)  

— EUA: Entrevista a Carolina Saldaña sobre las acciones por la libertad del  preso político Mumia Abu Jamal. Anuncia traducción de nuevo libro sobre lucha anticarcelaria. Por NdA.

— GUATEMALA: Lolita Chávez, La Nieta del Pueblo Maya K’iche’ regresa a Ixim Ulew: Un viaje de reconexión y resistencia.  Acompañada de una delegación, regresa tras 10 años de exilio por amenazas de muerte. Fuente: De pueblo y barrio.

— CHILE: Las luchas contra la prisión política en Chile llaman a luchar por la libertad de los presos políticos del ataque policiaco a Villa Francia. El preso político Mapuche de la CAM Héctor Laiquitul inicia huelga líquida para denunciar la política represiva del régimen de Boric. Y se realizan jornadas para la libertad de anarquistas presos como Francisco Solar para sacarlo de aislamiento. Fuente: Buskando la Kalle. Fuente: Federación Anarquista | Informativo Anarquista

— CHIAPAS: ENTREVISTA a  NO ESTAMOS TODOS sobre el caso José Díaz, el zapatista, base de apoyo preso injustamente y de la lucha anticarcelaria en Chiapas. Por Nda.

— GUERRERO: Los huracanes de la violencia. Un panorama desolador en Guerrero.

La omnipresencia de los grupos criminales se ha normalizado al punto de imponer un estilo de represión caciquil y militar. Fuente: Tlachinollan.

— MÉXICO: Convocan a la quinta Asamblea Nacional del Agua, la vida y el territorio. Un espacio de resistencias comunitarias y populares, el próximo 17 Y 18 de Agosto.

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