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El rumor de las multitudes

Reflections Toward a Depatriarchal and Non-hierarchical Academia

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Statement for depatriarchal and non-hierarchical worlds

After the publication of the interview with the Weychafe, compañera and intellectual, Moira Millán, in the newspaper El Salto, as well as the chapter entitled “The walls spoke when no one else would: Autoethnographic notes on sexual-power gatekeeping within avant-garde academia” (Viaene, Laranjeiro y Tom), we cannot remain silent. We also have to point out that we have been raising our voices for many years through concrete personal and collective actions within our academic, university, activist and organizational spaces, as well as in our collectives, networks and movements. We denounce and challenge the hierarchies of knowledge/power intrinsic to the academy, and the gender violence, harassment and sexual abuse in those institutions. At the same time, we recognize that all we have done is insufficient and requires us to continue, redoubling our efforts, weaving together more and more struggles, and to root out the violence that underlines ongoing wars and the violations of women, children, Mother Earth, all those who are othered.

We should not forget that patriarchy is the oldest form of domination. Humanity learned to dominate the female body in all cultures, as the diverse feminisms of Afro/Abya-Yala/Latin America affirm. Patriarchy is an onto-epistemic configuration that privileges hierarchy, appropriation, denial of others, control, the fetishism of things, reproduction, violence and wars. It deeply shapes subjectivities and affects the lives of everyone. Academia has been one of its most effective pillars through its creation of an instrumental, objectifying, competitive and hierarchical worldview which naturalizes and invisibilizes practices of knowledge/power.

The civilizational crisis that the planet Earth is experiencing is the result of cis-heteropatriarchy in its historical entanglement with capitalism, colonialism, anthropocentrism, and racial, sexual and ableist hierarchies. This is the complex background that we invoke when denouncing the multiple forms of violence exercised against women, which have been constant throughout history. This background unleashed the Terricide (Moira Millán), a powerful cosmopolitical concept coined by the Movement of Indigenous Women and Diversities for Good Living [Movimiento de Mujeres y Diversidades Indígenas por el Buen Vivir], which has its origin in Puelmapu a decade ago.

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El rumor de las multitudes

Reflexões rumo à despatriarcalização e deshierarquização da academia

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Manifestamo-nos por mundos despatriarcais e deshierárquizantes.

Diante da publicação da entrevista com a Weychafe, camarada e intelectual Moira Millán, no jornal El Salto, assim como o capítulo intitulado “The walls spoke when no one else would: Autoethnographic notes on sexual-power gatekeeping within avant-garde academia” – As paredes falaram quando ninguém mais faria: Notas auto etnográficas sobre o poder-sexual como controle de acesso na academia progressista (Viaene, Laranjeiro e Tom)–, não somente não podemos permanecer em silêncio, mas devemos ressaltar que, há algum tempo, temos levantado nossas vozes e ações pessoais e coletivas concretas, em nossos próprios espaços acadêmicos, universitários, ativistas, organizacionais. Para, portanto, em nossas coletivas, redes e movimentos denunciar, combater as hierarquias de conhecimento/poder intrínsecas à academia, bem como a violência de gênero, o assédio e o abuso sexual. No entanto, reconhecemos que tudo o que conseguimos fazer e encaminhar ainda é insuficiente e exige não parar, redobrar nossos esforços, tecer mais e mais lutas, sintonizar-nos melhor para parar/transformar radicalmente as guerras e violências atuais contra as mulheres, a Mãe Terra, outres, niñes e os povos do mundo.

Não podemos esquecer que o patriarcado é a forma mais antiga de dominação. A humanidade aprendeu a dominar no corpo das mulheres, como afirmam os diversos feminismos de Afro/Abya-Yala/América Latina. O patriarcado é uma configuração onto-epistêmica que privilegia a hierarquia, a apropriação, a negação dxs outrxs, o controle, o fetichismo das coisas, a reprodução da violência e das guerras. Ele molda profundamente as subjetividades e afeta a vida de todes. A Academia foi um de seus pilares mais eficazes, pois tem participado ativamente na criação de tal visão de mundo instrumental, objetificante, competitiva e hierárquica, através de suas práticas naturalizadas de saber/poder.

A crise civilizatória pela qual transita o planeta Terra é o resultado do cis-heteropatriarcado em sua conexão histórica com o capitalismo, os colonialismos, o antropocentrismo e as hierarquizações raciais, sexuais e capacitistas. Este é o contexto complexo que invocamos ao denunciar as múltiplas formas de violência contra as mulheres, que têm sido uma constante na história. É a mesma origem que desencadeou o Terricídio (Moira Millán), uma poderosa cosmopolítica conceitual cunhada pelo Movimento de Mulheres Indígenas e Diversidades pelo Bem Viver, que teve origem no Puelmapu Mapuche há já uma década.

Diante da intensificação da barbárie cis-heteropatriarcal com as crises policêntricas, reafirmamos nossa determinação de fazer o que já temos feito e não apenas dizendo ou subscrevendo: continuar a lutar encarnada, diária e situacionalmente para avançar em direção à criação de sociedades verdadeiramente pós-patriarcais, pluriversas, centradas no cuidado, na cooperação, na liberdade e erradicação de todas as formas de hierarquia subordinante – sociedades nas quais todas, todos e todes, junto com os demais seres vivos, possam coexistir “nosótricamente” (em radical alteridade), em mútua criação e, como nos diz a ecofeminista venezuelana Liliana Buitrago, no exercício amoroso da interdependência (“chat” do “Pacto Ecosocial del Sur”). Nosso compromisso com este projeto coletivo em construção tem sido –e é– de nosso trabalho diário. Mas sabemos que ele ainda requer a criação sustentada de sociedades e academias (portanto, com um “a” minúsculo e no plural) muito diferente das atuais.

A Academia: um campo de disputa

A Academia (com A maiúscula e no singular) é para nós um campo de disputa e aí estamos, sem dúvida, posicionadas(os) todos e todas nós que ousamos entrar nele, dialogar com ele, desafiá-lo, habitá-lo e/ou co-construí-lo a partir da prática cotidiana. Muitas(os) de nós ocupamos este espaço por decisão e convicção e sabemos minuto a minuto o que estamos enfrentando. É por isso que o manifesto “Todos sabemos” nos ressoa e interpela quando afirma que o extrativismo epistêmico é estrutural e não apenas um evento isolado na academia. Quando afirma que a Academia é hierárquica e hierarquizadora e que promove a acumulação de poder por aqueles que estão no topo. Muitos deles, nos últimos tempos, têm sido acusados de abuso e assédio moral e sexual. Neste contexto, as mulheres que denunciam são questionadas, enquanto o denunciado se apresenta, então, como uma “vítima”.

Vale acrescentar que, em geral, os sistemas de denúncia de assédio sexual e moral, bem como o extrativismo epistêmico, longe de abordar e reparar os danos, muitas vezes resultam em meras declarações que dão a impressão de que algo será feito, mas no fundo “servem como movimentos performativos que validam o não fazer realmente nada” (por exemplo, Sara Ahmed). De igual maneira deve-se ter em conta que, tanto a forma que toma o assédio como as respostas institucionais, são frequentemente diferenciadas, especialmente quando se trata de acadêmicas, ativistas e intelectuais de grupos subalternizados e racializados. Quem se importa com elas? (Yu Derkys) Quem está disposto a ouvir estas queixas? Quantas mulheres racializadas e subalternizadas não estão cansadas de falar e falar e de que ninguém as escute? Quem está disposto a arranjar tempo para ouvir e ser interlocutor no meio do não-tempo-violento-e-sistêmico em que vivemos?

A Academia não deixa de ser um reflexo de uma sociedade semeada de opressões e rebeliões, com a diferença de uma autonomia reconhecida para proteger o pensamento crítico. Isto é, muitas vezes, instrumentalizado para proteger aqueles que ocupam posições de poder. Os abusos sexuais, tal e como acontece no resto da sociedade, são a parte visível de um sem-fim de práticas cis-heteropatriarcais e machistas que vão desde a cumplicidade entre acadêmicos(as) ao publicar e recircular citações, até os abusos e assédios sexuais que tem sido e estão sendo constantemente denunciados.

Mulheres indígenas e a Academia

Em novembro de 2018, em Buenos Aires, em um jantar informal para compartilhar nossas vidas e lutas, a companheira Moira Millán compartilhou com vários de nós o que agora foi publicado no jornal El Salto. À distância, pode-se perguntar: por que Moira o compartilhou apenas em um espaço privado? Por que ela não havia apresentado a correspondente denúncia legal? Em sua entrevista, Moira menciona suas razões. Se somos severamente autocríticos, podemos nos perguntar: por que nós –seus ouvintes– não agimos contundentemente e, naquele exato momento, a instamos e acompanhamos a apresentar a denúncia correspondente junto às instituições acadêmicas às quais o denunciado pertencia ou com as quais colaborava, em um claro papel de liderança intelectual transnacional? Diante do que ouvimos, o que fizemos? 1) Apoiar Moira e o movimento do qual ela faz parte, nos espaços acadêmicos para os quais a tínhamos convidado. 2) Articular incansavelmente –vários de nós– com ela e com o movimento, assim como com outras companheiras e movimentos, para buscar melhores maneiras de enfrentar as violências e expropriações. 3) Fortalecer o tecido transnacional de alternativas autonômicas de facto e sem pedir permissão.

Vale acrescentar que no dia seguinte ao mencionado jantar, começou o painel para o qual tínhamos convidado Moira Millán e as compañeras do Movimiento de Mujeres e Diversidades Indígenas pelo Bem Viver, tudo no marco do “Primeiro Fórum Mundial do Pensamento Crítico” e da 8ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais da CLACSO. Lá tivemos a oportunidade de fazer, com Moira, nossas outras convidadas e a plateia, o primeiro ato político-acadêmico para exigir um lugar decente para realizar nosso painel. Em seguida, procedemos a uma ocupação coletiva para ter acesso a um dos auditórios maiores. A gota d´água para este levante foi a acomodação impossível da cadeira de rodas na qual se transportava a colega feminista Mercedes Olivera (que em paz descanse), que era nossa comentarista. A cadeira de Mercedes não podia sequer caber no minúsculo espaço que nosso painel havia merecido. Após a ocupação, já no auditório grande, continuou a participação de Moira e de todas as mulheres indígenas convidadas por nosso Grupo de Trabalho “Corpos, Territórios, Resistências” (GT CUTER).

Um auditório lotado encorpou contundentemente o painel e a palavra das convidadas. De certa forma, o ato de rebeldia que protagonizamos –convidadas, anfitriãs e público–, se traduziu em algo como: Não passará um único tratamento indigno para as mulheres racializadas, subalternizadas! Estes eram tempos em que a CLACSO aprovava a entrada de mais e mais grupos de trabalho que incluíam mulheres líderes, intelectuais e sábias(os) de territórios comunais. Portanto, acreditamos que nossa “revolta coletiva” estabeleceu um precedente importante.

As palavras e ações de Moira estavam em sintonia com as nossas e nos ajudaram a ratificar o caminho –pessoal e coletivo– que trazemos durante décadas, antes de 2016, quando começamos a ser o Grupo de Trabalho CUTER: habitar as instituições acadêmicas e universitárias das quais fazemos parte, as instituições alternativas que estamos construindo com mulheres, as/os outres, povos em resistência, de forma digna e respeitosa, procurando não cair no ventriloquismo e no extrativismo. Abrir espaços dentro e fora das academias para ir posicionando o tipo de trabalho/vida/luta que elas e nós (“nosotras(os)”) praticamos.

Cotidianamente, nos diferentes territórios que habitamos (incluindo o território acadêmico), minuto a minuto, caminhamos com nossa corpa e senti-pensamentos, ações concretas para enfrentar as violências, opressões e guerras. Esta é a maneira pela qual diferentes membras do Grupo de Trabalho CUTER abraçamos, encorpamos e retecemos “a rede da vida” (Lorena Cabnal e a Rede de Curandeiros Ancestrais do Feminismo Comunitário Territorial) de mãos dadas com as mulheres indígenas, afrodescendentes, afrodiaspóricas, camponesas, populares, alter-urbanas, assim como de diversidades sexuais, em diferentes tempos e geografias.

As saídas do labirinto: insuficientes e perigosas

Respeitamos e compreendemos os diversos caminhos que as denunciantes de abuso e assédio sexual tomam na busca de justiça, reparação dos danos, assim como para conseguir a cura de toda a sociedade. Acreditamos que no centro de nossas reflexões e denúncias de assédio sexual e o extrativismo epistêmico deve estar o cuidado. É importante levar em conta o tempo daquelas(es) que, tendo sido violentadxs, compartilham suas experiências em confidencialidade. Respeitar o tempo para curar é uma forma de cuidado. Isto significa não tomar o direito de expor publicamente uma experiência de assédio sexual e extrativismo epistêmico sem o consentimento explícito e o acompanhamento da pessoa que foi violada. Fazer isso revitimiza e promove o punitivismo ao invés da reparação. Em poucas palavras, no centro estão as vítimas, seus tempos e momentos.

Em muitos casos, as denunciantes seguem a via legal ou jurídica. De fato, hoje, os movimentos de mulheres e movimentos de povos em resistência estão simultaneamente nos tribunais e nas ruas se mobilizando. Surge obrigatoriamente, então, a pergunta: de que tipo de justiça estamos falando? Como podemos alcançá-la? Qual via –das muitas possíveis– tomar? Quem nos sentimos chamadas(os) a acompanhá-las? E tudo isso sabendo que, mesmo nos países ditos “democráticos”, a justiça dispensada pelo Estado é comprada e em países não democráticos, mais de 95% da violência de gênero fica impune. Dito isto, não é estranho dizer que não podemos esperar muito da justiça cis-heteropatriarcal oferecida pelas instituições acadêmicas ou pelo Estado.

Sabemos que o aparelho punitivo e a cultura do castigo são parte essencial da estrutura do Estado e das sociedades modernas e que, através delas, se perpetuam as sociedades carcerárias articuladas à extração e a acumulação, com sistemas de justiça que afirmam manter a “segurança e a ordem”, ao mesmo tempo em que se enfurecem contra populações empobrecidas, marginalizadas e racializadas.

Como aponta um texto recente sobre o anti-punitivismo feminista, nenhuma saída está livre de contradições e complexidades. Além disso, estamos conscientes da importância de reconhecer que “o debate sobre o anti-punitivismo não pode cair na fácil tentação de acomodar-se com o teórico” (Laila Serra). Esta é a tentação institucional e academicista. Para o anti-punitivismo feminista, é necessário entrar na “tempestade política do pôr em prática” das justiças, embora o horizonte teórico-político possa/deva ser a autogestão feminista das violências e a visão abolicionista da sociedade e da justiça. Como bem dizem as autoras: “a autogestão coletiva das violências à margem do Estado [do aparato da lei e do aparato punitivo que lhe está subjacente] é uma alternativa que ainda está em construção” e, acrescentamos, apresenta outros riscos e desafios.

Somos testemunhas da digna rabia que Moira expressa em sua denúncia e com ela, muitas mulheres que não receberam a atenção necessária e que seguem padecendo a violência do sistema cis-heteropatriarcal, acadêmico e de despossessão em diferentes territórios. Como trabalhadoras(es) das Ciências Sociais, membros do GT CUTER, resistimos com e entre os povos –mulheres, homens, crianças, jovens e comunidades enraizadas na terra. As denúncias que vamos acompanhando ou encorpando em processos, trajetórias de pesquisas colaborativas, e pesquisas a partir de ações coletivas nos permitem afirmar que o subconsciente cis-heteropatriarcal também se reproduz em muitos coletivos e coletivas, organizações e movimentos alter-nativos. Quebrar as mulheres, por via sexual, é parte da despossessão e do domínio imperialista-capitalista-homocêntrico que busca aniquilar a dignidade pessoal e as subjetividades coletivas e comunais.

Nós nos convocamos e lhes convocamos a seguir criando lugares concretos de des-hierarquização do poder e lugares de cura diante da impunidade institucionalizada e sancionada pelo Estado. Como trabalhadoras e trabalhadores das Ciências Sociais em interseção com artistas, ativistas e feministas territoriais e comunais, continuaremos desmascarando e combatendo, pessoal e coletivamente, qualquer forma de humilhação, extermínio e cooptação de mulheres nos territórios, e persistiremos em seguir nos curando do sistema cis-heteropatriarcal nos diferentes lugares onde estivermos, do gênero que sejamos, dos territórios que habitemos e das histórias que escrevemos e caminhamos.

Os movimentos de vítimas de violações de direitos humanos enfatizam quatro critérios que nos parecem eminentemente aplicáveis aos casos de abuso e assédio sexual: o direito à verdade, à reparação, à não repetição e à justiça. Neste sentido, instamos as diversas instituições acadêmicas (nacionais, latino-americanas, caribenhas e transnacionais) envolvidas –de uma forma ou de outra– em casos de abuso e assédio sexual e extrativismo epistêmico a reverem seus protocolos e comitês de ética e violência epistêmica e de gênero. É, sem dúvida, importante declarar “tolerância zero e rejeição ao assédio sexual” (CLACSO), mas acreditamos que isto é insuficiente.

Acreditamos que em todos os espaços onde nos movemos e atuamos como trabalhadoras(es), ativistas e feministas devemos continuar trabalhando coletivamente e em conjunto com as autoridades institucionais na implementação de protocolos, comitês e políticas internas (explicitamente acessíveis) para promover mecanismos apropriados e expeditos para prevenir, denunciar, debater e agir contra atos de abuso e assédio sexual, contra atos de violência de gênero e epistêmica. Cada instituição acadêmica nacional geralmente tem comissões e códigos ad hoc; as coordenadorias acadêmicas supranacionais devem ter, revisar e atualizar tais instâncias permanentemente. E se não as têm, devem criá-las. Não é suficiente –pelo que já argumentamos acima– deixar o trabalho para as “comissões independentes”. Repetimos, é insuficiente, e até mesmo perigoso, pelas razões já argumentadas.

Nos deixa sem fôlego e nos indigna a resposta de Boaventura de Sousa Santos reduzida à “vingança” diante das ex-estudantes denunciantes via auto-etnografia. “A própria teoria social feminista nos indica que não há lugar, nenhum sujeito intocado pelas relações de dominação e suas interseções”. Para nos emanciparmos delas, para empurrá-las para trás, temos que olhá-las no rosto, reconhecê-las em nós, não tentar esconder em que partes de nós elas habitam… É trazendo-as à tona, debatendo-as, que nasce a possibilidade de mudança” (Lang e Segato).

Sabemos também que precisamos de comunidades acadêmicas e sociais dispostas a debater em profundidade, a aprender permanentemente, a expandir nossa imaginação e a (re)criar coletiva e permanentemente processos emancipatórios –práxis libertadoras– diante das omissões, indiferenças e qualquer expressão de revitimização das mulheres violentadas e das diversas comunidades afetadas. Acreditamos que o que também está em jogo é a construção coletiva de sociedades justas, relacionais e curativas; outros mundos possíveis aqui e agora, como dizem e fazem as, os, oas zapatistas.

Assinam:

Xochitl Leyva Solano (Chiapas, México)
Arturo Escobar (Colombia/EE.UU.)
Rosalba Icaza (Países Bajos/México)
Patricia Botero (Colombia)
Valentín Val (Chiapas, México/Argentina)
Jorge Alonso (Guadalajara, México)
Fermín Ledesma (Chiapas, México)
Maydi Estrada Bayona (GT CUTER)
Aline De Moura (Brasil)
Lola Cubells Aguilar (País Valenciano, España)
Alain Basail Rodríguez (Chiapas, México/Cuba)
Axel Köhler (Chiapas, México/Alemania)
Alberto C. Velázquez Solís (Yucatán, México)
Leandro Bonecini de Almeida (Brasil)
Carmen Ventura (México)
Jesús González Pazos (Euskal Herria-País Vasco)
Luiza Dias Flores (Amazonas, Brasil)
Huáscar Salazar Lohaman (Cochabamba, Bolivia)
Rosa Claudia Lora Krstulovic (Ciudad de México, México)
Wendy Harcourt (Países Bajos)

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Radio Zapatista

(Español) Caravana “El sur resiste” – día 4: Oteapan, Veracruz, centro geográfico del Corredor Transístmico

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La caravana llega a Oteapan, centro geográfico del Corredor Transístmico

Texto: Observatorio Memoria y Libertad
Fotos: Karen Castillo | Dave Muoz | David Valero | APIIDTT
Audios extraídos de:
Videos de APIIDTT
Edición: Radio Zapatista

En el 4to día de la caravana El Sur Resiste, nos dirigimos a la comunidad de Oteapan en Veracruz. Esta carretera hace un trazo similar a la que pretende hacer el Tren Interoceánico, a los pueblos de Veracruz y Oaxaca los ha unido esta lucha contra uno de los proyectos más depredadores y destructivos de la 4T.

Oteopan es el cinturón de la región. Como en toda la caravana, el recibimiento fue cálido en el Barrio Naranjal que delimita con el Barrio de la Dina. Las y los compañeros que ahí resisten lanzaron cohetones anunciando nuestra llegada; además, los actos políticos estuvieron acompañados de música tradicional del sur de Veracruz y se realizó un homenaje a Bety Cariño y Jyri Jaakkola, tras 10 años de su asesinato mientras transitaban en una caravana humanitaria en San Juan Copala, Oaxaca. Los miembros de la comunidad de Oteapan recordaron su caminar con Bety, se leyeron poemas en su honor por jóvenes/jóvenes y niños de la comunidad.

El panorama que enfrenta la comunidad de Oteapan no es muy diferente a lo que hemos documentado desde el primer día. La 4T ha intentado por todos los medios posibles destruir el tejido comunitario para imponer el Corredor Interoceánico junto con todos sus megaproyectos asociados.

(Descarga aquí)  

Un joven de Oteapan denunció que hace dos años el gobierno expropió 2000 hectáreas de la comunidad. Esta problemática tiene más de 80 años; en un principio el gobierno de Veracruz buscaba quitar a la comunidad 200 hectáreas. A partir de 2022, el Gobierno ha intentado remover 7 barrios: La Dina, Tierra Colorada, Tapalan, Porvenir, Rancho Alegre, Predio Viveros, y el Naranjal; estas tierras abarcan el territorio por donde pretenden pasar las vías del tren, y colindan con la carretera Transístmico que conecta con Oaxaca.

Ante estos hechos, la comunidad realizó un bloqueo de carretera el 7 de marzo de 2022, exigieron el diálogo y que se respetaran sus límites territoriales. Sin embargo, también en esta comunidad la respuesta del Estado fue la violencia mediante el desalojo con cuerpos policiales y gas lacrimógeno; el 8 de marzo fueron golpeados por policías, quienes quemaron 50 motos de personas de la comunidad y 4 automóviles.

No estamos de acuerdo a que el gobierno, venga a recoger un voto y nos trate de esa manera.”


Foto: Dave Muoz

Oteapan es una comunidad que ya fue desplazada una vez, en la memoria colectiva aún está presente que hace 300 años tuvieron que dejar sus tierras que se ubicaban en la frontera entre Tabasco y Veracruz. Ellos denuncian que ese desplazamiento fue también por “problemas de ricos”; denuncian que ahora, después de tantos años, nuevamente pretenden despojarlos los ricos para seguir destruyendo y haciendo dinero ahora con otras tierras.

Mientras el evento trascurría por la mañana, nos enteramos que el Plantón Tierra y Libertad de Mogoñé Viejo, en Oaxaca, lugar donde apenas hace un día había estado la caravana, fue brutalmente desalojado por la Marina y la Guardia Nacional.

La respuesta de la Caravana El Sur Resiste fue la de la solidaridad por medio de la acción organizada. Después de anunciar las noticias, el Pueblo de Oteapan y de otras comunidades de Veracruz, decidieron bloquear la carretera Transístmico.


Foto: David Valero

Tiradero de coque a cielo abierto

Desde el 2013, se instaló en Jaltipan, municipio colindante con Oteapan, un tiradero de coque a cielo abierto sobre manantiales proyectos. A la planta llegan desechos tóxicos del proceso de refinación del petróleo en la planta de Pemex, General Lázaro Cárdenas, en Minatitlán, Veracruz.

Por años, la comunidad de Jaltipan y también de otras comunidades aledañas han denunciado los impactos negativos de dicha actividad en el medio ambiente de la región y también en la salud de los habitantes. Sin embargo, ninguna autoridad ha atendido las denuncias de la población, y hasta el momento, la planta continúa operando.

Al hablar con una joven de la comunidad, nos expresa su preocupación por vivir cerca de esta planta, que, aunque no se encuentra en Oteapan, impacta a toda la región.

El Coque es sumamente tóxico, contamina el manto friático, los gases se evaporan y se esparcen por la toda la zona… no sabemos hasta donde llegue, es sumamente cancerígeno.

De acuerdo con los pobladores, campesinos que viven cerca de la planta de coque han podido observar que las actividades comienzan a acercarse a tierras de Oteapan; una problemática más que ninguno de los tres niveles de gobierno ha atendido hasta el momento.

Marina desaloja a plantón Tierra y Libertad en Mogoñe Viejo, Oaxaca

Durante nuestra visita en el plantón Tierra y Libertad en Mogoñe Viejo, Oaxaca pudimos observar cómo camionetas con elementos de la Secretaría de Marina (SEMAR) y de la Guardia Nacional rondaban las inmediaciones del espacio en resistencia.

El día de hoy, mientras la caravana El Sur Resiste se encontraba en Oteapan, Veracruz, fuimos informados que aproximadamente a as 10am del día de hoy, 28 de abril, el plantón fue desalojado por elementos armados de la SEMAR, Guardia Nacional y policía municipal.

De acuerdo con los testimonios de miembros de la Unión de Comunidades Indígenas de la Zona Norte del Istmo (UCIZONI), los elementos llegaron por dos puntos y comenzaron a destruir el campamento, así como a golpear y violentar a hombres y mujeres que se encontraban ahí.

Hasta el momento, se informa de la detención de 4 comuneras y 2 comuneros. Incluimos aquí el comunicado enviado por la UCIZONI a las 3pm:

8 de abril de 2023.

15.00 horas. Después del violento desalojo sufrido por campesinos y campesinas mixes de Mogoñe Viejo afectados por las obras de modernización del ferrocarril del Istmo de Tehuantepec a manos de decenas de elementos de la Secretaria de Marina, de la Policía estatal y de la Guardia Nacional, y donde fueron detenidas 4 ejidatarias y 2 ejidatarios, informamos que las detenidas no aparecen y se presume que fueron trasladadas a la capital del estado de Oaxaca.

También comunicamos que se estableció desde las 12.40 horas un bloqueo carretero a la altura del puente Malatengo, mismo que ha sufrido intimidaciones por parte de la Secretaría de la Marina; también se reinstaló el Campamento Tierra Libertad. Organizaciones internacionales de derechos humanos y decenas de organizaciones nacionales están manifestando su indignación por el ataque sufrido esta mañana contra ejidatarios y ejidatarias mixes de Mogoñe Viejo y exigen la inmediata liberación de las y los detenidas.


Foto: David Valero

Las acciones de la SEMAR y de la Guardia Nacional, y por ende del Gobierno Federal y del presidente Andrés Manuel López Obrador, representan una grave violación a los derechos humanos, incluyendo el derecho a la protesta, el derecho a la libre expresión, el derecho de asociación, el derecho a la integridad física, y el derecho de los Pueblos Originarios a la libre autodeterminación, así como el derecho a no ser víctima de malos tratos, y detenciones arbitrarias.

Lo sucedido en Mogoñe Viejo, Oaxaca, es sumamente grave y requiere que organizaciones de derechos humanos a nivel nacional e internacional condenen estos hechos que demuestran la naturaleza del gobierno de López Obrador, un gobierno que se ha caracterizado por dividir a comunidades, reprimir y criminalizar actos de protesta, y por la imposición de proyectos ecocidas y etnocidas por intereses económicos de empresas trasnacionales.

Se hace un llamado también a todos los colectivos, comunidad e invidividuxs solidaridarios a nivel nacional e internacional a expresar su apoyo a la comunidad de Mogoñe y las 32 comunidades que conforman la UCIZONI y en repudio a las acciones represivas y autoritarias del Gobierno de México.

Lo mencionamos en nuestro reporte sobre la visita a Mongoñe Viejo; la tierra es de quien la trabaja, de quien la defiende, de quien la habita, de quien la pisa, de quien la ama y de quien la defiende. Por eso los derechos internacionales reconocen el derecho de los Pueblos Originarios a la libre autodeterminación, y este derecho implica decidir qué hacer en los territorios que habitan. Las tierras de Mongoñe Viejo le pertenecen a las personas de Mongoñe, no a López Obrador, ni a cualquier empresa nacional o transnacional.

En las palabras de una compañera de la UCIZONI:

Sabemos que el gobierno de Oaxaca ha dicho que, si no nos vamos, nos van a desalojar. ¿Cómo se atreven a decir esto? Ellos son los extraños y nosotros somos los dueños de esta tierra. Nuestros antepasados defendieron esta tierra, por eso existe, entonces ¿cómo van a desalojarnos de nuestra tierra?

A través de nuestro sitio web, y nuestras redes sociales seguiremos actualizando la información sobre Mongoñe Viejo y las y los compañeros detenidas/os. Nos sumamos a la exigencia por su libertad, así como la exigencia de terminar con la imposición del Proyecto de Desarrollo del Corredor.

radio
CNI-CIG | EZLN

PRONOUNCEMENT BY THE NATIONAL INDIGENOUS CONGRESS AND THE EZLN IN RESPONSE TO THE VIOLENT EVICTION OF THE «Tierra y Libertad» CAMP IN THE MIXE COMMUNITY OF MOGOÑE VIEJO, GUICHICOVI, OAXACA, BY THE FEDERAL AND STATE GOVERNMENTS.

April 28, 2023

To the peoples of Mexico and the world,
To the human rights organizations and collectives,
To the National and International Sexta,
To the national and international media.

We denounce with rage that today, April 28, at around 10:38 a.m., a large group of members of the National Guard, the Mexican Navy and the Oaxaca state police violently attacked those participating in the CAMP TIERRA Y LIBERTAD, causing its destruction and stealing the belongings of the peasants who were there. IN A WORRYING WAY, THE MIXE EJIDATARIOS* MARÍA MAGDALENA MARTÍNEZ ISABEL, FERNANDO HERNÁNDEZ GÓMEZ, ADELA SEVERO TEODORO, ESPERANZA MARTÍNEZ ISABEL, ELIZABETH MARTÍNEZ ISABEL AND ELIODORO MARTÍNEZ ISABEL WERE DETAINED WITHOUT BEING KNOWN WHERE THEY REMAIN, AND COMRADE ADELA SEVERO TEODORO WAS BEATEN BY MEMBERS OF THESE MILITARY FORCES. In this sense we denounce, as has happened on other occasions, the intentional use of military and police forces by the state to abuse women and generate terror.

Just today the CAMP TIERRA Y LIBERTAD, organized by the Union of Indigenous Communities of the Northern Zone of the Isthmus, completed 61 days of blocking the railroad tracks of the Isthmus of Tehuantepec in the Mogoñe Viejo-Vixidu section, in protest against the imposition of the mega-project Inter-Oceanic Corridor Istmo de Tehuantepec and in order to paralyze the works for the modernization of the railroad.

Likewise, yesterday the NATIONAL AND INTERNATIONAL CARAVAN «EL SUR RESISTE», in struggle against the Interoceanic Corridor, the Maya Train („Tren Maya“) and all the death projects of this repressive government, servile to the interests of big capital, was received at the CAMP TIERRA Y LIBERTAD with the purpose of weaving together the resistance of the peoples of the south, of Mexico and of the world. Not omitting to point out that since its beginning on April 25 in Pijijiapan, Chiapas, the CARAVAN has been permanently obstructed and harassed by government spying and an endless number of military streetblockades.

With the action orchestrated by the military and police corporations against the CAMP TIERRA Y LIBERTAD it is clear to us, once again, that the current governments are at the service of the large transnational corporations and that militarization, patriarchal violence and repression are the path they have chosen to confront the struggle and resistance of our peoples to the Interoceanic Corridor and the Tren Maya, to capitalist dispossession and war.

WE DEMAND THE IMMEDIATE RELEASE OF OUR COMRADS MARÍA MAGDALENA MARTÍNEZ ISABEL, FERNANDO HERNÁNDEZ GÓMEZ, ADELA SEVERO TEODORO, ESPERANZA MARTÍNEZ ISABEL, ELIZABETH MARTÍNEZ ISABEL AND ELIODORO MARTÍNEZ ISABEL; THE PUNISHMENT OF THOSE GUILTY OF PHYSICAL AND GENDERED VIOLENCE, ROBBERIES AND REPRESSION AGAINST THE TIERRA Y LIBERTAD CAMP; AS WELL AS THE DISCLOSURE OF THEIR REMAIN AND THE GUARANTEE OF FREE TRANSIT AND UNIMPEDED ACTIVITIES OF THE NATIONAL AND INTERNATIONAL CARAVAN «EL SUR RESISTE».

Sincerely

Mexico, April 28, 2023.

For the Integral Reconstitution of Our Peoples

Never Again A Mexico Without Us

NATIONAL INDIGENOUS CONGRESS

INDIGENOUS COUNCIL OF GOVERNMENT

EZLN-Zapatista Sixth Commission.

 

—–

Footnotes inserted by the translator

*Mixe: Indigenous People in Oaxaca, Mexico

*Ejidatorios: Members of an ejido. Ejidos: System of land distribution and ownership that was institutionalized after the Mexican Revolution and consists of giving a piece of land to a group of people for collective use. Often, this is the land of indigenous communities, which they collectivly own, manage and cultivate.

radio
Caravana El Sur Resiste

(Español) Comunicado de la Caravana El Sur Resiste ante la represión y desalojo del plantón “Tierra y Libertad”

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Comunicado de la Caravana Nacional e Internacional El Sur Resiste ante la represión y desalojo del plantón “Tierra y Libertad” en la comunidad  Mogoñe Viejo, Huichicovi, Oaxaca. México.

Viernes 28 de abril del 2023
Desde Oteapan, Veracruz
Caravana ¡El Sur Resiste!

C O M U N I C A D O     U R G E N T E
Mogoñé Viejo, municipio de San Juan Guichicovi, Oaxaca.

La madrugada de este hoy, la Marina Armada de México, la Guardia Nacional y la Policía estatal de Oaxaca, han desalojado el Campamento Tierra y Libertad, que la comunidad indígena mixe de Mogoñé Viejo, mantenía desde hace 61 días, en las vías del ferrocarril, que forma parte del megaproyecto denominado “Corredor Interoceánico”. Desde la noche del jueves, alrededor de las 22:38 la Guardia Nacional rodeó el Campamento Tierra y Libertad y se llevaron detenidas a seis compañeras y compañeros, María Magdalena Martínez Isabel, Fernando Hernández Gómez, Adela Severo Teodoro, Esperanza Martínez Isabel, Elizabeth Martínez Isabel y Eliodoro Martínez Isabel, de quienes aún desconocemos su paradero.

Además, la compañera Adela Severo fue golpeada por elementos de estos grupos militares, el ataque recibido ha violentado un espacio compuesto en su mayoría por mujeres indígenas que se encuentran en la defensa del territorio. Este es un ataque violento, misógino, clasista, racista y patriarcal del que responsabilizamos a los tres niveles de gobierno (municipal, estatal y federal). Se trata del acto de un gobierno totalitario y militar represivo que responde a intereses ecocidas.

Repudiamos esta acción criminal de detención y represión física hacia las mujeres. Es una acción patriarcal que pretende desarticular a quienes están dando fuerza y dignidad a la lucha por la vida y la defensa de la Madre Tierra frente a los proyectos de muerte.

El día de ayer jueves 27 de abril, recorrimos como Caravana “El Sur Resiste” el territorio defendido por las hermanas y hermanos de Mogoñé, ellas nos hablaron de la tensión que vivían por las amenazas de desalojo por parte del gobierno federal. Nosotrxs como Caravana hemos experimentado el hostigamiento que implica la presencia constante de la Marina, la Guardia Nacional y los oficiales del Instituto Nacional de Migración, quienes nos han grabado y vigilado durante nuestro trayecto.

Exigimos un cese a la represión y persecución de las y los compañeros que defienden el territorio. Alto a la intimidación a la Caravana y a las luchas de los pueblos que resisten al Corredor Interoceánico, al Tren mal llamado Maya y a todos los proyectos de muerte de este mal gobierno.

Exigimos la aparición inmediata de las compañeras y compañeros detenidos
Responsabilizamos al Gobierno Federal encabezado por Andrés Manuel López Obrador por el clima te tensión y la violencia generada contra nuestros compañeras y compañeros y contra todas las organizaciones que enfrentamos sus proyectos de muerte.

¡Si tocan un pueblo respondemos todos!

Sepan bien que no nos intimidan, como nos enseña nuestra hermana Betty Cariño, quien el día de ayer cumplió 13 de ser asesinada en un acto criminal del Estado contra una Caravana humanitaria, similar al vivido el día de hoy en Mogoñé Viejo: nos tienen miedo porque no les tenemos miedo.

Caravana nacional e internacional “El Sur Resiste”

radio
Frayba

(Español) Frayba denuncia el desalojo del Campamento Tierra y Libertad en Mogoñe Viejo, Oaxaca

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Este Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, que monitorea la Caravana El Sur Resiste, recibió información, relacionada al desalojo del Campamento Tierra y Libertad en Mongoñe Viejo, Oaxaca. El día de hoy 28 de abril, alrededor de la 10.38 hrs., un grupo de agentes de la fuerza de seguridad entre ellos Policía Municipal Guardia Nacional  y Marina Nacional, el cual era mantenido por el Pueblo Mixe con acciones pacíficas de manifestación con la finalidad de detener las obras del ferrocarril del Istmo de Tehuantepec relacionado al Corredor Transístmico. Durante el desalojo fue detenida María Magdalena Martínez Isabel, Fernando Hernández Gómez, Adela Severo Teodoro, Esperanza Martínez Isabel, Elizabeth Martínez Isabel y Eliodoro Martínez Isabel, sin que hasta el momento sepamos de sus paraderos. Así también se reporta una compañera golpeada. El Campamento fue destruido y robadas pertenencias.

Este campamento cumplió 60 días en resistencia, con más de sesenta movilizaciones por parte de las comunidades desde julio 2019, donde han recibido constante hostigamientos y amenazas. El día de ayer recibió la Caravana El Sur Resiste.

En estos momentos integrantes de la Caravana El Sur Resiste se encuentran manifestándose en la carretera transístmica a la altura de Oteapan, Veracruz para denunciar la agresión sufrida por parte de elementos del gobierno federales y del estado de Oaxaca. Por lo que pedimos que se respete esta manifestación pacifica y los derechos quienes expresan su inconformidad sobre las acciones represivas de agentes del estado.

Desde el Frayba exigimos la inmediata liberación de los y las indígenas mixes detenidos, cese a la represión y respeto a los derechos de los pueblos indígenas del Istmo de Tehuantepec, el respeto del derecho a manifestación de las comunidades y pueblos contra el despojo e imposición de proyectos de desarrollo, violatorios de los derechos de los pueblos originarios.

radio
PCI-UCIZONI

(Español) Comunicado de prensa UCIZONI, ejidatarios desaparecidos tras su detención durante el desalojo del campamento Tierra y Libertad

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UCIZONI INFORMA

28 de abril de 2023.

15.00 horas. Después del violento desalojo sufrido por campesinos y campesinas mixes de Mogoñe Viejo afectados por las obras de modernización del ferrocarril del Istmo de Tehuantepec a manos de decenas de elementos de la Secretaria de Marina, de la Policía estatal y de la Guardia Nacional,y donde fueron detenidas 4 ejidatarias y 2 ejidatarios informamos que las detenidas no aparecen y se presume que fueron trasladadas a la capital del estado de Oaxaca.

También comunicamos que se establecio desde las 12.40 horas un bloqueo carretero a la altura del puente Malatengo, mismo que ha sufrido intimidaciones por parte de la Secretaria de la Marina; también se reinstalo el Campamento TierrayLibertad. Organizaciones internacionales de derechos humanos y decenas de organizaciones nacionales estan manifestando su indignación por el ataque sufrido esta mañana contra ejidatarios y ejidatarias mixes de Mogoñe Viejo y exigen la inmediata liberaciónde las detenidas.

Atentamente PCI-UCIZONI

radio
Radio Zapatista

(Español) URGENTE: Guardia Nacional y Marina desalojan plantón de Mogoñe Viejo horas después de la visita de la Caravana El Sur Resiste

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El Congreso Nacional Indígena informó que hoy, 28 de abril de 2023, a las 10:38 am, un fuerte contingente de elementos de la Guardia Nacional, policía estatal y Secretaría de la Marina desalojaron el plantón “Tierra y Libertad”, donde campesinos mixes afectados por las obras del ferrocarril del Istmo de Tehuantepec han resistido dichas obras durante 60 días.

Según el reporte del CNI, el ataque se dio por dos lugares. Seis compañeras y compañeros mixes fuereon detenidos: Maria Magdalena Martinez Isabel, Fernando Hernandez Gomez, Adela Severo Teodoro, Esperanza Martinez Isabel, Elizabeth Martinez Isabel y Eliodoro Martinez Isabel. Hasta ahora, se desconoce su paradero. Una de ellas, Adela Severo, fue golpeada, y el campamento fue destruido y las pertenencias, robadas.

Ante la situación, los integrantes de la Caravana El Sur Resiste decidieron bloquear la carretera transístmica a Coatzacoalcos a la altura de Oteapan, Veracruz.

Más sobre el contexto del bloqueo ‘Tierra y libertad’ del pueblo mixe Mogoñe Viejo: https://piedepagina.mx/campesinos-mixes-detienen-destruccion-de-arboles-rios-y-casas-por-modernizacion-del-tren-transistmico/

 

radio
Radio Zapatista

(Español) Caravana “El sur resiste” – día 3: Pueblos del Norte del Istmo detienen al Corredor Transístmico

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Texto: Observatorio Memoria y Libertad
Fotos: Karen Castillo, Observatorio Memoria y Libertad | El sur resiste
Video: Tejemedios
Audios extraídos de: APIIDTT
Edición: Radio Zapatista

La caravana El Sur Resiste, en su tercer día de caminar, llegó al Plantón Tierra y Libertad ubicado en Mogoñé Viejo, en la zona norte del Istmo de Tehuantepec, Oaxaca. El plantón, cumplió 60 días de resistencia bloqueando la remodelación de las vías del Tren Transístmico.

Al llegar a Mogoñe Viejo, se puede sentir la fuerte organización de las más de 32 comunidades que han sostenido este espacio de resistencia; las mujeres caminan de un lado a otro- cortan carne y vegetales, reparten café y tamales- hay mantas colgando que exigen detener las obras.

Al recorrer el plantón, es impresionante ver el nivel de organización de la Unión de Comunidades Indígenas de la Zona Norte del Istmo (UCIZONI), hay espacios designados para todo, para las ollas, los platos, espacios para lavar trastes, cables en donde colgar las bosas, sillas y carpas para cubrirse del sol. Las personas se muestran cómodas en el espacio, algunas personas están sentadas en sillas esparcidas por el terreno, algunos niños y niñas corren y juegan en medio del bullicio del plantón.

La realidad, es que la gente se encuentra en su tierra, este es su territorio, y, en el territorio, se habita, se aprende, se vive y se organiza. Eso hace la unión de comunidades de la zona norte del Istmo, habitan el espacio, la tierra es suya; no del gobierno de México, ni de las empresas a las cuales López Obrador ha regalado territorios que no le pertenecen. Así lo deja claro una compañera parte de la UCIZONI:

“Sabemos que el gobierno de Oaxaca ha dicho que, si no nos vamos, nos van a desalojar. ¿Cómo se atreven a decir esto? Ellos son los extraños y nosotros somos los dueños de esta tierra. Nuestros antepasados defendieron esta tierra, por eso existe, entonces ¿cómo van a desalojarnos de nuestra tierra?”

La tierra es de quien la trabaja, de quien la defiende, de quien la habita, de quien la pisa, de quien la ama y de quien la defiende. Por eso los derechos internacionales reconocen el derecho de los Pueblos Originarios a la libre autodeterminación, y este derecho implica decidir qué hacer en los territorios que habitan.

Mientras el mitin comienza, camionetas de la Marina de México y de la Guardia Nacional rondan el plantón en repetidas ocasiones, “así es diario” , nos comentan las personas en Mogoñé Viejo.

La presencia de estos elementos armados es recordatorio de lo mucho que la resistencia de la UCIZONI ha incomodado al gobierno de Oaxaca, al gobierno de López Obrador, y a las empresas extranjeras que ven en estas tierras un jugoso botín para saquear.

Un Proyecto Porfirista

El compañero Carlos Beas Torres, explica que el plan de conectar la costa Oaxaca con la costa de Veracruz, es un plan que existe desde la época de la colonia española.

En 1899, el gobierno de Porfirio Díaz entregó la concesión del proyecto a la empresa inglesa Pearson and Son Co, el ferrocarril fue inaugurado en 1907 pero el proyecto perdió importancia cuando entró en operación el Canal de Panamá.

El compañero Carlos enfatiza, que varias de las concesiones en las cuales se basa el actual proyecto del Corredor Transístmico, se remontan a las concesiones de la época Porfirista. Un proyecto propuesto por un líder autoritario hace 100 años, busca interponerse el día de hoy.

López Obrador vuelve a repetir la historia, ahora regalando concesiones a empresas norteamericanas, en 2018, Obrador pactó con el ex presidente Donald Trump millonarias inversiones americanas en toda la zona del Istmo de Tehuantepec.

Sin embargo, la UCIZONI advierte que el proyecto actual va más allá de cualquier aspiración porfirista; no sólo se planean construir las vías, hay todo un plan de despojo para la zona del Istmo: gasoductos y oleoductos, refinerías, maquileras, minas y 10 parques industriales.

López Obrador está logrando materializar el sueño de todo sistema neoliberal, y los 32 Pueblos Originarios que conforman la Unión de comunidades del Norte del Istmo, han sido su mayor pesadilla.

“De junio del 2019 a marzo del 2023, hemos contabilizado alrededor de 69 movilización de pueblos para evitar que avancen los trabajos y los daños de estos proyectos. El 3 de febrero del 2023, se movilizaron 3 comunidades en conjunto: Palomares, Mogoñe Viejo, y Sarabia. Presente en las tres movilizaciones estuvo la Marina de México intentando amedrentar. Esta es la respuesta de la 4t a nuestras demandas.”

Los ataques en contra de la resistencia

Durante la visita de la Caravana El Sur Resiste al Plantón Tierra y Libertad, se discutieron las formas en las cuales el Estado mexicano (incluyendo autoridades estatales y federales) han intentado terminar con la organización que mantienen en contra del Tren Transístmico.

Estas fueron algunas de las formas de represión/hostigamiento más mencionadas por miembros de la UCIZONI:

1.Consultas amañadas y violación al derecho a la información: las personas detallaron cómo las autoridades federales no han otorgado información suficiente sobre el proyecto, mucho menos información suficiente en mixe, la lengua más hablada por los habitantes. De la misma forma, la consulta realizada por el Gobierno Federal fue señalada cómo un proceso falso y omiso.

2.- División de comunidades por medio de proyectos y dádivas del gobierno: los habitantes de esta región mencionaron al proyecto Sembrando Vida y otros programas de la 4T como las becas para adultos, como fuente de conflicto y división dentro de las comunidades al crear relaciones de clientelismo entre algunos habitantes y el gobierno federal y estatal.

3.- Violencia y amenazas por grupos del crimen organizado: esta es una de las amenazas que fue más nombrada durante el mitin, los miembros de la UCIZONI relataron que grupos de la delincuencia organizada han amenazado a autoridades ejidales y a miembros de la comunidad que participan en el proceso de organización comunitaria. En otras áreas del Istmo, la situación se repite, en la zona oriente de la región se identifican dos asesinatos de activistas y defensores comunitarios, en 2022 en Santa Cruz Tagolaba, el comunero Jesus Manuel García fue asesinado.

4.- Militarización y hostigamiento: junto con la llegada del proyecto y la resistencia de la comunidad, la Marina y la Guardia Nacional se han convertido en una presencia constante frente al plantón y en las marchas/mítines/bloqueos realizados por UCIZONI. La presencia y violencia de estos cuerpos militares (aunque la guardia nacional se presume civil), no se ha limitado al hostigamiento ya que las personas que resisten en el plantón Tierra y Libertad ya han sido atacadas en al menos una ocasión.

5.- Intentos de comprar a autoridades ejidales: los pobladores también detallan que personas del gobierno federal y estatal han presionado a autoridades tradicionales de los ejidos para aceptar fuertes sumas de dinero a cambio de ceder los derechos de las tierras.

Las sumas han ascendido hasta el millón de pesos, cifra que para una persona normal es enorme pero que, para el Gobierno Federal y las empresas involucradas, resulta insignificante.

López Obrador anunció en 2018, una inversión de 8 mil millones de pesos para el Plan de Desarrollo del Istmo de Tehuantepec. La pregunta e, ¿a dónde van esos 8 mil millones de pesos? ¿en dónde están los miles de millones de pesos utilizados para otros proyectos como los parques eólicos y los gasoductos de la región?

Resistir por la vida y la memoria

Durante el evento en el Plantón Tierra y Libertad se recordó a los activistas y defensores de derechos humanos Bety Cariño y Jyri Jaakola, asesinados el 27 de abril del 2010.

Bety y Jyri fueron asesinados en una emboscada durante la caravana humanitaria que se dirigia a la comunidad Triqui de San Juan Copala, a 13 años de su asesinato, aún no hay justicia.

La presencia de Bety Cariño sigue viva en la memoria y lucha de todas las personas que la conocieron, así lo relato una compañera y amiga de Bety del Centro de Derechos Humanos de los Pueblos del Sur de Veracruz “Bety Cariño”:

La esencia de Bety se logró sembrar en muchas de las personas con las que ellas trabajó, recuerdo que el día de su funeral, al momento de que se cargaba su féretro para llevarlo al panteón, una de sus alumnas, una jóven, gritó, hoy nos toca a las mujeres cargar el féretro, y ese día las mujeres cargamos el féretro. En la educación, en el trabajo con jóvenes, en las radios comunitarias, en la lucha contra las mujeres, en la lucha por los derechos de las mujeres; ahí estaba Bety.

La lucha de la UCIZONI demuestra la misma esencia de memoria y resistencia. No olvidar que los proyectos del Estado no traen bienestar. No olvidar que no existe la justicia por parte del Estado mexicano. No olvidar que la solidaridad es el arma de los pueblos. No olvidar que sólo por medio de la autonomía y la organización desde abajo, podremos vivir con dignidad.

Recepción en la comunidad de Oteapan en Acayucan, Veracruz

Después de Mogoñe Viejo, la caravana se dirigió a la comunidad de Oteapan en Acayucan, Veracruz. Allá, se realizó un acto de bienvenida a la caravana y un programa de música y poesía en honor a Bety Cariño y Jyri Jaakkola.

Aquí los audios de la bienvenida:

radio
Radio Zapatista

Caravana “El Sur Resiste” – día 1: Pijijiapan y Tonalá (costa de Chiapas)

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La noche del 25 de abril, la Caravana El Sur Resiste arribó a Puente Madera, Oaxaca. Ahí se encuentra la comunidad que resiste la construcción de un monstruoso Parque Industrial, parte del proyecto Tren Interoceánico, también conocido como Corredor Interoceánico.

El recibimiento de la comunidad fue en pie de lucha. Una larga fila de personas cargando antorchas recibió a la caravana en la intersección de la carretera en la cual han mantenido plantones y bloqueos por semanas para exigir ser escuchados.

La Caravana se unió a los miembros de la comunidad, y así comenzó la marcha escoltada por motociclistas y moto taxis, que acompañaban los gritos de ¡Puente Madera No Se Vende! ¡El Istmo No Se Vende!, con el ruido de los claxons y los cuetes retumbando alrededor.

El Pitayal

En el segundo día de la Caravana el Sur Resiste, miércoles 26 de abril, visitó el Pitayal, un área llena de mezquites, coyotes, conejos, venados y otras especies vegetales y animales. Todo este ecosistema está en peligro de ser convertido en el Parque Industrial, uno de los 7 parques impulsadospor el Gobierno Federal.

Ahí, miembros de la comunidad de Puente Madera explicaron lo que está en riesgo de llegar a construirse. Todos coinciden en un punto sumamente importante: el Pitayal representa más que un espacio físico y la biodiversidad que lo habita; su existencia es también base de la existencia de la comunidad de Puente Madera, tal como lo explica una mujer de la comunidad:

“Del Pitayal vivimos, comemos, de ahí comemos porque cortamos leña que usamos para cocinar pero que también vendemos, ahí hay conejo y venado. Si nos quitan el Pitayal es como si nos quitaran nuestro banco para vivir.”

Éste es un aspecto que el Gobierno de Andrés Manuel López Obrador ha decidido ignorar sobre los Pueblos Originarios que habitan el territorio denominado México, junto con los demás gobiernos neoliberales que le han precedido. El territorio representa más que un ente físico y recursos que pueden obtener de éste; los Pueblos Originarios, como el pueblo zapoteco de Puente Madera, han desarrollado su modo de existir en completa conexión con su ambiente natural.

Si se destruye el territorio en el cual una comunidad habita, no sólo se destruye su entorno físico, se atenta con la forma de vida de todo un Pueblo; su comida, sus formas de producir recursos económicos, su cultura, tradición, y forma de vivir el día a día.

El área que está en riesgo comprende más de 360 hectáreas; de acuerdo con la comunidad, el Gobierno de la 4T ha querido imponer el proyecto por medio del Instituto Nacional de los Pueblos Indígenas por medio de personas acarreadas en las consultas, firmas falsificadas y amenazas en contra de la comunidad.

“Nosotros la Asamblea del Istmo decimos que el Gobierno actual es el peor de todos. Este gobierno no nos ha dado la mínima oportunidad de decirle al gobierno por qué estamos en resistencia, en cambio nos están persiguiendo.”

Durante la visita al Pitayal, miembros de la comunidad de Puente Madera plantaron dos tipos distintos de arboles, símbolos de la esperanza que representa este particular territorio. A la par, tres mujeres realizaron una ofrenda; en su lengua -el zapoteco- agradecen a la madre tierra por sostener la vida, piden fuerza para continuar la lucha.

El Pitayal se siente árido y seco; sin embargo, la comunidad tiene un plan ya en marcha para reforestar este territorio y continuar su existencia en armonía, como lo han hecho generación tras generación.

Resistencias en el Istmo de Oaxaca

Después de volver del Pitayal, nos unimos al primer panel del foro “Rebeldías y Resistencias en el Istmo Oaxaqueño”, en el cual representantes de distintas comunidades de la región Istmeña explican las problemáticas que acechan la estabilidad social, económica y ambiental de sus territorios.

El foro inició con un homenaje a Marcelino Nolasco Martínez, defensor del territorio en la región del Istmo y coordinador del Centro de Derechos Humanos Tepeyac, fallecido en enero de 2021 por Covid-19.

A seguir, los audios del foro Rebeldías y Resistencias en el Istmo Oaxaqueño, dividido en tres paneles.

Panel 1: Rebeldías y Resistencias del Istmo
Panel 2 – Luchas y resistencias oaxaqueñas
Panel 3 – Autonomías y alternativas en el Istmo oaxaqueño

Es importante mencionar que sería difícil para cada comunidad explicar la complejidad de las problemáticas que enfrentan y sus formas de resistencia. Sin embargo, sí es posible dar un panorama general de la región, y, conforme a lo expuesto por cada panelista, no sería equivocado enfatizar que una de las mayores amenazas para los Pueblos y comunidades dentro de esta región es la imposición de proyectos de índole neoliberal, como el Parque Industrial en el Pitayal, que pone en riesgo su existencia; además de crear otro tipo de violencias que se desencadenan tras la ruptura del tejido social por la destrucción ambiental, por ende cultural, resultado de un proyecto impuesto.

Entre estos efectos se podría mencionar el desplazamiento forzado del territorio propio, el incremento de la presencia de grupos criminales del narcotráfico y trata de personas, el incremento de la violencia en contra de mujeres y niñas, entre otros.

A continuación, se expondrá un breve resumen de las problemáticas señaladas por cada comunidad presente.

ASAMBLEA DE PUEBLOS INDÍGENAS DEL ISTMO EN DEFENSA DE LA TIERRA Y EL TERRITORIO (APIIDTT)

La Asamblea mencionó la problemática de la imposición de parques eólicos en toda la región del Istmo, los cuales no han generado bienestar para las familias que fueron convencidas de rentar sus tierras en la forma legal del usufructo, a cambio de contratos sumamente desventajosos. Los parques eólicos, de acuerdo con la APIIDT, también provocan la muerte de especies polinizadoras como los murciélagos, contribuyen a la sequía de la tierra y contaminan los mantos friáticos.

“Vinieron al territorio, engañaron a la gente con contratos de usufructo por 30 años para rentar su tierra. Mucha gente sí rentó, pero muchos luchamos por medios legales, por la acción directa, por medio de incidencia, y pudimos detener dos proyectos. Y a pesar de que hay 15 parques eólicos en Juchitán, ni un watt hemos recibido de estas empresas, nosotros no recibimos nada de ellos. Estos proyectos no son para nosotros.”

Ixtepec

La comunidad de Ixtepec, expuso parte de su experiencia por más de 10 años de resistencia contra un proyecto minero, el cual no pudo ser implementado por la resistencia del pueblo, en su mayoría, organizado por mujeres. Sin embargo, la comunidad de Ixtepec menciona que la misma situación que vivieron hace 10 años cuando el proyecto de la minera llegó a su comunidad, lo viven ahora con el proyecto del Tren Interoceánico/Transístmico.

“Éramos un pequeño grupo de mujeres muy, muy jóvenes y estábamos preocupadas de todo lo que estaba pasando. Fuimos recabando datos hasta que vimos que los líderes locales sí tenían esa información, habían dado luz verde a la explotación minera. Organizamos una campaña para evidenciar esto porque sabíamos que lo que estaba en juego era la vida, y logramos detenerlo.

Nos vemos ahora acechados por el Corredor Interoceánico, en Ixtepec vuelve a suceder lo que pasó hace 10 años, la gente desconoce lo que está pasando en el territorio, desconoce lo que es un parque industrial, desconoce cómo ese tren va a llegar a quitarnos lo mucho o poco que tenemos.”

La Ventosa

La comunidad de La Ventosa también expuso su resistencia desde 2016 frente a las mineras canadienses, y cómo lograron ganar la confianza de los comuneros y de otras comunidades y de esta forma detener el proyecto mediante la organización comunitaria.

“El proyecto tenía 30 años vigentes de concesiones, detener el proyecto nos ha costado difamación, amenazas cansancios, pero seguimos diciendo no a la mina, no a los parques eólicos. Nosotros también decimos no a las consultas, porque son amañadas y nos quitan nuestro derecho a la autodeterminación.”

Ixhuatán

La comunidad de Ixhuatán explicó cómo en el Oriente del Istmo hay 16 mil hectáreas concesionadas desde el sexenio de Peña Nieto, y aunque el gobierno de López Obrador ha negado la concesión, se sabe del proyecto de generar zonas de producción y zonas de inversión en toda la zona del Istmo.

“El Istmo siempre ha estado ahí en la mirada de la explotación, desde los 2000 con el Plan Puebla Panamá con Vicente Fox, las Zonas Económicas Especiales con Peña Nieto, y con AMLO zonas económicas especiales, el canal interoceánico. Diferente nombre, pero misma visión de explotación.

Hay otra concesión minera, igual del sexenio de Peña Nieto en la frontera con los Chimalapas, esta en el río Ostuta, el río más importante de toda la zona del Istmo, ahí hay un mar de plata y cobre y han hecho de todo para explotar estos minerales. Sin embargo, ha sido la defensa y la organización de los bienes comunales y ejidales y la organización del pueblo que ha detenido hasta las obras. 

Tenemos también el proyecto Sembrando Vida, que ha impulsado a que la gente deje de trabajar la tierra, ahora todos siembran mango y maguey, pero ahora solo se siembra eso; puro mango y la tierra ya no se trabaja.”

Criminalización de la comunidad de Puente Madera

Entre los impactos que ha tenido la comunidad de Puente de Manera es la persecución que han sufrido por interponerse al Parque Industrial, actualmente hay 17 órdenes de aprehensión en contra de integrantes de la Asamblea, y el compañero David Hernández Salazar fue encarcelado por 8 horas ya que se logró comprobar la irregularidad del proceso y la fabricación de delitos en su contra; sin embargo, el hostigamiento sigue, así como el proceso judicial.

Por lo tanto, la Asamblea del Istmo hace responsable a los tres niveles de gobierno, incluyendo a Antonino Morales Toledo, Secretario de Administración del estado de Oaxaca; al gobernador de Oaxaca, Salomón Jara Cruz; y al Presidente de la República, Andrés Manuel López Obrador, de cualquier ataque de cualquier tipo en contra de cualquier miembro de la comunidad, integrantes de la Asamblea o del frente de organizaciones oaxaqueñas.

Nos sumamos a este llamado, exigimos respeto a la vida y resistencia de la comunidad de Puente Madera y toda la región del Istmo de Oaxaca; de la misma forma exigimos la cancelación de los proyectos de muerte en esta región que representan una amenaza para la vida y para la existencia de las comunidades que han habitado estos territorios por siglos protegiendo a la madre tierra.

 

 

Texto: ¡El sur resiste!
Audios extraídos del video de: Asamblea de Pueblos del Istmo en Defensa de la Tierra y el Territorio
Fotorreportaje: Karen Castillo – Observatorio Memoria y Libertad
Edición de audios: Radio Zapatista
Revisión de texto: Radio Zapatista