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Radio Zapatista

Uma aliança negra, indígena e popular para mudar o mundo: VIII Jornada de Agroecologia da Teia dos Povos

Texto: Radio Zapatista | Fotos: Teia dos Povos | Vídeos: Teia dos Povos e Radio Zapatista

Enquanto no planeta o ódio, a intolerância e a imposição do mundo único se propagam como vírus, no Brasil milhares de pessoas se reúnem na VIII Jornada de Agroecologia da Bahia, organizada pela Teia dos Povos, uma grande aliança negra, indígena e popular do campo e da cidade, para refletir sobre o estado do nosso mundo, continuar construindo autonomias e celebrar a grande pluralidade de formas de ser, viver, resistir e criar vida fora da lógica do capital e do Estado.

A Teia dos Povos nasceu em 2012 perante a compreensão de que nem os povos indígenas, nem os povos afrodescendentes, nem os povos camponeses, nem os sem-terra, nem as luchas populares urbanas poderão enfrentar sozinhos a espoliação e a violência de um sistema cada vez mais voraz. Foi assim que começou a construção dessa grande articulação de movimentos sociais autonomistas de baixo e à esquerda no campo e na cidade, que hoje inclui um grande número de núcleos em dez estados do país.

A Teia dos Povos se organiza em núcleos de base — territórios onde se constrói e defende a autonomia — vinculados em rede por meio de elos da teia — organizações, coletivos e indivíduos sem um território próprio, que servem de apoio e vinculação entre os diferentes núcleos. Cada dois anos, a Jornada de Agroecologia reúne milhares de membros dos povos indígenas, afros e populares do campo e da cidade para continuar construindo essa grande articulação de autonomias.

Esta VIII Jornada aconteceu pela primeira vez na cidade de Salvador, Bahia: a cidade mais negra do Brasil, com uma população em torno a 80% afrodescendente, com uma rica cultura derivada de séculos de resistência em um contexto de racismo sistêmico e de repressão por parte das forças policiais, que na Bahia são as mais mortais do país, como denunciou Thiago Torres durante a Jornada. Com o tema “Aliança do campo e da cidade para o combate à fome e à pobreza”, a VIII Jornada reuniu vários milhares de pessoas de diversos estados do Brasil, do 29 de janeiro ao 2 de fevereiro de 205.

Ancestralidade viva

Os povos resistem e constroem outras realidades a partir da sua própria visão de mundo, diferente e oposta à imposta pelo capitalismo, e da sua conexão com uma ancestralidade que é o fundamento dessa visão. Assim, entre as reflexões e denúncias das diversas violências sofridas pelos diferentes povos reunidos, a celebração da ancestralidade está sempre presente. É por isso que a inauguração da Jornada no 29 de janeiro começou com um ritual de apertura dos povos indígenas e outro dos povos pretos:

Trata-se de uma espiritualidade nunca desvinculada do político, uma espiritualidade que dá sentido à luta pela vida e pelo cuidado dos territórios, em sua dimensão sagrada tão diferente do pensamento utilitário capitalista. Uma espiritualidade que celebra a vida com alegria, com os orixás, inquices e voduns africanos e os encantados indígenas e outras entidades dançando, celebrando, lutando, resistindo e reexistindo entre os vivos.

Pensar com o coração

Reflexão para a luta, o pensamento crítico coraçonado é fundamental para a construção de alternativas de base no contexto da “tormenta”, da crise civilizatória atual. Entender a conjuntura atual no Brasil e no mundo, que põe em risco a própria vida no planeta, é tarefa imprescindível dos povos em luta. Assim, a Jornada começou com uma análise da conjuntura na plenária, seguido de grupos de discussão denominados malocas de saberes, com os temas: terra e território, saúde, educação e agroecologia populares, entre outros. Ali se discutiram não apenas as problemáticas, mas também as iniciativas para recuperar e defender a terra e construir a autonomia nos diversos territórios, que vão de aldeias indígenas a quilombos afrodescendentes, assentamentos do MST, periferias urbanas e outros.

Além disso, acadêmicos e pesquisadores de todo o Brasil se reuniram em mesas temáticas para compartilhar seus trabalhos, lançando um olhar outro sobre a realidade dos territórios a partir da valorização dos conhecimentos e saberes das próprias comunidades. Os eixos temáticos incluíram: educação do e no campo, educação contextualizada e educação popular; agroecologia, câmbios climáticos e sistemas agroflorestais; ancestralidade, cultura e arte; conflitos territoriais, meio ambiente, Estado e sociedade; soberanias populares.

Mulheres, juventudes, infâncias e outros amores

Para a Teia dos Povos, como para o zapatismo, as mulheres são fundamentais na construção de outras realidades. Em plenária, a terceira noite do encontro, as mulheres realizaram uma grande roda onde, depois do canto coletivo, dialogaram sobre diversos aspectos da sua vida nos territórios, suas organizações e suas iniciativas comunitárias, assim como as estratégias coletivas para enfrentar o patriarcado e o papel da mulher na luta por terra e território.

Nessa roda de mulheres apresentou-se também uma nova iniciativa: a criação do Coletivo TransTeia, no qual se organizam as pessoas trans em sua luta contra a LGBTfobia e a violência de gênero. Discutiu-se a presença “transcestral” e de outras corpas dissidentes na Teia dos Povos. Denunciou-se a violência que sofrem as dissidências sexuais no Brasil, país que nos últimos 16 anos consecutivos ocupa o primeiro lugar em assassinatos de pessoas trans e travestis. Com poesia, dignidade e alegria apesar de tudo, foi declarado inaugurado o Coletivo TransTeia.

Para a Teia dos Povos, a juventude é também fundamental. Nesta VIII Jornada de Agroecologia, a juventude foi responsável por honrar as companheiras e companheiros ausentes, aquelas e aqueles que se encantaram nos últimos anos. Centenas de jovens realizaram um cortejo com cantos, estandartes e ferramentas de trabalho para celebrar a vida das e dos ausentes, terminando com uma grande roda onde os jovens fizeram demandas coletivas e compartilharam experiências e criações artísticas.

No fim da Jornada, os jovens escreveram esta Carta da Rede de Juventude da Teia dos Povos da Bahia.

As crianças não podem faltar, nunca. Na Jornada criou-se um Terreiro Lúdico onde, além dos muitos jogos e brincadeiras, houve contação de histórias, leitura de livros educativos, uma visita a uma biblioteca móvel, distribuição de livros, uma exposição da Rede de Zoologia Interativa e teatro de fantoches.

Rede de Capoeiristas da Teia dos Povos

A capoeira é uma arte marcial anticolonial criada pelos escravizados no Brasil em sua luta pela liberdade, a partir de tradições ancestrais africanas. À diferença de outras artes marciais concebidas como meios de combate frontal em situações de guerra, a capoeira é uma arte dos subalternos, uma arte de combate furtiva, clandestina: uma guerra de guerrilhas. É por isso que a manha, o engano,  o jogo que esconde o ataque supressivo, o mistério, a magia, o poder do encantamento são a própria essência da capoeira: a mandinga. Jogo, dança, música, acrobacia, luta e ancestralidade se misturam numa arte que vai muito além de uma simples técnica de combate, com um forte vínculo com as práticas espirituais de matriz africana.

Durante a Jornada, inaugurou-se a Rede de Capoeiristas da Teia dos Povos, considerada fundamental na autodefesa dos povos, que por sua vez é uma das dimensões essenciais da construção da autonomia. Para celebrar a criação da Rede de Capoeiristas, realizou-se uma grande roda de capoeira na qual participaram diversos mestres e mestras, mulheres, homens e crianças.

Sem dança não há revolução

Sem dança não há revolução, dizem que dizem. Nada mais verdadeiro nesta VIII Jornada, em que a dança, a música e a celebração da vida foram onipresentes. Perante a espoliação, a dignidade; perante a violência, o respeito e a alegria; perante a competição e o lucro, a solidariedade e o comum; perante a morte, a vida; perante a dor, a dança. Em todo lugar, em todo momento, grandes ou pequenas rodas de música e dança, celebração e vida, surgiam, planejadas ou espontâneas.

Um dos momentos mais alegres foi o samba de roda Quixabeira da Matinha, composto por agricultoras e agricultores da comunidade quilombola Matinha dos Pretos, com 35 de luta e resistência, com músicos autodidatas que receberam o conhecimento dos mais velhos e por sua vez o transmitem aos mais jovens.

Também esteve presente Bule-Bule, músico, repentista, escritor e poeta, referência das tradições musicais nordestinas e companheiro da Teia dos Povos. Com a gente também esteve o compositor, cantor e músico Mateus Aleluia, originário de Cachoeira, guardião de saberes ancestrais do povo negro e um dos mais importantes compositores da música popular brasileira.

Soberania alimentária e a arte de compartilhar

Um dos principais eixos da Teia dos Povos é a soberania alimentar, assim como a cultura da compartição, da coletividade e da solidariedade. As muitas caravanas organizadas de uma grande diversidade de geografias do Brasil montaram refeitórios comunitários autônomos com alimentos cultivados nos territórios, oferecendo café da manhã, almoço e janta para os milhares de pessoas presentes na Jornada. Comer em coletivo, compartilhar histórias, agradecer as muitas mãos e corações que possibilitaram essa abundância generosa e solidária virou, assim, um ato político de construção de outra forma de viver e de nos relacionarmos, em um mundo regido pela lógica do lucro a qualquer custo.

Ao longo de todo o evento, houve também uma Feira Agroecológica dos Povos, com membros de diversas comunidades, assentamentos, quilombos e aldeias da Teia dos Povos vendendo artesanato, alimentos e todo tipo de produtos produzidos pelos povos organizados.

Literatura e poesia

Evidentemente, não poderia faltar uma feira literária, onde se lançaram livros publicados pela Editora da Teia dos Povos e outras editoras companheiras e independentes, como a Glac Edições, além de debates, leituras e um sarau poético no qual, entre muitas e muitos outros poetas, se apresentou o companheiro Nelson Maca (leia/escute a entrevista com Rádio Zapatista em agosto de 2016).

Zapatismo, Autonomia e a Teia dos Povos

Um dos eventos nesta VIII Jornada de Agroecologia da Bahia foi o lançamento do livro Sonhando a Terra do Bem Virá: Zapatismo, Autonomia e a Teia dos Povos, uma colaboração entre Rádio Zapatista, a Teia dos Povos e a editora independente Glac Edições.

A proposta política da Teia dos Povos é, em muitos sentidos, semelhante à construção zapatista e, sobretudo, à proposta da Sexta Declaração da Selva Lacandona: a criação, fortalecimento e multiplicação de autonomias locais, cada uma de acordo às suas formas, e sua vinculação em rede, com o fim de criar um sujeito político global capaz de enfrentar o sistema de morte que vivemos. As ressonâncias, portanto, entre a construção da Teia dos Povos e o zapatismo são mais que evidentes. Em 2021, a editora da Teia dos Povos publicou o magnífico livro Por Terra e Território, de Joelson Ferreira e Erahsto Felício, que examina as diferentes áreas da autonomia concebidas pela Teia dos Povos e os desafios por construí-las nos seus territórios.

Agora, no livro Sonhando a Terra do Bem Virá, com prefácio de Joelson Ferreira, um dos idealizadores e impulsores da Teia dos Povos, Alejandro Reyes discute as diferentes áreas da autonomia zapatista, suas origens, seu processo de construção, seu funcionamento e os muitos desafios que ainda enfrentam, além de um breve percorrido histórico desde a fundação do EZLN em 1983 até as mais recentes mudanças nas estruturas do governo autônomo e a iniciativa do comum.

 

Leia aqui a Carta da VIII Jornada de Agroecologia da Bahia.

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Radio Zapatista

Una alianza negra, indígena y popular para cambiar el mundo: VIII Jornada de Agroecología de la Teia dos Povos

Em português aqui.

Texto: Radio Zapatista | Fotos: Teia dos Povos | Videos: Teia dos Povos y Radio Zapatista

Mientras alrededor del mundo el odio, la intolerancia y la imposición del mundo único se propagan como un virus, en Brasil miles de personas se reúnen en la VIII Jornada de Agroecología de Bahía, organizada por la Teia dos Povos (Tejido o Red de los Pueblos), una gran alianza negra, indígena y de abajo del campo y la ciudad, para reflexionar sobre el estado de nuestro mundo, continuar construyendo autonomías y celebrar la gran pluralidad de formas de ser, vivir, resistir y crear vida al margen del capital y del Estado.

La Teia dos Povos nació en 2012 ante la comprensión de que ni los pueblos indígenas, ni los pueblos afrodescendientes, ni los pueblos campesinos, ni los sin tierra, ni las luchas urbanas de abajo podrán enfrentar por sí solos el despojo y la violencia de un sistema cada vez más voraz. Fue así que se empezó a construir esa gran articulación de movimientos sociales autonomistas de abajo y a la izquierda en el campo y la ciudad, que hoy incluye un gran número de núcleos en diez estados del país.

La Teia dos Povos se organiza en núcleos de base —territorios donde se construye y defiende la autonomía— vinculados en red por medio de eslabones de la red —organizaciones, colectivos e individuos sin un territorio propio, que sirven de apoyo y vinculación entre los diferentes núcleos—. Cada dos años, la Jornada de Agroecología reúne miles de miembros de pueblos indígenas, afros y de abajo del campo y la ciudad para seguir construyendo esa gran articulación de autonomías.

Esta VIII Jornada se realizó por primera vez en la ciudad de Salvador, Bahía: la ciudad más negra de Brasil, con una población de alrededor de 80% afrodescendiente, con una rica cultura derivada de siglos de resistencia en un contexto de racismo sistémico y de represión por parte de las fuerzas policiales, que en Bahía son las más mortales del país, como denunció Thiago Torres durante la Jornada. Con el tema “Alianza del campo y la ciudad por el combate al hambre y a la pobreza”, la VIII Jornada reunió a varios miles de personas de diversos estados de Brasil del 29 de enero al 2 de febrero de 2025.

Ancestralidad viva

Los pueblos resisten y construyen otras realidades a partir de su propia visión de mundo, diferente y opuesta a la impuesta por el capitalismo, y de su conexión con una ancestralidad que es el fundamento de dicha visión. Así, entre las reflexiones y denuncias de las diversas violencias sufridas por los diferentes pueblos reunidos, la celebración de la ancestralidad está siempre presente. Es por eso que la inauguración de la Jornada el 29 de enero inició con un ritual de apertura de los pueblos indígenas y otro de los pueblos negros:

Se trata de una espiritualidad nunca desvinculada de lo político, una espiritualidad que da sentido a la lucha por la vida y por el cuidado de los territorios, en su dimensión sagrada tan diferente del pensamiento utilitario capitalista. Una espiritualidad que celebra la vida con alegría, con los orixás, inquices y voduns africanos y los encantados indígenas y otras entidades danzando, celebrando, luchando, resistiendo y reexistiendo entre los vivos.

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Avispa Midia

(Español) Alarma por violaciones sexuales del ejército de Israel a mujeres y niñas de Palestina

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Fuente: Avispa Midia

Por Sare Frabes

Expertos de la Organización de las Naciones Unidas (ONU) expresaron hoy su alarma por denuncias de atroces violaciones de derechos humanos contra mujeres y niñas palestinas en la Franja de Gaza y Cisjordania. Las acciones van desde detenciones y ejecuciones arbitrarias, así como violaciones sexuales.

“Estamos consternados por los informes que hablan de ataques deliberados y ejecuciones extrajudiciales de mujeres y niños palestinos en lugares donde buscaban refugio o mientras huían”, puntualizan los expertos de las Naciones Unidas, quienes forman parte de lo que se conoce como Procedimientos Especiales del Consejo de Derechos Humanos, el mayor órgano de expertos independientes del sistema de derechos humanos de la ONU.

Entre las detenidas incluyen a defensoras de los derechos humanos, periodistas y trabajadoras humanitarias. De acuerdo con los informes que ha recibido la ONU, algunas de las detenidas “sostenían trozos de tela blanca cuando fueron asesinadas por el ejército israelí o fuerzas afiliadas”.

De acuerdo con la ONU, las detenciones comenzaron desde el 7 de octubre del 2023, sometiendo a las detenidas a tratos inhumanos y degradantes, negándoles compresas para la menstruación, alimentos y medicamentos. Además de ello, han recibido fuertes palizas. “Al menos en una ocasión, las mujeres palestinas detenidas en Gaza fueron supuestamente mantenidas en una jaula bajo la lluvia y el frío, sin comida”, agregan los expertos.

Los miembros de la ONU han alertado que en los informes que han recibido hay registros de mujeres y niñas que, “han sido objeto de múltiples formas de agresión sexual, como ser desnudadas y registradas por hombres del ejército israelí.  Al menos dos detenidas palestinas habrían sido violadas, mientras que otras habrían recibido amenazas de violación y violencia sexual”, señalaron los expertos.

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También han destacado que el ejército israelí tomó fotos de mujeres detenidas en circunstancias degradantes y las subió a Internet.Los expertos exigen una investigación independiente y rápida, y que Israel coopere con dichas investigaciones, recordando su obligación de proteger los derechos de las mujeres y niñas palestinas.

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REDIM | REDIAS

(Español) Graves afectaciones a niñxs y adolescentes por violencia del crimen organizado en Chiapas

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  • El 2023 fue uno de los años más violentos para las infancias y adolescencias en el estado. Se estiman más de 100 mil niñas, niños y adolescentes afectados por las disputas entre grupos criminales.
  • Desplazamiento, reclutamiento forzado, desapariciones y homicidios ponen en riesgo su vida e integridad y vulneran sus derechos humanos.

Desde el 2021, Chiapas ha sido el centro de una pugna cruenta por parte de grupos criminales que se disputan este territorio clave para el tráfico de armas, drogas y trata de personas. En esta disputa, las y los pobladores de municipios en la Sierra Mariscal han visto sus comunidades asediadas por una ola de violencia sin igual en la región. Cobro de piso, ataques armados, quema de vehículos, sitio de poblados, cortes de agua y luz. Así como amenazas, extorsiones, reclutamiento forzado, desaparición de quienes se niegan a colaborar, asesinatos violentos y desplazamiento forzado como resultado de la violencia.

En este contexto, la vida cotidiana se ha trastocado con situaciones como bloqueos que impiden salir o llegar a otras comunidades, cierre de negocios, suspensión de clases, pérdida de cultivos que no han podido cosecharse, escasez de alimentos, encarecimiento de víveres, entre otros.

El 2023 fue uno de los años más violentos para las infancias y adolescencias en el estado. Sin embargo, no existen datos oficiales que permitan entender la magnitud de la violencia a la que se enfrenta la población. A lo largo de todo el año, en diferentes municipios de Chiapas, se dieron situaciones que afectaron la vida de miles de niñas, niños y adolescentes en el estado.

En el mes de mayo, comunidades como Lajerío y Candelaria en Frontera Comalapa tuvieron que desplazarse debido a la violencia de grupos criminales. Desde entonces, diferentes comunidades a lo largo de la región Sierra Mariscal se han sumado a los territorios asfixiados por la lucha entre grupos que se disputan el control de la frontera.

Para el mes de agosto, Motozintla y Chicomuselo fueron también víctimas de bloqueos, comunidades sitiadas y con ello, escasez y encarecimiento de alimentos. En septiembre, profesores de la zona escolar 025 publicaron un comunicado en el que declaraban la suspensión de clases en dicha región debido a que no existían las condiciones para garantizar la seguridad. Dicha sección abarca los municipios de Amatenango de la Frontera, Bejucal, Bella Vista, Chicomuselo, El Porvenir, Frontera Comalapa, La Grandeza, Honduras de la Sierra, Las Margaritas, Mazapa, Motozintla y Siltepec. Si consideramos el total de población de 3 a 17 años en dichos municipios y estimamos, al menos un 70% de asistencia a la escuela de acuerdo a datos oficiales, estaríamos hablando de 108,560 niñas, niños y adolescentes afectados por la suspensión de clases debido a la violencia en el periodo de septiembre-diciembre 2023[1].

Por otro lado, la violencia también se manifestó en territorios fronterizos en la región Selva. Desde hace casi un año, comunidades de Ocosingo, denuncian el aumento de grupos criminales que realizan actividades como tala clandestina, tráfico de armas y trata de personas[2]. En las comunidades de Lacanjá Chansayab, Nueva Palestina, Santo Domingo y San Javier, estimamos que 9,098 niñas, niños y adolescentes están siendo afectados por la violencia imperante en dichos territorios.

Durante el mes de noviembre, pobladores del municipio de Maravilla Tenejapa sufrieron situaciones de quema de casas, detonaciones de armas de fuego y desplazamiento forzado debido a su temor por la violencia[3]. En dicho episodio, 13 comunidades con una población estimada de 2,883 niñas, niños y adolescentes fueron afectadas.

El 2023 cerró para muchas comunidades en un contexto de guerra. Comunidades en los municipios de Bella Vista y La Grandeza denunciaron el sitio de sus poblados por grupos criminales, quienes realizaron también cortes de agua y luz para presionarlos a unirse a sus filas. El año nuevo entró en la Sierra Mariscal con enfrentamientos, siendo particularmente violentos en el municipio de Amatenango de la Frontera.

En lo que va de enero de 2024, la situación no ha mejorado. A las disputas entre grupos criminales, se suman agresiones del ejército contra pobladores bajo la acusación de que abren el paso al crimen organizado. De este modo, poblados en los municipios de El Porvenir, Siltepec y Socoltenango se han visto amenazados por parte de los soldados y atacados con gases lacrimógenos. En dicho contexto, las familias han ido abandonando sus casas. No se tienen cifras exactas de la magnitud de la población afectada. Algunas personas han migrado a Estados Unidos o a estados de la Península y otras más buscan refugio con familiares en Tzimol y Comitán. El Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de las Casas estima que son 2,300 personas desplazadas por la narcoviolencia desde el 15 de enero en los municipios de Chicomuselo, Socoltenango y la Concordia.[4] Protección Civil señala 1,884 personas atendidas en albergues de Tzimol, Socoltenango, Comitán y La Trinitaria.[5]

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(Español) Acteal: La muerte nos abrió el camino hacia la resistencia

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La muerte nos abrió el camino hacia la resistencia,
la muerte no tuvo dominio,
resurge la vida entre la milpa,
la esperanza y la lucha emergen
entre el polvo que poliniza la existencia.

— Las Abejas de Acteal

En una tarde tan helada como ésta, el 21 de diciembre de 1997, unas doscientas personas de muchas edades, casi todas mujeres y niños, llegaban al colmo de una vida de desprecio y sufrimiento. En un vado lodoso, a orillas de la carretera, desde ancianos hasta bebés lloraban de rabia, de frío y de lluvia mientras apretaban sus puños impotentes porque un grupo paramilitar los había expulsado de su comunidad y mantenía a algunos de sus familiares amarrados a los árboles, quinientos metros bosque adentro. Todas y todos estaban amenazados de muerte. “Nos van a matar mañana”, decían. Un anciano curtido por humedad nos mostraba su pierna herida de bala, pues tempranito le habían disparado. “Vengan con nosotros”, proponíamos, sin entender que nunca se pondrían a salvo dejando a su pueblo atrás. Quienes veníamos de fuera lo hicimos, nos fuimos, los dejamos atrás. Al día siguiente, 22 de diciembre de 1997, 45 tzotziles, 45 personas desplazadas en su propia tierra, fueron masacradas. Cuatro bebés fueron arrancados de los vientres de sus madres con machetes y cuchillos.

Desde entonces, la Sociedad Civil Las Abejas de Acteal ha mantenido viva la luz de la memoria. El día 22 de todos los meses, y en particular todo 22 de diciembre, se recuerda y se honra a las y los asesinados aquél oscuro día, en un acto colectivo de oración, de canto, de celebración de la vida.

Sí, de celebración. Pues las y los mártires de esta tierra sagrada están vivos en el corazón colectivo de este pueblo que no se resigna, que crece en dignidad en su búsqueda de justicia y en la afirmación de la paz y la no violencia como camino en un contexto cada vez más violento. “Si nuestras voces se apagaran en medio de un sufrimiento fuerte, entonces estaríamos muertos, bajo el sello del silencio eterno. Pero nuestra voz emerge de la dignidad del pueblo que somos, de la palabra de nuestras abuelas y abuelos, del reclamo por justicia durante estos 26 años”, dicen en un comunicado.

Este 22 de diciembre de 2023, la conmemoración inició la tradicional peregrinación de varios kilómetros, de Majomut a Acteal, “Casa de la memoria y la esperanza”.

La conmemoración se lleva a cabo en un gran auditorio abierto que mira hacia la inmensidad de las montañas, arropadas con un manto de niebla. Bajo nuestros pies, en un recinto sagrado, yacen los cuerpos de los mártires de Acteal. Arriba, donde estamos nosotros, se escuchan las voces del Coro de Acteal, bajo una gran manta que dice: “Sobre la impunidad y la muerte, cantamos por la paz y por la vida”. Alrededor de un bello altar maya frente a la gran cruz en medio del espacio, se van colocando las cruces con los nombres y la edad de las y los asesinados, que se cargaron con profundo respeto en la peregrinación.

Allí se lee el comunicado de Las Abejas de Acteal y un boletín del Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas (Frayba). En el comunicado, Las Abejas dejan claro los nombres de los responsables de la masacre, los autores intelectuales que hasta hoy continúan impunes: Ernesto Zedillo, ex Presidente de la República; General Enrique Cervantes Aguirre, Secretario de la Defensa Nacional; General Mario Renán Castillo, Comandante de la Séptima Región Militar en Rancho Nuevo; Emilio Chuayffet Chémor, Secretario de Gobernación; Julio César Ruiz Ferro, Gobernador de Chiapas; Homero Tovilla Cristiani, Secretario del Estado de Chiapas; Uriel Jarquin Galvez, Subsecretario de Chiapas; Jorge Enrique Hernández Aguilar, Coordinador de Seguridad Pública de Chiapas; David Gómez Guzmán, Subprocurador de Justicia Indígena Zona Altos de Chiapas; y Antonio Pérez Hernández, Secretario de Pueblos Indígenas.

También señalan a los presidentes que desde entonces han sido cómplices de la masacre con su inacción y silencio: Vicente Fox Quesada, Felipe Calderón Hinojosa, Enrique Peña Nieto y el actual presidente Andrés Manuel López Obrador, quien no sólo no ha hecho nada por castigar a los culpables, sino que incluso llegó al extremo de condecorar a uno de los principales responsables: el General Enrique Cervantes Aguirre, entonces Secretario de la Defensa Nacional.

Este año, a la conmemoración le precedió un importante encuentro de medios comunitarios provenientes de muchas geografías del país, convocado por el área de comunicación de Las Abejas de Acteal, que se llevó a cabo el 20 y 21 de diciembre, donde se intercambiaron saberes y experiencias.

“La búsqueda de la paz brota inagotable como manantial de agua en tiempos de sequía”, dicen Las Abejas de Acteal. Con su ejemplo, con su caminar en busca de justicia y su afirmación porfiada de la paz y la no violencia como arma de lucha, Las Abejas nos iluminan con esperanza en un contexto de violencia creciente, de guerra entre cárteles del crimen organizado, de reproducción de grupos armados por todo el estado, de desapariciones, asesinatos, retenes, secuestros e impunidad, en un estado y un país que parecen desmoronarse. Esperanza de que la colectividad, el respeto, la dignidad, la consagración de los encuentros y sí, la alegría, puedan reproducirse entre todas y todos aquellos que creemos que vale la pena seguir luchando por el florecimiento de la vida.

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Interview with Fuad Abu Saif in Palestine about Gaza

Listen to the interview:
(Descarga aquí)  

For over a month now, Israel has been bombing Gaza through air, sea, and land, in retaliation for the attack by Hamas on October 7, aimed at lifting the deadly blockade imposed on Gaza for 17 years, which has led to thousands of deaths, most of whom are children. Around 1,400 people died in that attack, although recent reports from Israel indicate that there is a strong possibility that many, if not most of the dead were killed by indiscriminate Israeli fire that day.

Israel’s offensive against Gaza has killed close to 11,000 people so far, at least 4,500 of whom are children. In violation of international law and all human rights conventions, Israel continues to massacre the civilian population indiscriminately, attacking hospitals, schools, ambulances, shelters, mosques, homes, buildings, and refugee camps, as well as infrastructure. Since October 7, Israel has hit at least 12,000 targets with 25,000 tons of explosives, according to Euro-Med Human Rights Monitor—the equivalent to two nuclear bombs. Massive demonstrations all around the world have condemned what is evidently Israel’s ethnic cleansing and genocidal project, not only committed through direct massacres, but also employing hunger and deprivation, cutting off access to food and clean water for a population of 2.5 million Palestinians.

From the West Bank, we spoke with Fuad Abu Saif, General Director of the Union of Agricultural Work Communities (UAWC), who explained the situation.


Foto: El Mundo

Thank you for being with us, Fuad. We would like to know what the situation is like in Gaza right now, but before we do that, we would like to know what life was like in Gaza for the last 16 or 17 years, since the borders were closed by Israel in 2006.

The story of Gaza, the West Bank and all of Palestine started not just on October 7 or even 16 or 17 years ago; it started 75 years ago when Israel occupied Palestine in 1948. In 2006, there was a national election in Palestine and Hamas won. Immediately, Israel imposed a siege in all of Gaza, which has made the life of people there very difficult. Gaza is a very small area: 665 km2 surrounded on all sides by Israel and the sea on the other side, and about 2.5 million people living there, all of them under siege. That means that there is no way to go in or out without passing through the Israeli border. They forbid about 100 different materials from entering Gaza, which means that all the fundamental and basic needs for life are prohibited from entering Gaza. And of course, there is no airport or other connection with the outside world, except through Egypt, which is also in agreement with Israel and also blocked that border.

We work closely with Gaza because our office is responsible for being in daily touch with people there. Thousands of people have died because there is not enough care in the hospitals, no materials, no fuel, no electricity. Even before October 7, electricity was only available for four hours a day. The water is contaminated, there is no clean water in Gaza, and no one can go in or out of Gaza for 16 or 17 years. So life was impossible…

Some people have described Gaza as the largest open-air prison in the world…

It’s not just an open-air prison. Israel waged five wars before this one during these 16 years, killed thousands of Palestinians and arrested many others. Thousands of Palestinians were killed because they entered their land in the area near the border between Israel and Gaza… everyone entering after 6 pm, they shoot them. Hundreds of farmers lost their life because they were late in their farm and the Israelis attacked them. Protesters who tried to protest and condemn this situation in the area were killed or injured because they organized a kind of march near the Israeli border—this has happened since 2014. The wars mean that military operations can happen at any moment, and it has happened five times without any reason to justify it. In the past 16 years, Israel initiated these military operations without having any attacks from Gaza.

What is it like now on the ground after October 7?

Since October 7, Israel started this genocide war in Gaza. The number of victims is increasing in a crazy way, until last night it was almost 11,000 Palestinians killed in one month, more than 55,000 injured by the Israeli air strikes against civilians, homes, and infrastructure in Gaza. The problem is that more than 69% are children and women. The way they are killing cannot be described. They bomb houses full of civilians and children. As you may know, the majority of people in Gaza are young and children, more than 60%. So all houses are full of children, and without alerting anyone, they bomb them, the houses, the buildings and everywhere in Gaza. Like I said, it is a very small area. Life cannot be described. There’s no safe place in all of Gaza, and in addition Israel, beside the siege imposed for 17 years, they imposed a different kind of siege—they totally cut off electricity on October 10. They cut off food and are using starvation in this war against civilian Palestinians. They cut roads, cut water, there is no food, no water, no safe place…


Foto: Mahmud Hams, AFP

How are people surviving with this lack of food, water, and mobility?

As a humanitarian organization, we launched from the beginning of this war a program to support people to have access to food. No food is available from the outside, we’re relying on the limited food inside Gaza. Gaza is an agricultural area. There are two different places: the buffer zone, which is a huge land area next to the Israeli border, where Israel isolated that area from the people and farmers, so no one can have access to that area. There is another small area, which is the land inside Gaza itself, where there is what we call the home gardens, where people plant around their homes. This is the only source of food they have. Plus there are some big suppliers in Gaza who had already stored food and materials before the war. We are in contact with them and they have almost run out in the last three or four days. They are managing with the very little food, and are scheduling between the families: this for tomorrow, this for after tomorrow. And as one of them told me: “Look, for us, we have no problem, but it’s difficult for me to describe that to my children, that we don’t have food and we have only one meal, which might sometimes be only bread or rice, and we explain this to the children and they start crying, they don’t understand what that means, but this is the only way that we are managing this starvation.” Water is the same… as an example, in Rafah, which is in the south of Gaza, where almost 900,000 Palestinians were forced to move from the north, plus the close to 1 million already living in that area. They have one well working manually because there is no electricity, and sometimes you have to wait four or five hours to fill your container with 30 to 40 liters, and if you are lucky you have water; if not, you come back the next day. They try not to use the bathroom, for example, this is an agreement, only one time per day. The stories coming from them are very hard, especially for children. Of course, there is no milk, and the bread sometimes is so dry that they have to mix it with water so children can eat it.

They allowed some trucks to enter Gaza, 150 trucks from the beginning. Some of the trucks were only filled to 30-40% of their capacity, and most of the materials and food were expired. Others bring things that the people don’t need, such as clothing.


Foto: Said Khatib, AFP

A few hours ago, the EZLN published a communiqué. Let me read you a part of it:

The murdered Palestinian children are not collateral victims, they are and always have been Netanhayu’s main objective. This war is not about eliminating Hamas. It is about killing the future. Hamas will only be the collateral victim. Israel’s government has lost the media battle because it turns out that genocide, even if disguised as revenge, does not have as many followers as it believed. It is now capable of the most unimaginable cruelty.  The only ones who may perhaps end the massacre are… the people of Israel.

This brings me to a couple of questions. The first one has to do with the true motivations for this barbarism, which is backed by the United States, England, and other European countries. What are the economic and geopolitical interests at play here, and what are Israel’s and its allies’ true intentions?

There are some facts that have become clear for everyone. I don’t know how the world is accepting this, listening and not taking any real action in this genocide against civilians and in particular against children. Israel is not just Netanyahu. All Israeli leaders and even more the “civilians” declared from the beginning that no civilians are to survive in Gaza and that we have to kill them all. A few days ago, 100 doctors signed a petition demanding from the Israeli government to burn Gaza totally, including the children. I think that with this strong support from the United States and other Western governments, it is clear that they want to change the face of the whole region and restructure it so it is more beneficial for Israel. From the first moment, they moved rapidly to visit Israel and express their solidarity, and they agreed with the Israeli project to displace the Palestinians from Gaza and push them to Rafah as the first step, and the next step, from Rafah to Sinai. Until yesterday, Israelis have killed 175 Palestinians in the West Bank, where there is no Hamas, no military operations here. Which means that they are also preparing for another displacement to Jordan, and Israel is now putting that on the table and started speaking of this Israeli project, where Gaza will be pushed to the Sinai and the West Bank to Jordan. It is a horrifying project, ethnic cleansing in the West Bank and genocide in Gaza, with the full support of European governments and the US, and of course Palestinians will not allow this to happen. What is happening in Gaza and the way people are resisting is an example, but it’s risky for everyone. There is no room now for international law, and they encourage Israel to be above international law. They are attacking Syria again on a regular basis, Lebanon… they do whatever they want with the support of Europe and the US…


Foto: Mahmud Hams, AFP

And of course, this is happening in the context of a crisis of the United States as a world power, as Russia, China, and BRICS acquires more power and threatens Western hegemony.

The US is dealing with Israel as an important military base here. There is gas in Gaza, huge quantities discovered in 1996 but that became clearer in 2000. So they are not just using Israel as a military base. This explains why the next day Biden visited Israel, with a statement full of lies, and it’s clear that he’s lying, there is no evidence for his statements. They know that the Palestinians don’t have real power, we have no tanks, no weapons… we have natural resources. It is also about having access to the sea through Gaza, we’ve heard of this plan for decades, and the only way to do that is to displace the Gazan people.

In this context, what is the role of the other Arab countries?

Some of them are too weak, and others are supporting Israel. I mean the governments. Between Gaza and Egypt there are no Israelis, but the border is heavily closed. Since 2006, the Egyptian government closed the only gate for Gazans to have access to the world. So yes, they are contributing in a practical way. Egypt is the biggest Arab country and has the power to change everything. But they do the opposite exactly. The other Arab countries, the United States is scaring them, they are bringing all the US power and troops in the sea here, to alert them that if you move or support, there will be a mess in your country. They are very weak, fragmented, and the US has brought them to their side, and they sometimes even condemn Palestine and support Israel.

What do you see as possible outcomes? President Biden has said that there is no way this is going to stop, and Netanyahu denies all possibility of a ceasefire… where is this going?

It is difficult to talk about the future among those criminals and this kind of way of thinking from Biden and others. I am shocked that everyone is seeing people being killed in this way after almost 35, 40 days from the war, and they are justifying it saying that they keep attacking because they  won’t give any chance to Hamas to rebuild; but that is not true at all. They don’t want a ceasefire because they want to keep the pressure on the people to keep pushing them to the south. They are surrounding Gaza City right now and they keep pushing and killing and attacking the people, and the people are starting to move to the south again. This is what they did in 1948, when Israel attacked more than 500 Palestinian villages and kept attacking them until they evacuated and displaced these villages to Jordan, Lebanon, Syria, etc., after which they became refugees. They are doing the same now again. It is a genocidal thinking clearly, everyone is watching as if it was a movie. This should be stopped; not just stopped, they should be held accountable for their crime. I’m a bit scared that, with this green light from the US, they will continue killing, and things will be increasingly difficult in Gaza… and everything is possible, frankly speaking. They don’t care about the number of victims. I’m not optimistic, I’m scared, we are all scared that this will continue and will become a normal part of the agenda, and after a few weeks no one will be talking about this.

Yet there is an unprecedented outrage and support around the world, with very large demonstrations, including by Jewish communities in many countries who are saying no, not in our name, we will not accept this genocide. Do you see any hope in this world movement in defense of the Palestinian cause?

As Palestinians, we see two sources of hope among all this darkness. One of them is the steadfastness of the Palestinian people in the West Bank and Gaza. In the West Bank, it is also very hard, they imposed closure, siege, killing, shooting… The steadfastness of the Palestinian people is one hope and it’s a strong one.

The other hope is, yes, this kind of huge demonstrations all around the world. If it continues or grows, it might… for example, in France, and even in the US, we start hearing a very small change in words, not in a real change in their position, where they are talking about a ceasefire, because there was no talk of a ceasefire at all one or two weeks ago. In France, what Macron said in Jerusalem is that there should be an alliance against Hamas. And after these huge demonstrations, they started demanding a ceasefire in a very open and public way. That’s the only hope we have, no other hopes. There are no other options to see an end.


Foto: Hollie Adams, Reuters

Since you are in the West Bank, can you tell us what the situation is like there?

It is very difficult and risky. We cannot move from our cities or villages, they cut everything. They put gates in all the Palestinian cities and villages. You cannot go out or in without passing through the gates and checkpoints. If you get closer they might shoot you, and many Palestinians have been killed that way. According to the Oslo agreements, they divided the West Bank in three areas. Area C, is composed of 63% of the West Bank, the majority of land and resources are there. From October 7, they have displaced people from that area, which is huge and where there is hope to build the Palestinian state in the future. Settlers have raided Palestinian communities in Area C on a daily basis; they attack houses, burn houses, burn farms, steal Palestinian assets, uproot trees. We’re in the middle of the olive season, which is like carnival for the Palestinian people, and no one can harvest their olives because the settlers either steal the olives or uproot the trees or they shoot at Palestinian farmers who try to have access to their land. Last week for example, near Nablus, they killed some Palestinians picking their olives.

This month they killed 175 Palestinians; yesterday alone they killed 16 Palestinians in the Jenin camp. We have in 5,500 Palestinians in prison, arrested in the last 20 years; but in this month, 2,500 Palestinians have been arrested.

All checkpoints are closed. Even the food here, we have more spaces and food suppliers, but if it continues like this, there will be a shortage of food. They might turn off water and electricity at any moment if they decide so.

Is there anything else you would like to tell our audience?

I think the only message that all Palestinians have is that we need to get our freedom. We are tired of being under occupation for 75 years. We need our children to have hope and a future similar to all the children around the world. We need to be safe in our land, in our homes, in our camps. We don’t want to see more Palestinian refugee camps, we need Palestinian refugees to come back, we need to have an independent country and a future, we need sovereignty over our resources, similar to the Israelis, similar to everyone. We are no different from Israelis, we are as human as others. We don’t want to have people killed. We need to put an end to this situation, to this cycle of war, because this is the sixth time in the last 15 years in Gaza. So we need to stop this forever. We hate seeing Western countries’ hypocrisy and the US supporting and participating in killing Palestinians directly. This should end. We all have to respect human issues and international law, it cannot be applied to the Palestinians, the victims, while allowing Israel to do whatever they want. We are fighters for dignity, we are fighters for freedom. We are not fighting to kill or to hate. So this is what I would like the whole world to be aware of, and to stand with the Palestinians to achieve that. These are human values, not just for the Palestinians. Fighting occupation here or elsewhere is a fundamental human value all around the world. History is full of stories like this but they all finished, and we need it also to finish here and give Palestinians their freedom.


Foto: El Mundo

 

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Noticias de Abajo ML

No

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Rompiendo Fronteras

  • PALESTINA: Un mes de genocidio en Palestina por el Estado de Israel y más de 70 años de ocupación militar. Más de 10 mil víctimas mortales, de las cuales más de 4 mil son infancias.
  • PANAMÁ: Tercera de semana de movilizaciones masivas en el contexto del paro contra la minería. Exigen cancelación de contrato minero.

Desde el ombligo del monstruo::.

  • CDMX: Otomies en resistencia y rebeldía resisten ante intento de desalojo en su lucha por la vivienda digna y contra el olvido. Bloquean avenida por más de 20 días y doblegan al gobierno. Tercer aniversario de la TomaINPI, ahora la Casa de los Pueblos.
  • GUERRERO: Costa de Guerrero es destruida por huracán Otis categoría 5. Ante ineficiencia del gobierno y militarización, el pueblo se organiza. Más de 800 cientos mil personas.
  • CHIAPAS: Comunicados zapatistas anuncian cambios en la estructura de sus autonomías y llaman a actividad en zona rebelde por los 30 años del levantamiento.
  • OAXACA: Convocan a Faena por los presos de Eloxochitlan de Flores Magón el 18, 19 y 20 de noviembre.
  • JALISCO: ¿A dónde van los desaparecidos? Ante una grave crisis de desapariciones forzadas en el país. Madres buscadoras de Jalisco encuentran un crematorio clandestino, el tercero en el estado.

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Medios Libres

(Español) Tercera Marcha Unitaria por Palestina – CDMX

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Este domingo 5 de noviembre, más de 15 mil personas se manifestaron en solidaridad con el pueblo palestino ante el despiadado ataque del Estado de Israel contra Gaza, que hasta ahora ha cobrado la vida de más de 10 mil palestinos, entre los cuales se encuentran más de 4 mil niños y 2 mil 600 mujeres, y por lo menos 25 mil 400 heridos, entre ellos más de 6 mil niños. Del lado de Israel, 1 mil 400 israelitas han muerto y 5 mil 600 han resultado heridos.

El ataque de Israel, por mar, aire y tierra, ha hecho caso omiso de la ley internacional, bombardeando hospitales, escuelas de la ONU y campos de refugiados, asesinando indiscriminadamente a la población civil. La OMS ha documentado 82 ataques a hospitales desde el 7 de octubre, efectivamente desactivando el 46% de las instalaciones de salud (muchos de ellos por falta de energía y combustible).

Desde el inicio del conflicto, por lo menos 36 periodistas han sido asesinados.

La falta de alimentos, agua y combustible está provocando una emergencia humanitaria para el pueblo de Gaza que, como muchos han denunciado, está muy cerca de provocar un genocidio. Craig Mokhiber, un alto funcionario de las Naciones Unidas, renunció como protesta por la incapacidad de la ONU de frenar lo que él llama “un genocidio de manual”.

Mientras tanto, un documento filtrado del Ministerio de Inteligencia de Israel, escrito menos de una semana después del ataque de Hamas del 7 de octubre, propone realizar una limpieza étnica de la franja de Gaza, desplazando a toda la población al desierto de Egipto.

Alrededor del mundo, cientos de miles de personas se han manifestado contra la barbarie en curso cometida por Israel. Sin embargo, los bombardeos continúan y las grandes potencias occidentales, en particular los Estados Unidos, continúan apoyando a Israel con armamento.

Enseguida las imágenes de la Tercera Marcha Unitaria que se realizó este domingo en la Ciudad de México, cortesía de los Medios Libres:

(Continuar leyendo…)

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Avispa Midia

(Español) De siembras y cosechas, discurso sobre Palestina del Subcomandante Marcos del EZLN

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Fuente: Avispa Midia

 

EZLN retoma discurso de 2009. Hace casi 15 años, en nuestra palabra se advirtió la pesadilla. Fue en un semillero y fue por la voz del finado SupMarcos que hablamos. Va: https://enlacezapatista.ezln.org.mx/2… Más en https://avispa.org/inicio/

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CDH Fray Batolomè de las Casas

(Español) Comunicado de la Plataforma para la construcción de paz en México a la Sociedad Civil Las Abejas de Acteal con motivo del 25 aniversario de la Masacre de Acteal

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Han pasado 25 años desde los trágicos acontecimientos del 22 de diciembre de 1997, en Acteal, Chiapas, en que 45 mujeres, niñas, niños y hombres murieron a manos de los paramilitares. 25 años de flagrante impunidad en el contexto de un país que ahora acumula masacres y asesinatos de forma cotidiana.

Ese, es el saldo que queda, cuando no se reconoce la responsabilidad del Estado y se niega el derecho a la verdad y la justicia a las víctimas.

Lejos de ver avances, durante estos 25 años de gobiernos, de distintos partidos, que nos permitieran aspirar a acciones en contra de los autores intelectuales de la masacre; hemos testificado la liberación de cada uno de los autores materiales reconocidos por los sobrevivientes. Hemos visto los esfuerzos de diferentes gobiernos por alentar la división en las comunidades y organizaciones que demandan justicia, y aún entre las propias víctimas. Hemos atestiguado la continuidad de violencia y el asesinato contra líderes de los pueblos indígenas que, como Simón Pedro, mantenían una posición de dignidad luchando por el respeto a sus derechos.

Quienes trabajamos por la construcción de paz debemos reconocer que la lucha de las comunidades, víctimas y organizaciones indígenas, en contra de la impunidad son la resistencia en contra de la degradación más profunda de la sociedad, los gobiernos y de las condiciones de vida digna para todas las personas, a través de la imposición de la injusticia por medio de la violencia. Es la resistencia en contra de la destrucción del tejido social que permite que se normalicen más de 100mil desapariciones y 200mil asesinatos acumulados durante 16 años, sin que pase nada. Sin que haya justicia como en Acteal. Sin que se detenga el tiempo, ni el mundo, bajo un exasperado grito de alarma que eleve de nuevo un ¡Ya basta!, todos los días, en todas las personas, a cada segundo.

Como personas constructoras de paz, debemos hoy agradecer y reconocer el gran ejemplo que la Sociedad Civil “Las Abejas” de Acteal, nos ha dado desde hace más de 30 años. Reconocer y celebrar la lucha que les permitió liberar a quienes estaban injustamente presos en 1992 durante su conformación, convertirse en un ejemplo de lucha por la paz hasta el día de hoy; y resistir ante la impunidad de la violencia perpetrada en su contra el 22 de diciembre de 1997.

Desde la Plataforma para la Construcción de Paz en México, conformada simbólicamente, en éstas mismas tierras sagradas de los mártires de Acteal, la Casa de la Memoria y la Esperanza, bajo el testimonio de su organización, celebramos su lucha, asumimos su ejemplo y nos solidarizamos con sus demandas para que un día la justicia y la paz se besen.

Muchas gracias
Plataforma para la Construcción de Paz en México