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CNI

CONVOCATORIA DE COMUNIDADES DE GUERRERO A MANIFESTACIÓN

Se convoca a todas las autoridades comunales, ejidales, comisarios, campesinos, ganaderos, comerciantes, transportistas, estudiantes, maestros y pueblos Indígenas y Afromexicanos de Guerrero a un bloqueo para defender nuestra dignidad y denunciar la injusticia que vivimos a causa de la ausencia y abandono del estado ante las afectaciones del Huracán Erick

MARTES 15 JULIO 2025

6 AM•PUENTE MARQUELIA-ACAPULCO

Exigimos el censo inmediato y completo de todas las comunidades afectadas, la reconstrucción de escuelas, viviendas, caminos y carreteras y el apoyo a la agricultura y ganadería afectada.

Convoca: Comunidades Indígenas de los municipios de San Luis Acatlán: Jolotichán, El Mesón, Jicamaltepec, Piedra Ancha, Yoloxóchitl, San Antonio, Miahuichán, Zentixtlahuaca, y las comunidades Afromexicanos del municipio de Marquelia: Zoyatlán, Cruz Verde y Capulín Chocolate

Llamamos a colectivos, medios, a la Misión Civil de Observación-Sexta y organizaciones de derechos humanos nacionales e internacionales a estar al pendiente.

Responsabilizamos al Estado Mexicano por cualquier atentado contra la movilización y sus integrantes.

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Asamblea Interuniversitaria y Popular por Palestina

[CDMX 12 julio 6pm] Acto cultural por Palestina

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Radio Zapatista

Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN): o espelho que me persegue

En español aquí.
Tradução: Aline Spaniak

“O EZLN é o espelho que me persegue”, foi o que nos disse o artista oaxaquenho Lukas Avendaño durante o Encontro (Rebel e Revel) Arte, realizado no Caracol Jacinto Canek e no Cideci/UniTierra, em Chiapas/México, de 13 a 19 de abril de 2025. Mas não é qualquer espelho, ele esclareceu: é o espelho fumegante de Tezcatlipoca, o espelho de obsidiana que reflete seu verdadeiro ser, mesmo que você não queira vê-lo. Para ele, como para tantas e tantos outros, o EZLN é um espelho onde vê refletido seu próprio ser — no seu caso, seu ser indígena e seu ser muxe (termo Zapoteca para identidades de gênero não binárias) — com dignidade; reflexo que o impulsiona a contribuir com suas performances e sua vitalidade para a construção de outra humanidade possível.

O Encontro (Rebel e Revel) Arte foi isso: um espelho fumegante que, a partir da reflexão sobre a crise global que atravessamos, nos interpela com uma questão desconfortável, porém, mais necessária do que nunca: e vocês, o que estão fazendo? Uma pergunta que ganha força diante da constatação de tudo o que eles e elas — sobretudo os jovens e as jovens — fazem para enfrentar a tormenta que vivemos, não apenas com coragem e determinação, mas também com uma alegre rebeldia.

Como é possível que nesses espaços onde, durante uma semana, se insistiu — por meio de todas as formas artísticas (poesia, teatro, música, dança, circo, performance, cinema, artes plásticas, literatura e mais) — no provável colapso do nosso mundo diante da voracidade do capital, e na morte e no sofrimento inconcebível que esse processo de colapso implica e implicará para boa parte da humanidade, o que tenha predominado foi justamente a alegria, a festa, a celebração da vida?

Parte da resposta está no contexto. Como confirma o relatório do Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, Chiapas na espiral da violência armada e criminal, Chiapas vive, há anos, uma gravíssima situação de violência armada, com operação impune de grupos do crime organizado, desaparecimentos e recrutamentos forçados, militarização, assassinatos, imposição de megaprojetos, criminalização e agressões contra defensores do território, entre muitas outras violações. Nesse contexto, as comunidades indígenas e camponesas enfrentam um processo de decomposição social que empurra os jovens a abandonar a terra, muitas vezes migrando para o norte ou unindo-se à delinquência.

É nesse contexto — em que muitos “especialistas” previam o fim do zapatismo — que as e os jovens zapatistas se manifestam com força, criatividade e alegria, incorporando a ética de defesa e amor pela vida impulsionada pelo zapatismo há mais de três décadas. Lá estavam as e os milicianos (zapatistas civis com treinamento militar para a autodefesa das comunidades) com sua dignidade rebelde, jovens artistas protagonistas de peças teatrais extraordinárias, artistas plásticos, rappers, poetas. Uma juventude muito outra, rompendo os moldes do que se entende por juventude indígena, com a vitalidade de uma tradição viva, um olhar voltado para o futuro fundamentado na consciência do passado. Ou seja, uma esperança de vida em meio à tormenta.

No dia 15 de abril, no Caracol Jacinto Canek, uma centena de jovens vindos dos 12 caracóis apresentaram a peça “A natureza se revela e se rebela”. Vestidos com belíssimos figurinos — confeccionados por eles mesmos — representando uma grande variedade de animais, explicaram como a destruição do planeta e a mercantilização da vida os afetam. Também deram voz à água, fonte de vida cada vez mais escassa e contaminada, e por fim, à própria Terra, que sofre com a mineração, a poluição, os agrotóxicos e muito mais. É então que os seres da Terra decidem se organizar e defender a vida de forma coletiva. Quando os empresários chegam com seus portfólios, sua ganância, suas máquinas e seus operários, os insetos — seguidos de todos os outros animais — os atacam e os expulsam. “A vida é comum, comum é a vida; agora nos cabe recriar e renascer outra vida, e isso deve ser em comum”, dizem.

“O comum”, nos dizem por meio das peças de teatro, das músicas, dos poemas, das artes plásticas, é o único caminho diante da maquinária de morte de um sistema cuja voracidade não conhece limites. A prática do “comum” no zapatismo não é novidade. Na verdade, é o fundamento de sua construção desde os tempos da clandestinidade. A organização e o trabalho coletivo foram, desde o início, a base de todo o caminhar zapatista — e, certamente, da construção da autonomia —, desde o autogoverno e a justiça autônoma até a saúde e a educação autônomas, a soberania econômica, a comunicação, a agroecologia e todas as formas de resistência e rebeldia. Mas, é nos tempos recentes que “o comum” se coloca explicitamente como o centro não apenas das grandes transformações internas em curso nos últimos anos, mas também da interpelação do zapatismo para fora, para nós, no contexto da crise global. Sem a ação coletiva de organizações, grupos e indivíduos ao redor do planeta — tanto no campo quanto na cidade —, não haverá vida possível diante da destruição em curso, nos diz o zapatismo uma e outra vez.

Quando o EZLN tornou explícita a noção de “o comum” pela primeira vez em dezembro de 2023, referia-se especificamente a uma proposta radical de posse da terra: a “não propriedade”. Ou seja, terras recuperadas que o EZLN declarava “em comum” — terras de ninguém e de todos — nas quais, após acordo coletivo entre zapatistas e não zapatistas da região, qualquer indivíduo ou coletivo poderia trabalhar coletivamente, beneficiando-se de sua produção, mas sem ser proprietário da terra nem de tudo o que nela fosse construído. Defender a terra, portanto, não significa buscar o reconhecimento oficial de sua propriedade por parte do Estado, mas, ao contrário, abolir o próprio conceito de propriedade e promover o uso comum da terra para o benefício coletivo. No entanto, a proposta do comum não se limita às comunidades indígenas zapatistas e não zapatistas de Chiapas: ela se abre ao mundo, diante da urgência de enfrentar coletivamente a crise global. Diante disso, indivíduos e coletivos de qualquer geografia são convidados a trabalhar em comum para aprender a cultivar a terra e adquirir conhecimentos que ajudem a sobreviver à tormenta.

As peças de teatro e demais criações artísticas apresentadas durante as celebrações do 30º aniversário do levante zapatista, no caracol de Dolores Hidalgo, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, elaboraram ainda mais a ideia do comum. E, na primeira sessão dos Encontros de Resistência e Rebeldia, em dezembro de 2024 e janeiro deste ano, a comandância, as autoridades civis e os promotores e promotoras de educação e saúde compartilharam o sentido e a genealogia da ideia do comum, que não deriva do marxismo nem de qualquer outra teoria de origem europeia, mas sim da experiência dos avôs e avós dos povos originários.

Agora, neste Encontro (Rebel e Revel) Arte, a noção de “comum” se abre a toda forma de coletividade organizada e radicalmente democrática. Assim, a peça “O amor na tormenta e o dia depois”, criada por jovens dos caracóis de La Realidad, Oventic, Garrucha, Morelia, Roberto Barrios e La Unión, explora a privatização da terra em comunidades irmãs, não zapatistas, o que leva à sua subsequente subdivisão geração após geração, até que se torne impossível viver dela. A peça também aborda a exclusão das mulheres do direito à terra; a decomposição social; a criminalidade, o uso de drogas, o alcoolismo e a prostituição; a migração e a venda das terras diante do endividamento. Já no final, uma comunidade irmã procura os zapatistas, que os orientam com ideias e formação para a construção da autonomia em comum. Dessa forma, a proposta do “comum” vai além da não propriedade das terras recuperadas. A coletividade do comum se estende a todos os aspectos da vida: saúde, educação, justiça, autogoverno, criação e reprodução de mundos em todos os cantos — sementes para o florescimento de uma outra humanidade “no dia depois” do colapso de nossa civilização.

Esse esforço consiste também na partilha “em comum” de conhecimentos e saberes que ajudem a enfrentar a tormenta. Assim, jovens zapatistas — entre 12 e 20 anos — compartilharam saberes herdados de seus ancestrais, que permitem viver de forma autônoma, sem depender de avanços tecnológicos que, por sua vez, dependem de um sistema não sustentável. Fabricação de cestos, pigmentos, adobe, panelas e pratos, cal hidratada, cordas, entre outros — tudo feito com materiais naturais.

Por outro lado, as muitas obras apresentadas pelas e pelos artistas não zapatistas nos convidaram a refletir e a sonhar outras possibilidades a partir de uma extraordinária pluralidade de perspectivas, em uma grande variedade de contextos e geografias. Em tudo isso, evidentemente, a Palestina, assim como as “buscadoras” — os coletivos de mães incansáveis que buscam seus filhos desaparecidos no México — estiveram sempre presentes.

No último dia, 19 de abril, no Cideci/Universidade da Terra, o encontro foi encerrado com uma mesa coordenada pelo Capitão Marcos, da qual participaram Los Zurdos, Payasos en Rebeldía, Stefani Weiss, Antonio Ramírez, Luis de Tavira e o Subcomandante Moisés.

Encerramos aqui com algumas palavras de Iván Prado, do coletivo Payasos en Rebeldía, que nos lembra que é na infância e na juventude que se encontra a esperança de um novo amanhecer: “As crianças mantêm um lugar de espontaneidade, de crença profunda na capacidade de viver nossos sonhos: a força de sonhar. A capacidade do ser humano de construir mundos a partir dos sonhos. A inocência, a consciência e a potência que temos na infância têm a ver com saber quem somos e onde estamos. Somos a semente desse futuro, desse dia depois. O que vimos nestes dias é a semente dessa arte futura que virá após o colapso. Nós, artistas que participamos deste encontro nestes dias, estamos semeando esse amanhã, porque o amanhã se semeia hoje.”

Olhando-nos no espelho de obsidiana que a arte e a criatividade zapatista colocam diante de nossos olhos, partimos deste encontro confrontados com a provocação escrita em grandes letras no palco do Caracol Jacinto Canek: “Despertem já, povos do mundo”. E, com ela, a pergunta insistente que nos lança o espelho zapatista: E você, o que está fazendo?

Veja também:

Alguns áudios das apresentações, gravados pelo coletivo KeHuelga, estão disponíveis aqui.

Entrevista a Lukas Avendaño: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelos RZtitas, o comando infantil de RZ:

Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  

Mastuerzo: (Descarga aquí)  

Entrevistas realizadas pelo coletivo KeHuelga:

Delmar Penka: (Descarga aquí)  

Errante Piratería Roja: (Descarga aquí)  

Paz de Bitácora de Aguas: (Descarga aquí)  

Titze Malambé: (Descarga aquí)  

Mesa de encerramento

Los Zurdos: (Descarga aquí)  
Payasos en Rebeldía: (Descarga aquí)  
Stefany Weiss: (Descarga aquí)  
Antonio Ramírez: (Descarga aquí)  
Luis de Tavira: (Descarga aquí)  
Subcomandante Insurgente Moisés: (Descarga aquí)  

Entrevistas em vídeo realizadas por Armadilla del Sur para Rádio Zapatista:

Foto-reportagem

Foto de portada: Carlos Ogaz

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Frayba

Assina pela liberdade imediata dos Bases de Apoio Zapatistas José Baldemar Santiz Sántiz e Andrés Manuel Sántiz Gómez

San Cristóbal de Las Casas, Chiapas
30 de abril de 2025

Exigimos a liberação imediata das Bases de Apoio do EZLN José Baldemar Santiz Sántiz e Andrés Manuel Sántiz Gómez

  • Repressão e ataque direto contra a autonomia zapatista
  • Alertamos de mais um caso de fabricação de culpáveis que atenta contra a luta pela Vida e o Comum

Denunciamos com veemência a criminalização e a repressão sistemática do Estado mexicano contra o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e suas Bases de Apoio, José Baldemar Sántiz Sántiz e Andrés Manuel Sántiz Gómez, que foram arbitrariamente privados de sua liberdade em uma operação ocorrida na comunidade de San Pedro Cotzilnam, município de Aldama, que representa um ataque direto ao movimento zapatista e ao território onde a Autonomia e a Autodeterminação estão sendo construídas, na luta persistente pela Vida e pelo Comum.

Nas primeiras horas do domingo, 27 de abril de 2025, os BAEZLN foram levados ao Centro Estadual de Reinserção Social para Pessoas Condenadas (CERSS) nº 5 em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, sob a acusação de sequestro agravado em um processo repleto de irregularidades.

A detenção dos BAEZLN foi realizada sem mandado de prisão e as buscas em suas casas foram realizadas sem autorização judicial, acompanhadas de abusos, tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, roubos e violações flagrantes de seus direitos humanos. Essas ações, perpetradas por forças militares e de segurança, incluindo a Guarda Nacional e as Forças de Reação Imediata Pakal, são provas de um padrão sistemático de repressão e violência estatal em Chiapas.

O caso é mais um exemplo da estratégia de criminalização usada pela Procuradoria Geral do Estado de Chiapas, que fabrica provas e acusa injustamente pessoas inocentes, enquanto os verdadeiros autores permanecem impunes. Esse ataque não apenas viola os direitos individuais de José Baldemar e Andrés, mas também constitui uma agressão ao território e à autonomia dos povos zapatistas.

Portanto, exigimos dos governos federal e estadual:

  • A libertação imediata e incondicional de José Baldemar Sántiz Sántiz e Andrés Manuel Sántiz Gómez, Bases de Apoio do Exército Zapatista de Libertação Nacional.
  • O fim da repressão e dos ataques contra a autonomia zapatista.
  • O fim da fabricação de culpa e da impunidade em Chiapas.

Chamamos a solidariedade nacional e internacional!

Pedimos a todas as pessoas, organizações e movimentos que se mobilizem em seu próprio tempo e de suas próprias maneiras para exigir justiça. É urgente levantar a voz para deter a repressão estatal e garantir a liberdade dos companheiros do BAEZLN, que hoje são reféns de um sistema repressivo. Fique atento às atualizações sobre esse caso e aja em defesa da dignidade, a justiça e os direitos humanos e pela defesa da autonomia, do território e da vida.

Ao assinar esta Ação, se enviará automaticamente um email com seu endereço como remetente às autoridades governamentais. Mais informações na política de privacidade.

https://frayba.org.mx/firma-por-la-libertad-inmediata-de-las-bases-de-apoyo-del-ezln-jose-baldemar-santiz-santiz-y-andres

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Pueblos, comunidades y personas organizadas y unidas por la vida de nuestro territorio

Declaratoria de pueblos libres de megaproyectos

En el estado de Chiapas, las y los habitantes de los pueblos originarios que comprenden los territorios desde San Cristóbal de las Casas hasta Palenque, preocupadas y preocupados por las recientes acciones emprendidas por el Gobierno Estatal, con las que se pretende simular un proceso de consulta para la destrucción de nuestros hogares ancestrales con la construcción de una Autopista, en el ejercicio de nuestra autonomía y del derecho colectivo a la libre determinación de los pueblos y comunidades indígenas, nos unimos para manifestar nuestro rotundo rechazo a cualquier megaproyecto que pueda afectar y despojarnos de nuestro territorio, cultura medio ambiente. Suscribimos la presente declaratoria

CONSIDERANDO:

Que la Madre tierra y el territorio que habitamos construyen nuestro modo de ser pueblos originarios con una cultura, cosmovisión, una manera única de sentir-pensar la vida toda.

Que Nuestro territorio es parte del cosmos en el que todas sus partes (cerros, ojos de agua, animales diversos, manantiales, viento) están vivas, tienen espíritu-ajaw, se encuentran unidas y se relacionan entre sí, viven y conviven en armonía, una armonía que nuestros antepasados cuidaron y respetaron; es nuestra herencia ancestral.

Que la gente de los pueblos originarios mayas somos parte de esta gran casa común y nuestros abuelos y abuelas nos enseñaron a cuidar y respetar la vida que ahí se habita, manteniendo la armonía con la creación, la humanidad y con Dios, siendo nuestro territorio el núcleo fundamental de nuestra existencia, identidad y bienestar.

Llevamos en el corazón que la madre tierra es sagrada, ella nos da de comer, de beber, nos da alegría al corazón, es nuestro deber preservar su equilibrio en nuestro corazón y en el universo para que la vida que dejaron nuestros abuelos y abuelas la sigan disfrutando nuestros hijos e hijas.

Ante el proyecto de la construcción de la Autopista Palenque-San Cristóbal significa una amenaza para nuestro territorio que lo afecta, destruye y que nos despoja no solo de un pedazo de tierra, sino de la vida que ahí se habita: manantiales, animales, árboles diversos y de nuestra identidad que nos hace ser pueblo.

Es por ello, que habitantes mayas de comunidades de los municipios afectados nos adherimos a esta declaratoria. Mujeres, hombres, jóvenes, ancianos, después de dialogar y analizar

ACORDAMOS:

Primero. Declaramos que nuestro territorio indígena, pueblos originarios mayas, son parte de la madre tierra sagrada. Que nuestra existencia depende de la armonía que mantengamos con la vida que habita en ella.

Segundo. Declaramos que nuestro territorio indígena maya rechaza el proyecto de la Autopista Palenque a San Cristóbal y cualquier proyecto que no sea compatible con nuestra forma de vida, cosmovisión y con el cuidado de la madre tierra.

Tercero. Nuestro territorio es declarado cultura viva y territorio libre de megaproyectos. Esta protección de la tierra se ampara en el derecho internacional y en la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos, en el derecho a la libre determinación, autogobierno y autonomía, a decidir nuestra propia forma de desarrollo o existencia y a la preservación de nuestros entornos territoriales.

Cuarto. Que toda acción del gobierno de la Federación, del Estado y de los municipios tiene que ser dialogada y acordada con los pueblos y comunidades originarias, de acuerdo con nuestra palabra y sistema normativo indígena. Por ello, rechazamos cualquier acción que no se tome con las costumbres y autoridades tradicionales de la comunidad: asamblea comunitaria y principales. Cuestiones que se garantizan como consulta previa, libre e informada, para obtener el consentimiento bajo las formas representativas y de organización de los pueblos indígenas y mediante procedimientos culturalmente adecuados, conforme a la Constitución Mexicana, el Convenio 169 de la OIT, la Declaración de las Naciones Unidas sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas, y otros instrumentos internacionales de derechos humanos.

Quinto. Como pueblos indígenas haremos las gestiones y acciones jurídicas, políticas y de organización necesarias para el cuidado y respeto de la madre tierra, para la preservación de nuestros territorio, la defensa de nuestros derechos colectivos, así como de nuestra forma de vida como integrantes de los pueblos indígenas chiapanecos.

El territorio es agua, viento, animales,
árboles, cultura, cosmovisión, fe,
Es nuestra identidad maya”
“Porque el Territorio es nuestro”

San Cristóbal de las Casas, Chiapas a 31 de marzo del 2025
Firman pueblos, comunidades y personas organizadas y unidas
por la vida de nuestro territorio

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Frayba

[19 Mar – SCLC] Presentación del Informe Frayba: “Chiapas en la espiral de la violencia armada y criminal”

El Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas invita a la presentación de su informe “Chiapas, en la espiral de la violencia armada y criminal”.

19 de marzo de 2025, 17:30
Oficinas del Frayba
San Cristóbal de Las Casas, Chiapas

En vivo en la plataforma del Frayba: frayba.org

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Grupo de Trabajo contra la Desaparición en Chiapas

[18 Mar – SCLC] Luto nacional 400 velas + 400 pares de zapatos

El Grupo de Trabajo contra la Desaparición en Chiapas convoca a la 𝐚𝐜𝐜𝐢𝐨́𝐧 ❞𝐋𝐮𝐭𝐨 𝐍𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥, 𝟒𝟎𝟎 𝐯𝐞𝐥𝐚𝐬 + 𝟒𝟎𝟎 𝐩𝐚𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐳𝐚𝐩𝐚𝐭𝐨𝐬❞

📍 Plaza de La Paz, San Cristóbal de Las Casas
🗓18 de marzo
⏰ 17:30 hrs.

𝗘𝗻𝗰𝗶𝗲𝗻𝗱𝗲 𝘂𝗻𝗮 𝘃𝗲𝗹𝗮, 𝗹𝗹𝗲𝘃𝗮 𝘂𝗻 𝗽𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘇𝗮𝗽𝗮𝘁𝗼

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Radio Zapatista

Uma aliança negra, indígena e popular para mudar o mundo: VIII Jornada de Agroecologia da Teia dos Povos

Texto: Radio Zapatista | Fotos: Teia dos Povos | Vídeos: Teia dos Povos e Radio Zapatista

Enquanto no planeta o ódio, a intolerância e a imposição do mundo único se propagam como vírus, no Brasil milhares de pessoas se reúnem na VIII Jornada de Agroecologia da Bahia, organizada pela Teia dos Povos, uma grande aliança negra, indígena e popular do campo e da cidade, para refletir sobre o estado do nosso mundo, continuar construindo autonomias e celebrar a grande pluralidade de formas de ser, viver, resistir e criar vida fora da lógica do capital e do Estado.

A Teia dos Povos nasceu em 2012 perante a compreensão de que nem os povos indígenas, nem os povos afrodescendentes, nem os povos camponeses, nem os sem-terra, nem as luchas populares urbanas poderão enfrentar sozinhos a espoliação e a violência de um sistema cada vez mais voraz. Foi assim que começou a construção dessa grande articulação de movimentos sociais autonomistas de baixo e à esquerda no campo e na cidade, que hoje inclui um grande número de núcleos em dez estados do país.

A Teia dos Povos se organiza em núcleos de base — territórios onde se constrói e defende a autonomia — vinculados em rede por meio de elos da teia — organizações, coletivos e indivíduos sem um território próprio, que servem de apoio e vinculação entre os diferentes núcleos. Cada dois anos, a Jornada de Agroecologia reúne milhares de membros dos povos indígenas, afros e populares do campo e da cidade para continuar construindo essa grande articulação de autonomias.

Esta VIII Jornada aconteceu pela primeira vez na cidade de Salvador, Bahia: a cidade mais negra do Brasil, com uma população em torno a 80% afrodescendente, com uma rica cultura derivada de séculos de resistência em um contexto de racismo sistêmico e de repressão por parte das forças policiais, que na Bahia são as mais mortais do país, como denunciou Thiago Torres durante a Jornada. Com o tema “Aliança do campo e da cidade para o combate à fome e à pobreza”, a VIII Jornada reuniu vários milhares de pessoas de diversos estados do Brasil, do 29 de janeiro ao 2 de fevereiro de 205.

Ancestralidade viva

Os povos resistem e constroem outras realidades a partir da sua própria visão de mundo, diferente e oposta à imposta pelo capitalismo, e da sua conexão com uma ancestralidade que é o fundamento dessa visão. Assim, entre as reflexões e denúncias das diversas violências sofridas pelos diferentes povos reunidos, a celebração da ancestralidade está sempre presente. É por isso que a inauguração da Jornada no 29 de janeiro começou com um ritual de apertura dos povos indígenas e outro dos povos pretos:

Trata-se de uma espiritualidade nunca desvinculada do político, uma espiritualidade que dá sentido à luta pela vida e pelo cuidado dos territórios, em sua dimensão sagrada tão diferente do pensamento utilitário capitalista. Uma espiritualidade que celebra a vida com alegria, com os orixás, inquices e voduns africanos e os encantados indígenas e outras entidades dançando, celebrando, lutando, resistindo e reexistindo entre os vivos.

Pensar com o coração

Reflexão para a luta, o pensamento crítico coraçonado é fundamental para a construção de alternativas de base no contexto da “tormenta”, da crise civilizatória atual. Entender a conjuntura atual no Brasil e no mundo, que põe em risco a própria vida no planeta, é tarefa imprescindível dos povos em luta. Assim, a Jornada começou com uma análise da conjuntura na plenária, seguido de grupos de discussão denominados malocas de saberes, com os temas: terra e território, saúde, educação e agroecologia populares, entre outros. Ali se discutiram não apenas as problemáticas, mas também as iniciativas para recuperar e defender a terra e construir a autonomia nos diversos territórios, que vão de aldeias indígenas a quilombos afrodescendentes, assentamentos do MST, periferias urbanas e outros.

Além disso, acadêmicos e pesquisadores de todo o Brasil se reuniram em mesas temáticas para compartilhar seus trabalhos, lançando um olhar outro sobre a realidade dos territórios a partir da valorização dos conhecimentos e saberes das próprias comunidades. Os eixos temáticos incluíram: educação do e no campo, educação contextualizada e educação popular; agroecologia, câmbios climáticos e sistemas agroflorestais; ancestralidade, cultura e arte; conflitos territoriais, meio ambiente, Estado e sociedade; soberanias populares.

Mulheres, juventudes, infâncias e outros amores

Para a Teia dos Povos, como para o zapatismo, as mulheres são fundamentais na construção de outras realidades. Em plenária, a terceira noite do encontro, as mulheres realizaram uma grande roda onde, depois do canto coletivo, dialogaram sobre diversos aspectos da sua vida nos territórios, suas organizações e suas iniciativas comunitárias, assim como as estratégias coletivas para enfrentar o patriarcado e o papel da mulher na luta por terra e território.

Nessa roda de mulheres apresentou-se também uma nova iniciativa: a criação do Coletivo TransTeia, no qual se organizam as pessoas trans em sua luta contra a LGBTfobia e a violência de gênero. Discutiu-se a presença “transcestral” e de outras corpas dissidentes na Teia dos Povos. Denunciou-se a violência que sofrem as dissidências sexuais no Brasil, país que nos últimos 16 anos consecutivos ocupa o primeiro lugar em assassinatos de pessoas trans e travestis. Com poesia, dignidade e alegria apesar de tudo, foi declarado inaugurado o Coletivo TransTeia.

Para a Teia dos Povos, a juventude é também fundamental. Nesta VIII Jornada de Agroecologia, a juventude foi responsável por honrar as companheiras e companheiros ausentes, aquelas e aqueles que se encantaram nos últimos anos. Centenas de jovens realizaram um cortejo com cantos, estandartes e ferramentas de trabalho para celebrar a vida das e dos ausentes, terminando com uma grande roda onde os jovens fizeram demandas coletivas e compartilharam experiências e criações artísticas.

No fim da Jornada, os jovens escreveram esta Carta da Rede de Juventude da Teia dos Povos da Bahia.

As crianças não podem faltar, nunca. Na Jornada criou-se um Terreiro Lúdico onde, além dos muitos jogos e brincadeiras, houve contação de histórias, leitura de livros educativos, uma visita a uma biblioteca móvel, distribuição de livros, uma exposição da Rede de Zoologia Interativa e teatro de fantoches.

Rede de Capoeiristas da Teia dos Povos

A capoeira é uma arte marcial anticolonial criada pelos escravizados no Brasil em sua luta pela liberdade, a partir de tradições ancestrais africanas. À diferença de outras artes marciais concebidas como meios de combate frontal em situações de guerra, a capoeira é uma arte dos subalternos, uma arte de combate furtiva, clandestina: uma guerra de guerrilhas. É por isso que a manha, o engano,  o jogo que esconde o ataque supressivo, o mistério, a magia, o poder do encantamento são a própria essência da capoeira: a mandinga. Jogo, dança, música, acrobacia, luta e ancestralidade se misturam numa arte que vai muito além de uma simples técnica de combate, com um forte vínculo com as práticas espirituais de matriz africana.

Durante a Jornada, inaugurou-se a Rede de Capoeiristas da Teia dos Povos, considerada fundamental na autodefesa dos povos, que por sua vez é uma das dimensões essenciais da construção da autonomia. Para celebrar a criação da Rede de Capoeiristas, realizou-se uma grande roda de capoeira na qual participaram diversos mestres e mestras, mulheres, homens e crianças.

Sem dança não há revolução

Sem dança não há revolução, dizem que dizem. Nada mais verdadeiro nesta VIII Jornada, em que a dança, a música e a celebração da vida foram onipresentes. Perante a espoliação, a dignidade; perante a violência, o respeito e a alegria; perante a competição e o lucro, a solidariedade e o comum; perante a morte, a vida; perante a dor, a dança. Em todo lugar, em todo momento, grandes ou pequenas rodas de música e dança, celebração e vida, surgiam, planejadas ou espontâneas.

Um dos momentos mais alegres foi o samba de roda Quixabeira da Matinha, composto por agricultoras e agricultores da comunidade quilombola Matinha dos Pretos, com 35 de luta e resistência, com músicos autodidatas que receberam o conhecimento dos mais velhos e por sua vez o transmitem aos mais jovens.

Também esteve presente Bule-Bule, músico, repentista, escritor e poeta, referência das tradições musicais nordestinas e companheiro da Teia dos Povos. Com a gente também esteve o compositor, cantor e músico Mateus Aleluia, originário de Cachoeira, guardião de saberes ancestrais do povo negro e um dos mais importantes compositores da música popular brasileira.

Soberania alimentária e a arte de compartilhar

Um dos principais eixos da Teia dos Povos é a soberania alimentar, assim como a cultura da compartição, da coletividade e da solidariedade. As muitas caravanas organizadas de uma grande diversidade de geografias do Brasil montaram refeitórios comunitários autônomos com alimentos cultivados nos territórios, oferecendo café da manhã, almoço e janta para os milhares de pessoas presentes na Jornada. Comer em coletivo, compartilhar histórias, agradecer as muitas mãos e corações que possibilitaram essa abundância generosa e solidária virou, assim, um ato político de construção de outra forma de viver e de nos relacionarmos, em um mundo regido pela lógica do lucro a qualquer custo.

Ao longo de todo o evento, houve também uma Feira Agroecológica dos Povos, com membros de diversas comunidades, assentamentos, quilombos e aldeias da Teia dos Povos vendendo artesanato, alimentos e todo tipo de produtos produzidos pelos povos organizados.

Literatura e poesia

Evidentemente, não poderia faltar uma feira literária, onde se lançaram livros publicados pela Editora da Teia dos Povos e outras editoras companheiras e independentes, como a Glac Edições, além de debates, leituras e um sarau poético no qual, entre muitas e muitos outros poetas, se apresentou o companheiro Nelson Maca (leia/escute a entrevista com Rádio Zapatista em agosto de 2016).

Zapatismo, Autonomia e a Teia dos Povos

Um dos eventos nesta VIII Jornada de Agroecologia da Bahia foi o lançamento do livro Sonhando a Terra do Bem Virá: Zapatismo, Autonomia e a Teia dos Povos, uma colaboração entre Rádio Zapatista, a Teia dos Povos e a editora independente Glac Edições.

A proposta política da Teia dos Povos é, em muitos sentidos, semelhante à construção zapatista e, sobretudo, à proposta da Sexta Declaração da Selva Lacandona: a criação, fortalecimento e multiplicação de autonomias locais, cada uma de acordo às suas formas, e sua vinculação em rede, com o fim de criar um sujeito político global capaz de enfrentar o sistema de morte que vivemos. As ressonâncias, portanto, entre a construção da Teia dos Povos e o zapatismo são mais que evidentes. Em 2021, a editora da Teia dos Povos publicou o magnífico livro Por Terra e Território, de Joelson Ferreira e Erahsto Felício, que examina as diferentes áreas da autonomia concebidas pela Teia dos Povos e os desafios por construí-las nos seus territórios.

Agora, no livro Sonhando a Terra do Bem Virá, com prefácio de Joelson Ferreira, um dos idealizadores e impulsores da Teia dos Povos, Alejandro Reyes discute as diferentes áreas da autonomia zapatista, suas origens, seu processo de construção, seu funcionamento e os muitos desafios que ainda enfrentam, além de um breve percorrido histórico desde a fundação do EZLN em 1983 até as mais recentes mudanças nas estruturas do governo autônomo e a iniciativa do comum.

 

Leia aqui a Carta da VIII Jornada de Agroecologia da Bahia.

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Red Europa Zapatista

“Un Quirófano en la Selva Lacandona” | Campaña por la Salud Autónoma Zapatista desde la Otra Europa

La Red Europa Zapatista lanza esta campaña de apoyo al proyecto de Salud Autónoma Zapatista, para conseguir recursos para la construcción de un quirófano en territorio Zapatista.

Dona aquí: https://gofund.me/abf30398

¡Pasa la voz! Invita a más gente a unirse a la campaña #UnQuirofanoEnLaSelva #EZLN

Más info: eurozapweb@riseup.net

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Barrio originario de Cuxtitali

Jornada ¡Padre Marcelo vive!

Estimadxs vecinxs y organizaciones de la sociedad civil:

Desde el Barrio Originario de Cuxtitali les hacemos una cordial invitación a participar en la Jornada ¡Padre Marcelo Vive! el día domingo 8 de diciembre de 2024, a partir de las 10am.

Este día habrá música en vivo, talleres, palabras de organizaciones hermanas e inauguramos un mural realizado por el artista Dygno’joch para honrar la memoria del presbítero Marcelo Pérez. Una jornada que sea de inspiración para continuar con fe y amor en la lucha por seguir construyendo la paz con justicia y dignidad y en la defensa de nuestra tierra y territorio.

¡No tenemos miedo! ¡Unidxs somos más fuertes!

¡Les esperamos en Cuxtitali!